Rio - Afastado das ruas desde o início do ano por transtornos psiquiátricos, o terceiro sargento Robson Rodrigues Alves, de 48 anos, há 19 na PM, não tinha direito a portar arma fora de sua residência.
Mesmo assim, na noite do feriado de quarta-feira, Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, ele disparou seu revólver calibre 38 contra um fuzileiro naval na praça de alimentação lotada de crianças e suas famílias, no ParkShopping Campo Grande.
Os tiros causaram pânico entre centenas de pessoas. E tudo isso por conta de uma disputa por mesa. Baleado no peito, braço direito e pelve, o sargento da Marinha Jonathas Macedo Rodrigues, 37, está internado em estado grave.
“Ele (Robson) não poderia estar portando essa arma, é uma transgressão grave. Isso também vai pesar contra ele no Conselho de Disciplina”, afirmou o corregedor da PMERJ, coronel Welste Medeiros.
Segundo ele, uma das consequências de um policial ser considerado inapto para serviços externos por problemas psicológicos, como no caso de Robson, é a perda da carteira que lhe confere porte de arma. Neste caso, o agente, cuja atuação se restringia a serviços internos na corporação, tem o direito a continuar em posse de sua arma, mas somente em sua residência.
“A Polícia Militar não pode apreender a arma dele, por ser propriedade pessoal. Estamos trabalhando para tentar uma mudança na legislação”, criticou o oficial. Ele se referia à Portaria nº 254/2005, que aprova as instruções reguladoras para a aquisição, registro, transferência, porte, transporte, extravio, furto, roubo, acautelamento e devolução de armas de fogo e munições de PMs. A arma e o carro de Robson foram apreendidos. Ele está preso administrativamente por 72 horas e pode ser expulso da PM.
Acusado pode ser expulso da PM
Robson havia fugido após balear o militar da Marinha. A partir de imagens de câmeras do shopping, o comando do 14º BPM (Bangu), onde é lotado, o identificou. Na manhã de ontem, Robson apresentou-se ao batalhão, onde confessou o crime e foi detido.
Segundo o corregedor da PM, coronel Welste Medeiros, foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso e Robson deverá ser conduzido à unidade prisional. Ele ainda responderá a procedimento administrativo disciplinar, que julgará se tem condições de continuar na corporação ou deve ser expulso. “O que nós sabemos é que teria sido uma briga pelo local de assento. E também chegou ao nosso conhecimento que o sargento da Marinha teria jogado um objeto contra ele”, disse o coronel.
Atendido inicialmente no Hospital Municipal Rocha Faria, onde fez uma drenagem toráxica, Jonathas foi encaminhado para o Hospital Naval Marcílio Dias. O 1º Distrito Naval informou que ele será submetido a cirurgia e permanecerá internado em CTI. O Park Shopping Campo Grande informou que lamenta o ocorrido e está prestando assistência aos familiares.
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