16/12/2016- 09h37min
- Atualizada em 16/12/2016- 10h59min
Por
ANDERSON SILVA
O júri de Luis Paulo Mota Brentano, ex-policial militar acusado de matar o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, entra na manhã desta sexta-feira, em Palhoça, no segundo dia. Depois de 14 de horas de sessão na quinta-feira, a audiência terá reinício com o depoimento de Mota. Ele será questionado pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, pelo promotor Alexandre Carinho Muniz, pelos advogados assistentes de acusação e por seus defensores.
Antes do depoimento do réu, a defesa pediu que fosse mostrado para os jurados o depoimento dado pelo avô de Ricardinho, Nicolau dos Santos, na audiência de instrução e julgamento, na primeira fase do processo. Além disso, pediu que seja lido o depoimento de uma testemunha que também depois na primeira fase e não apareceu no júri popular.
Esse é um dos momentos mais aguardados do julgamento, pois o acusado dará sua versão dos fatos. Pelo comportamento dos advogados dele no primeiro dia, a tendência é que Mota insista na tese de legítima defesa. O policial, desde o dia da prisão, afirma que Ricardinho estava com um facão e que por isso teve de reagir com tiros. Dois disparos atingiram o surfista. Um na parte lateral do corpo e outro nas costas. Um terceiro tiro foi errado e danificou o retrovisor do carro do próprio acusado.
Depois do interrogatório do réu iniciam-se os debates. Acusação e defesa terão, inicialmente, duas horas cada para falar. Depois há espaço para réplica e tréplica, de uma hora cada, como foi acordado entre eles já que pela lei o tempo previsto é uma hora e meia. O embate promete ficar em torno da possibilidade de legítima defesa, que daria ao acusado uma chance de absolvição.
Por fim, depois dessa etapa, os sete jurados se reúnem para votar os quesitos da denúncia e defini o futuro do ex-PM. A expectativa é que a sentença seja proferida no começo da noite desta sexta-feira. Se condenado, o promotor disse que pretende pedir a transferência de Mota do batalhão da PM em Joinville para uma unidade prisional administrada pelo Departamento de Administração Prisional (Deap) do Estado.
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