Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Cyber Polícia-AS TRANSFORMAÇÕES OPERACIONAIS E ORGANIZACIONAIS

AS TRANSFORMAÇÕES OPERACIONAIS E ORGANIZACIONAIS

                                                                          


 

          Década de mudanças nos antigos conceitos e metodologias policiais com a quebra de paradigmas e velhas culturas arraigadas nas delegacias e em seus profissionais de polícia. Tempo de modernização com a implantação de tecnologias de ponta como o REDS, PCNET, novos sistemas de pesquisas e informação. A inteligência policial como realidade na nova rotina de se fazer investigações. Ao contrário da inteligência clássica, voltada para o interesse do estado, essa nova metodologia busca o melhor aproveitamento e compartilhamento das informações, até então, armazenadas em arquivos pessoais e restritos. A era das operações integradas entre os diversos órgãos no âmbito estadual, federal ou municipal. Operações conjuntas com o Ministério Público, SEF, Prefeituras, SUAPI, Receita Federal, PRF, PM, PF se tornam um realidade corriqueira e os resultados surgem de maneira positiva e competente. Novos prédios são inaugurados dando maior funcionalidade para os policiais e cidadãos que dependem da prestação de serviço das unidades policiais. O foco para a repressão ao crime organizado se acentuado com maior preocupação para um seguimento criminoso que passou despercebido ao longo dos últimos anos, sem investimentos para sua estruturação. É recriada a Chefia de Polícia e os delegados Otto Teixeira filho, Marco Antonio Monteiro e Jairo Lellis assumem os respectivos comandos na década de 2000 a 2010. Podem e devem ser feitas críticas a governo ou chefias, que sempre deixam a desejar em diversos aspectos estruturais, salariais ou de reconhecimento à classe policial civil. Mas, sem nenhuma dúvida, não se pode mascarar, ou tentar subtrair todas as conquistas obtidas nesta década, quando ocorreu a reestruturação na capital e diversas regiões do estado, com construções modernas e melhores condições de trabalho no aspecto de edificações e ambiente policial.

Nova Metodologia Operacional.
     A partir de projeto do delegado Faria, coordenador da Superintendência foi criado o grupo tático GRE (Grupo de resposta Especial) na administração de Elson Matos, Superintendente Geral  e Otto Teixeira, Chefe de Polícia, com maciços treinamentos e especialização em gerenciamento de crise. Tornava-se o braço forte da Polícia Civil no tratamento de situações de risco que requeriam estratégias especializadas no campo do planejamento tático. A Superintendência Geral de Polícia, sob a chefia do delegado Gustavo Botelho e de seu delegado Adam dos Santos inova nos planejamentos e coordenação de operações desencadeadas, principalmente no interior do estado, em apoio às unidades locais. Grandes operações são realizadas e os resultados aparecem com grande número de prisões e desarticulação de quadrilhas. É uma nova metodologia de operações criada com o Projeto MINAS SEGURA de 2005, do mesmo coordenador de Investigações da Superintendência Geral de Polícia.  Foram realizadas os primeiros trabalhos operacionais conjuntos no estado, as Operações Genesis e Exodus, com a Delegacia Regional de Teófilo Otoni, com resultado de 41 prisões naquele ano. Esta regional acreditou no projeto e aderiu aos trabalhos integrados da própria Polícia Civil (capital e interior) através do delegado Isaías Pontes, no combate às organizações criminosas. As operações atingiram frontalmente o tráfico local, unindo a primeira força tarefa de grande envergadura, com policiais do DEOESP, GRE, Teófilo Otoni e regionais da área. Trabalho de mérito do delegado Jefferson Botelho, daquela regional, responsável pela presidência eficiente das investigações.
      

MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS.

2005. Delegado Otto Teixeira, Chefe de Polícia recebe comissão de detetives aposentados                     Apoio Aéreo.

O INDG NA POLÍCIA CIVIL MINEIRA   
      
          O INDG, Instituto de Desenvolvimento e Gestão, empresa de consultoria em gestão foi contratada pelo governo de Minas para dar suporte ao DETRAN em 2004 por causa de uma série de reclamações de usuários pela demora e mau atendimento naquele departamento, incluindo assaltos nas longas filas para emplacamento no Bairro Gameleira. O então chefe do Departamento de Investigações, ao verificar o sistema de gestão e planejamento implantados e oferecidos pelo INDG, solicitou de Otto Teixeira Filho que as atividades de consultoria fossem ampliadas para aquele departamento como piloto de uma nova era metodológica. As atividades do INDG trouxeram uma nova visão das atividades policiais e gestão proposta acabou sendo levada a todo o estado, através do controle de  desempenho das unidades policiais. Se por um lado a consultoria trouxe dinamismo e aumento vertiginoso dos índices de produtividade, por outro mostrou muitas mazelas, desestrutura e o desenho real da situação da Polícia Civil em Minas Gerais. Para uma instituição que até 2005 não tinha nenhuma ferramenta real de controle de suas atividades, os novos métodos e as mudanças organizacionais trouxeram incomodo para muitos que nunca haviam sofrido cobranças sobre sua produtividade ou desempenho, mas mostrou resultados e disparidades extraordinários entre a produtividade individual e de diversos órgãos da Polícia Civil.

INTEGRAÇÃO
          
          O Projeto Integração entre as polícias Civil, Militar, Corpo de Bombeiros e SUAPI foi um projeto de governo que teve seu nascedouro em 2001, quando o Governador Itamar Franco teve interesse pelo novo sistema que se instalava pioneiramente nos estados do Pará, Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo e Paraná. O Governo Aécio prosseguiu com a ideia e criou a SEDS/Secretaria de Defesa Social para ser a interlocutora e mediadora do modelo procedimental de operacionalização conjunta das ações e resultados policiais e outros. Flávio Sapori, subsecretário era o responsável pelas articulações entre as instituições cujos resultados, poderiam ter tido avanços substanciais, não fosse a ingerência nas competências constitucionais. o que gerou desconforto e atritos diversos entre os policiais selecionados para os debates e temas discutidos. 
REDS
Sistema de integração de ocorrências de eventos policiais e de defesa social entre os órgãos de estado que compõem o seguimento, implantado no princípio da década. Todas as ocorrências da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros passaram a ter um número no Registro de Eventos de Defesa Social, como parte do complexo projeto de integração entre essas instituições. 
SUAPI
          SUAPI faz parte das mudanças de caráter institucional e organizacional implantada pelo governo mineiro para desafogar e retirar da Polícia Civil a responsabilidade pelos presos do sistema carcerário que tinha em suas mãos. A primeira fase desse projeto ocorreu em Belo Horizonte com a construção dos CERESPs e outras unidades prisionais na Região Metropolitana, retirando todos os presos das delegacias distritais que foram transferidos para o cumprimento legal de suas penas. Nesta mesma década, foi elaborado projeto de transição e transmissão das administrações do antigo Depósito de presos da Lagoinha e desativação das carceragens da antiga Divisão de Tóxicos e Divisão de Crimes Contra o Patrimônio pelo Superintendente da SUAPI Genilson Zeferino e o Chefe do DI Faria. Era o fim de um problema que se arrastava por décadas.
CGET
     Paralelamente aos bons trabalhos do DI e posteriormente DEOESP, foi criado pelo Chefe dos Departamentos em 2005 e 2007, um setor de inteligencia policial. O CGET-Comitê de Gestão Estratégica e Tática desenvolvia toda a atividade de análise e atividades de investigação científica e tecnológica, no âmbito de imteligência policial. Criava-se uma nova modalidade de apoio aos policiais de campo, os operacionais de polícia. Dentro do Comitê, dois setores importantes destacaram: o SETIN e o NUIN. Policiais como Thessa, Alessandra, Joel, Índio, Marcos, Mário, Elber, Júlio, Tafarell, Raul, Marquinhos, Alexandre, Raquel, são alguns desses excelentes profissionais. Policiais que pouco apareceram na mídia em operações de vulto do DEOESP, no entanto foram de vital importância nas investigações e resultado dos trabalhos policiais.

MUDANÇAS OPERACIONAIS E O CRIME NA DÉCADA 2000/2010.


           Foram dez anos de muitos crimes e mudança na tipologia do caráter criminoso que modifica seus hábitos e migra para outras modalidades criminosas, inovando diante da repressão da polícia em Minas Gerias. É fácil perceber o fim dos sequestros, o início da nova modalidade dos sequestros relâmpagos e de gerentes de bancos e seus familiares. O fim dos roubos a bancos na modalidade de invasão simples de agencias. Os roubos a carro fortes e seu término em 2008, com ´último roubo registrado em uma rodovia em Varginha. O início e fim do "Novo Cangaço". O famigerado falso sequestro e a proliferação dos crimes cibernéticos. Os homicídios e sua banalização.
Registramos alguns dos principais crimes, operações e ações policiais desencadeadas nesta década.
2002. O ASSASSINATO DO PROMOTOR FRANCISCO LINS DO REGO.
     Na sequencia de fotos acima: Farah ameaça o promotor Francisco Lins durante fiscalização em seu posto de gasolina. Farah durante julgamento. A vítima Francisco José Lins do Rego.
      Crime que ganhou enorme comoção no Ministério Público brasileiro, pela covardia com que foi abatido um de seus membros, tão somente por exercer suas atividades. 

"Em 25 de janeiro de 2002 dava entrada no Instituto Médico Legal (IML) de Minas Gerais o corpo do promotor Francisco José Lins do Rêgo Santos, o Chico Lins, secretário da Promotoria de Defesa do Consumidor, o Procon Estadual. Ele foi assassinado com sete tiros, durante investigação da máfia dos combustíveis em Minas, que chegava a desviar até 15% da arrecadação total de ICMS do estado. A riqueza de detalhes do laudo de criminalística de número 1.624/02 do IML, que repousa entre os 32 volumes de processo arquivados no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette de Belo Horizonte, revela a dimensão do maior atentado já praticado contra uma autoridade estadual. 
 O crime foi cometido por volta das 13h, quando Lins seguia de sua casa para o escritório. Uma moto branca com dois ocupantes, que vinha logo atrás, interceptou o carro pelo lado esquerdo, quando o promotor parou no sinal. Segundo o processo relativo ao crime, o empresário Luciano Farah Nascimento, então com 29 anos, pilotava a moto. Ele emparelhou com o carro e deu a ordem: “Atira, atira!”, disse, dirigindo-se ao soldado-PM Edson Souza Nogueira de Paula, de 27 anos, que estava na garupa, segundo os autos. O atirador então descarregou 13 balas do pente da pistola semi-automática 380 em direção à vítima. Sete acertaram o pescoço, o braço esquerdo, a mão e uma única atravessou a cabeça do promotor, que morreu na hora.
A moto arrancou, seguida por um Marea preto, que dava cobertura, dirigido pelo office-boy Geraldo Roberto Parreiras, de 24, que durante um mês seguiu os passos do promotor a mando de Farah. O empresário e sua família eram donos da rede West, que constava entre as 22 redes de postos de gasolina investigadas por Chico Lins em Minas. Na época, todos os proprietários fecharam acordo com o MP, à exceção de Farah. Ele teria começado a nutrir ódio pelo promotor quando foi interditado o Big Posto, de Contagem, o maior da rede de nove revendas, que oferecia uma das gasolinas mais “baratas” da região metropolitana. EM.COM.BR-ESTADO DE MINAS."  
        
2004. O ASSASSINATO DOS FISCAIS DE UNAÍ             
 
          A chacina que ganhou repercussão nacional pela violência, e certeza da impunidade, quando do assassinato de quatro profissionais federais que atuavam na fiscalização de irregularidades em Unaí e região. O poder político e econômico dos mandantes, fazendeiros proprietários de fazendas de agronegócio, lhes garantiram até o momento a liberdade. Este crime demonstra de forma cabal a fragilidade de nossa legislação e legisladores que permitem que criminosos como esses permaneçam em liberdade diante da enxurrada de recursos interpostos pelos melhores advogados do país. 

"No dia 28 de janeiro de 2004, durante uma emboscada, os auditores fiscais do trabalho, João Batista Soares Lage, 50, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, 42, Nelson José da Silva, 52, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira, 51, foram assassinados em um trevo, na rodovia MG-188, que dá acesso aos municípios de Unaí, Bonfinópolis de Minas e Paracatu. Foi uma chacina engendrada por indivíduos poderosos da região, certos da impunidade pelos seus crimes. Eles estavam naquela região para apurar denúncias de trabalho escravo, praticado por fazendeiros de agronegócio em fazendas de plantação de feijão."
"Chacina em Unaí

No dia 28 de janeiro de 2004, os fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram emboscados em uma estrada de terra, próxima de Unaí, enquanto faziam visitas de rotina a propriedades rurais. O carro do Ministério do Trabalho foi abordado por homens armados que mataram os fiscais à queima-roupa, atados aos cintos de segurança. A fiscalização visitava a região por conta de denúncias contra trabalho escravo. Em memória das vítimas da chacina, o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo é celebrado em 28 de janeiro.
Sete meses após a chacina, em 30 de agosto de 2004, o Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF-MG) denunciou oito pessoas pelos homicídios: Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Francisco Elder Pinheiro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios, Willian Gomes de Miranda e Humberto Ribeiro dos Santos. 
 A investigação prosseguiu com relação à participação de outros suspeitos. Considerado um dos maiores produtores de feijão do País, o fazendeiro e prefeito da cidade à época, Antério Mânica, e seu irmão, Norberto Mânica, eram alvos frequentes de fiscalizações para coibir exploração de trabalhadores rurais. Em 20 de setembro de 2004, Antério foi denunciado como mandante dos homicídios pela Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1).
 Por duas vezes, Antério Mânica foi eleito prefeito de Unaí. A primeira foi em 2004, meses depois do crime. O gestor de Unaí chegou a ser preso em 2007, mas conseguiu a liberdade por meio de habeas corpus. Mesmo após as acusações, foi reeleito em 2008.
 Apesar da rapidez na apuração e acusação dos envolvidos, nove anos depois, o caso ainda não foi a julgamento pelo Tribunal do Júri, em razão, principalmente, dos recursos interpostos por alguns dos acusados. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a remessa imediata dos autos à Seção Judiciária de Minas Gerais para julgamento dos réus presos. O processo chegou à 9ª Vara Federal de Belo Horizonte no mês de maio. No entanto, em janeiro deste ano, a juíza declarou-se incompetente para a condução do processo." 

OPERAÇÕES POLICIAIS
          Nesta década, com o avanço da criminalidade violenta, a Polícia Civil mineira também respondia aos ataques do banditismo com o que sempre fez de melhor: suas investigações, prisões e perseguições incansáveis aos criminosos. Em Minas ou em qualquer estado da federação. As operações policiais foram muitas, centenas, mas faremos o registro de apenas algumas delas por entendermos a importância no cenário criminal e não termos material, fotos e reportagens de muitas outras realizadas.

                         
                                  Vídeo sobre a participação de policiais civis do Departamento de Investigações, GRE e Seccional de Santa Luzia, naquela cidade, em 2006.
 

 ASSALTOS A BANCOS, CARRO FORTE E NOVO CANGAÇO
          A Delegacia Especializada de Repressão ao Roubo a Bancos atuou de forma enérgica e rigorosa como devem ser as ações de combate a esses criminosos. Mais de uma centena de assaltantes foram presos e inúmeras quadrilhas desarticuladas, como as de Faiolli, Douglas, Nilson "Preto", Rosiléia e Xandão, todos, de altíssima periculosidade. Aqui abaixo, na primeira seleção de fotos e reportagens estão postados apenas parte do enorme acervo de ações policiais desenvolvidas pela DERRB na primeira metade da década de 2000. Outras informações sobre a história dessa unidade especializada podem ser pesquisadas em: Home/ Órgãos Policiais/Delegacia de Repressão ao Roubo a Banco-DERRB, neste site.
 
 

                 Abaixo: viatura da DERB atingida por disparo de fuzil . 30, ou .50, durante perseguição à assaltantes de carro forte na região de Betim-MG. A segunda refere-se à Operação Fortaleza, que resultou na prisão de uma das principais quadrilhas que agiam nessa modalidade criminosa. Em outra ação contra a mesma quadrilha, na região de Contagem, durante a perseguição uma viatura acidentou-se, ferindo os policiais, causando a amputação de braço do investigador Tereziano.

           Neste começo de década os sequestros diminuem vertiginosamente em Minas Gerais. Também os roubos a bancos e carro fortes despencam. Tais índices favoráveis se devem aos policiais do DEOESP e das Delegacias de repressão a roubo a bancos do Departamento de Investigações. Os bandidos, diante da rigorosa repressão aos sequestros e roubos a bancos pelas DERRB e DAS, migraram suas atividades para outros seguimentos, até então,  exclusivos de outros estados: os roubos a carro forte, em rodovias principalmente e as ações denominadas Novo Cangaço. Cidades eram sitiadas por grupos criminosos fortemente armados que dominavam quartéis, delegacias e fóruns com farto material bélico de altíssimo potencial ofensivo, intimidando e desafiando as forças de segurança, impotentes diante da disparidade de armamento para o enfrentamento. Os criminosos com armamento de guerrilha aterrorizavam os cidadãos das cidades invadidas e levavam panico aos reféns com sua violência e procedimentos militares usados nos assaltos. Eram ações criminosas assustadoras que levava panico às cidades de menor porte do interior mineiro, assim como, em outros estados.

           Ações foram desenvolvidas e as respostas viriam por um forte grupo de policiais civis, formados com a junção dos ex integrantes das unidades de repressão ao roubo a banco e da Divisão anti-sequestro. Foram trabalhos que uniram a nova metodologia policial, onde se fundiam as atividades de inteligencia analítica com as tático-operacionais. Persistência e competência policial ao longo de quase cinco anos de investidas em vários estados, investigações, prisões de quadrilhas, mortes de bandidos e policiais nos diversos enfrentamentos para se atingir tal índice. Mortes e lesões em policiais que não são perceptíveis nas estatísticas. Equipes que trabalharam e enfrentaram os perigos inerentes à profissão, pelo prazer de serem policiais. Trabalho policial qualificado e pontual que não são creditados e valorados como deveriam, quando da aferição analítica da queda da criminalidade pesada.

2006-OPERAÇÃO MANAUS
O policial linha de frente tem no sangue a adrenalina da operacionalidade e não relaxa quando crimes de grande violência e repercussão ocorrem em Minas. Alguns bandidos se refugiam em outros estados após a prática de seus crimes, acreditando que as garras da polícia não os atingirá. Os policiais na repressão às quadrilhas e organizações criminosas prendem um grande número de bandidos, mas geralmente, nem todos são presos e assim que encerra um trabalho, outro deve iniciar para localização dos “desgarrados”. No final dos anos 90, até meados de 2000, vários assaltos contra carros-fortes foram praticados em Minas. Outros detalhes no artigo Operação Vandec.

           Os bandidos da quadrilha de “Bin Laden” acondicionavam uma metralhadora antiaérea na carroceria de uma camionete, ultrapassavam os carros blindados e começavam a disparar na parte frontal dos veículos. Com esse procedimento frio e calculista, mataram muitos vigilantes em suas jornadas de trabalho. Também foram responsáveis por um roubo na modalidade “Novo Cangaço”, em Frutal-MG, quando levaram o delegado como refém, balearam um policial militar e roubaram as  armas de dois investigadores. Na fuga, levaram a viatura caracterizada da Polícia Civil. Com a repressão acentuada e as investigações das delegacias de roubo a bancos que efetuaram inúmeras prisões, parte da quadrilha, incluindo o líder “Bin Laden” fugiu para Manaus, onde entendiam estar inatingíveis. Como disse certa vez o delegado Deusnir, chefe da Furtos e Roubos de Goiânia e policial operacional de primeira grandeza: “A Polícia Civil de Minas é diferente. Ela não tem fronteiras”. Realmente, não tem, desde que ofendido o território mineiro e desafiada por criminosos. E dentro do respeito aos policiais de outros estados e dos parâmetros legais.  
            Assim foi criada a “Operação Manaus, que teve grandes obstáculos, pela distancia e dificuldades para transitar em regiões inóspitas da Amazônia. No entanto, apesar das dimensões continentais de nosso país, falta de recursos financeiros para a equipe e todas as intempéries surgidas na viagem, o resultado foi totalmente produtivo com a prisão de “Bin Laden” e seu parceiro “Doidão. A Delegacia de Repressão ao crime organizado do Amazonas foi um braço forte no apoio aos policiais mineiros, que, atualmente tem buscado de forma concreta essa parceria e integração na área de investigação da macro-criminalidade. Com os bandidos foram apreendidas duas metralhadoras UZI, um fuzil AR 15, duas pistolas Taurus, revólver, capuzes, coletes à prova de bala, giroflex e grande quantidade de munições. Os marginais eram suspeitos ainda, do assassinato do senador Olavo Pires, em 1990, na capital de Rondônia. Por essa e outras diligencias nos diversos estados da federação, que, durante uma operação em Goiânia, os policiais do DEOESP ouviram a frase abaixo.           
        
 O DEOESP E A REPRESSÃO ÀS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

         Em 2007 o DEOESP assume uma nova metodologia na repressão à criminalidade, quando o delegado Faria assumiu aquele Departamento especializado em operações complexas e estratégicas. Os sequestros em Minas Gerais, bandeira de excelência e competência do DEOESP, foram praticamente extintos. Os roubos a bancos no estado, também foram extirpados, quase que em sua totalidade. Esses resultados não aconteceram por desistência voluntária das quadrilhas e criminosos, mas pela eficiência dos policiais do DEOESP e DERB-Delegacia de Repressão ao Roubo a Banco, que identificaram, prenderam e, em alguns casos, mataram bandidos que militavam nessa área criminosa. Os grandes resultados dessas equipes, acabou acarretando um problema para a competente estrutura, disponibilizada para atender a demanda daqueles policiais: viaturas, armamento de ponta, treinamento e pessoal especializado. Sem os crimes de sequestros e roubo a bancos, se tornaram ociosos e uma mão de obra de tamanha qualificação não poderia ser desperdiçada com atividades de somenos importância. Sem desdenho aos demais policiais, apenas pelo aspecto de especialização e resultados. Dentro desse contexto, foi elaborado um novo planejamento estratégico para a utilização do DEOESP e seus policiais, agregando uma equipe do Departamento de Investigações (inteligência) e outra, completa, da unidade de repressão a roubo a bancos.
       As investigações adotaram novo formato e os policiais passaram a atuar na repressão às organizações criminosas e crime organizado, cuja competência originária já constava no organograma operacional daquele Departamento. As ações e investigações policiais mudaram completamente sua metodologia de trabalho, sendo implantado um planejamento organizacional para controle das operações. A inteligencia policial passou a ser prioridade de todas as atividades investigativas do DEOESP. A resistência às mudanças ocorreu em alguns setores e entre policiais que não estavam acostumados com aquele controle de atividades, mas, rapidamente assimilada com o desenrolar das diversas ações e os resultados que eram obtidos. E os desafios apresentados à seleta equipe de policiais do Novo DEOESP eram muitos. Um dos projetos implantados no DEOESP foi a criação da Divisão de Operações Especiais e Combate ao Crime Organizado com as DEROCs- Delegacias Especializadas de Repressão às Organizações Criminosas, conforme planejamento descrito abaixo.

   
                                                                                                                 

Projeto DEROC
                                                                                     
Do objeto:
           Dados estatísticos demonstram a imensa relevância de se combater às organizações criminosas, instituições que se organizam e estruturam aos moldes de verdadeiras empresas para a prática do crime negócio. Atualmente, tais organizações movimentam anualmente no mundo quase um trilhão de dólares nas diversas faces delituosas que se esgueiram pelo tráfico de entorpecentes, contrabando de armas, lenocínio, prostituição infantil, crimes ambientais, sonegação fiscal em larga escala, culminando com o enriquecimento ilícito e a lavagem de dinheiro. É de fácil constatação que essas organizações criminosas têm poderio econômico-financeiro para desestabilizar governos e capacidade assustadora para criar raízes entre os agentes públicos através da corrupção.
          Em Minas Gerais não é diferente dos demais Estados da Federação, com particularidade para o roubo de cargas, sonegação fiscal de riquezas minerais, tráfico, organizações especializadas em imigração ilegal para os EUA, receptação e desmanches, dentre uma série de outros ilícitos penais. É público e notório que grande parte dos crimes praticados tem como competência originária a Polícia Federal, no entanto não podemos nos omitir em investigar aqueles que são atribuição da Polícia Civil, ainda que com algumas conexões de crimes federais que, em razão do extenso território mineiro, escapam do alcance da Polícia Federal. Dentro desse contexto, urge a estruturação da DEROC, unidade que empreenderá esforços no combate ferrenho a tal segmento de criminalidade, levando-se em conta que infelizmente, o Estado de Minas Gerais não tem, por excelência, tradição em investigações e ações efetivas nesse campo, exceto por casos isolados realizados pelo DEOEsp, Delegacia de Roubo a Banco e Roubo de Cargas no desbaratamento de quadrilhas.
          Cabe ressaltar que a DEROC vai de encontro aos objetivos governamentais de combate ao crime organizado em nosso Estado, a diminuição da violência para patamares aceitáveis e o aumento da arrecadação do Estado, a exemplo da Operação Celulose (GUSA) com cerca de R$40.000.000,00 (quarenta milhões de reais) de acréscimo na arrecadação após o início das investigações.
 
ANEXO...
 
          Após análise da minuta do projeto, sugiro que o mesmo seja encaminhado ao Senhor Chefe de Polícia, para que se verifique a possibilidade de implementação, por ser medida que requer urgência devido ao crescente avanço do crime organizado nas entranhas da sociedade mineira.
Belo Horizonte, 26 de dezembro de 2007.
Antônio Carlos Corrêa de Faria
Chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais     
          O Projeto DEROC foi aprovado e expandido para quatro delegacias especializadas, comandadas pelos delegados João Prata (já estava no DEOESP) Denilson dos Reis Gomes, Hugo Malhano, Bruno Tasca ( transferidos do DI) e João Octacílio (transferido, a pedido de Faria, de Itabira para o DEOESP). Todos os policiais foram previamente selecionados por Faria que colocou o delegado Fialho, seu adjunto, na coordenação das atividades de inteligencia. O novo chefe DEOESP assumia naquela ocasião a coordenação geral das operações. As equipes se entusiasmaram com a nova metodologia de trabalho policial e as grandes operações foram acontecendo, em uma disputa concorrente sadia, enaltecendo o nome da Polícia Civil, ali representada pelo DEOESP.
      
O “NOVO CANGAÇO”.
           Na segunda metade da década de 2000, aumentaram de forma expressiva os roubos a carros forte. Surge "O Novo Cangaço", modalidade criminosa em que quadrilhas com mais de dez bandidos sitiavam cidades do interior de Minas e outros estados, dominando os quartéis, delegacias e até fóruns. Os bandidos fortemente armados, com fuzis e metralhadoras antiaéreas, dominavam toda a cidade invadida e ainda levavam policiais, autoridades e moradores nas carrocerias de camionetes como reféns, durante as fugas. As investigações em andamento no Departamento de Investigações com a Operação Vandec, tiveram sua continuidade no Novo DEOESP, por se tratar de organização criminosa. A união de duas forças policiais foi preponderante para aniquilar com essas organizações: os policiais das antigas equipes de repressão ao sequestro, com os experientes investigadores de quadrilhas de roubo a bancos da extinta DERB. A estratégia estava armada e a disposição dos policiais seria demonstrada a com as inúmeras prisões de bandidos e o desmantelamento das quadrilhas.
          

       No entanto a polícia não vive apenas de dados positivos e enfrenta índices elevados de violência, novas vertentes criminosas e mortes ligadas ao tráfico de drogas. A modalidade criminosa denominada "Novo Cangaço"é parecida com o bando de “Bonnie & Clyde”, na década de 30, nos Estados Unidos, quando rendiam cidades para roubar bancos, utilizando os possantes Ford V8 dos anos de recessão americana (Vide artigo BANDIDOS). Os bandidos chegam em potentes veículos, geralmente com o apoio de pelo menos uma camionete, onde acomodam seus fuzis com plataforma para fixação. Entram nas cidades como se fossem Lampião e sua tropa de cangaceiros. O “novo cangaço”. Rendem quartéis e delegacias para roubar os bancos dos locais dominados. Mataram e sequestraram policiais e autoridades durante as ações e fugas. A polícia operacional, agora denominada polícia inteligente dá a resposta. É iniciada uma nova etapa de ação policial, a das operações com foco em alvos específicos. Talvez alguns desavisados digam que a Polícia Civil imita a Polícia Federal e seus trabalhos de sucesso. O que é salutar, quando se copia boas experiências e acompanha as mudanças e tecnologias que apresentam resultados positivos. Mas devemos rememorar ações da Polícia Civil mineira na Década de 60 com as Operações Mutum e Aimorés e mais recente, em 1991, a Operação Mucuri e Nova Era, todas de resultados expressivos no âmbito estadual, cujas nomenclaturas tiveram origem na terra das alterosas.

          O início do desmantelamento de uma quadrilha especializada em roubo de carro forte e a bancos na modalidade do “Novo Cangaço” teve seu início com a Operação Fortaleza. Os bandidos, que agiam em vários estados da federação, com várias mortes de policiais e vigilantes, utilizavam de explosivos para arrombar os carros fortes, causando a morte de dois vigilantes em Uberlândia e em Ipatinga, que se encontravam no interior do veículo blindado, quando da explosão. Fuzis .30 e .50 adaptados na traseira de camionetes eram as armas preferidas para a prática de seus crimes. No caso dos bancos, eles rendiam cidades literalmente, invadindo e dominando quartéis e delegacias para em seguida espoliar as agencias bancárias. Ocorreu um caso na Bahia, onde os criminosos assassinaram um policial federal, com o uso de um desses fuzis, atingindo-o mortalmente, quando se encontrava no interior de um helicóptero. Outro fato grave aconteceu entre Betim e Mateus Leme, quando o fuzil . 30 que estava em uma camionete usada por pelos bandidos, disparou contra uma Blazer da Delegacia de Roubo a Bancos que os perseguia. Um dos tiros atingiu em cheio o motor paralisando a viatura instantaneamente, permitindo a fuga dos criminosos. Também o pára-brisa foi alvejado e por muita sorte não atingiu os policiais. Pouco tempo depois, na consecução da “Operação Fortaleza” foram presos vários assaltantes, dentre eles o líder do bando, José Ribamar de Souza, o “Lourinho” e vários outros marginais do seu bando. Um empresário também foi preso por dar cobertura aos marginais. Pouco tempo depois, “Lourinho” um dos marginais do “novo cangaço” mais procurado no Brasil “foge” pela porta da frente da Penitenciária Nelson Hungria. A justiça para esse sanguinário criminoso não tardou, quando, meses depois de sua “fuga”, foi morto na Bahia pela Polícia Federal, junto com um de seus comparsas, quando tentava um novo roubo. 

OPERAÇÃO FORTALEZA 
            No princípio dos anos 2000 até meados da década, em 2005, vários roubos a carro forte foram praticados em Minas Gerais, preferencialmente nas rodovias mineiras. As quadrilhas de forma acintosa, buscavam seus alvos com informações privilegiadas de suas rotas e horários, usando metralhadoras .30, .50 e inovando com o uso de dinamite para parar e abrir os veículos de transporte de valores. Outra inovação foi o uso de caminhões e carretas que eram roubados para bloquear o caminho do carro forte nas rodovias. Mataram vários vigilantes no território mineiro e em outros estados da federação. A Operação Fortaleza foi deflagrada para coibir e prender esses assaltantes. Belo Horizonte, Mateus Leme, Uberlândia e Varginha foram algumas das regiões mineiras onde a quadrilha atuou. Participaram dos trabalhos operacionais, a Delegacia de Repressão ao Roubo a Banco, Carcará (Apoio Aéreo) o GRE e a Coordenação de Investigações da Superintendência Geral de Polícia.
          
OPERAÇÃO MUZAMBINHO

           Em 29 de setembro de 2007, o criminoso Aparecido Rodrigues Alves, vulgo “Mãozinha” foi resgatado da cadeia de Muzambinho, onde policiais civis foram agredidos por bandidos fortemente armados que roubaram as armas da carga da delegacia. A Polícia Civil de Minas Gerais nunca aceitou esse tipo de ação criminosa e sempre buscou sagazmente a apuração e prisão de criminosos que ousam atacar suas unidades. A competência para busca desse tipo de criminosos e quadrilhas era do Departamento de Operações Especiais, o DEOESP e, também neste caso, o Departamento foi acionado para dar o apoio operacional e tático aos policiais da região sul do estado. De forma conjunta foram iniciados os trabalhos, com a participação de vários delegados e agentes do DEOESP, Apoio Aéreo, GRE, Delegacias regionais de Guaxupé e Varginha. A inteligência policial, de forma célere, identificou quadrilha de São Paulo como responsável pela ação criminosa e com planos para novos crimes no território mineiro. A “Operação Muzambinho” foi deflagrada quando os criminosos alugaram uma casa em Três Pontas, onde iniciaram os preparativos para a consumação de roubos a bancos e carro forte no sul do estado. Participaram da operação policiais do DEOESP, GRE e várias regionais do sul de Minas.


 
A Polícia Civil prendeu ontem em Três Pontas, no Sul de Minas, oito suspeitos de integrar quadrilha especializada em roubos a agências bancárias em Minas Gerais e São Paulo. Os acusados planejavam assaltar uma agência na cidade, mas tiveram as ações interrompidas pela polícia. A Operação Muzambinho começou as 5h e teve a participação de 100 policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), do Grupo de Resposta Especial (GRE) e de policiais civis de Alfenas, Varginha, Guaxupé e Três Pontas, contando com apoio de helicóptero. Um casal foi detido no Bairro Alcides Mesquita, em Três Pontas, e seria responsável pelo aluguel de uma casa no Bairro Aristides Vieira, para abrigar seis comparsas de Ribeirão Preto (SP). De acordo com o chefe do Deoesp, delegado Antônio Carlos Corrêa de Faria, há um mês a polícia fazia escuta telefônica dos acusados, que também estariam envolvidos no resgate de Aparecido Rodrigues, o Mãozinha, que estava preso em Muzambinho acusado de tráfico de drogas e que foi detido novamente. Alguns integrantes da quadrilha também teriam roubado, em setembro, armas da Polícia Civil, como pistolas e revólveres. Os policias apreenderam cinco revólveres, cinco celulares, munição, documentos falsos e drogas. “O objetivo da quadrilha era roubar outros bancos e carros fortes na região. Chegamos a recuperar algumas armas em Ribeirão Preto e estamos procurando as outras”, afirmou Faria.""Quadrilha planejava novo assalto a banco. 
Sábado 10 de novembro de 2007- Patrícia Rennó - Estado de Minas

OPERAÇÃO VANDEC/DI-DEOESP E O MINISTÉRIO PÚBLICO
                     Reportagem do Fantástico sobre "Novos Cangaceiros" e a importante participação da Polícia Civil de Minas Gerais.

     Uma das primeiras operações que obedecia a novos critérios metodológicos e que obteve um dos melhores resultados. Logo após o roubo de São Gotardo, em 2007, quando bandidos do “novo cangaço” mataram um policial militar, sequestraram um juiz, o delegado e outros militares, o Departamento de Investigações assume as investigações com a 2ª Delegacia de Roubo a Banco e policiais experientes do setor de inteligência. O Ministério Público especializado no combate ao crime organizado é convidado. Contatos com policiais dos estados de Goiânia, Pará e Maranhão são realizados e é iniciada a “Operação Vandec”. Foi a operação da Polícia Civil mineira que demandou o maior apoio logístico e de pessoal, com incursões nos estados de Goiás, Pará e Maranhão. O resultado foram prisões em todos os três estados e a desarticulação de uma quadrilha que agia com requintes de crueldade e covardia em vários estados da federação, desmoralizando o aparato policial pela sua organização, estratégia e poder bélico. No entanto, nossos policiais mineiros que atuam na linha de frente (operacional ou de inteligência policial), são os melhores no que fazem. Se parte de nossa sociedade e da mídia não têm essa consciência, com certeza, os bandidos de alto potencial ofensivo, tem o discernimento da competência profissional do policial civil mineiro. Esta operação teve três anos de duração e para facilitar as ações policiais foi subdividida em fases I, II e III, além das operações pontuais, como a Operação Marlboro. (Informações detalhadas do trabalho policial serão registradas em Órgãos Policiais/Operação Vandec).
As fotos a seguir registram a conclusão da Operação Vandec com a prisão dos últimos bandidos e a apreensão da .50 usada em vários roubos nos diversos estados brasileiros. Faria, Chefe DEOESP, André Ubaldino, procurador de justiça e Marco Antonio Monteiro, Chefe de Polícia, na apresentação da operação. Na segunda foto, parte dos policiais responsáveis pelas investigações e operação.
          Esta operação foi a conclusão exitosa de um eficiente trabalho policial, de parceria do DEOESP com o Ministério Público. As atividades de investigação da "Operação Vandec" tiveram início a partir dos roubos a bancos em São Gotardo, quando a cidade foi sitiada, um policial militar foi barbaramente assassinado, juiz, delegado, policiais militares e um civil foram levados como reféns durante a fuga dos criminosos.  De janeiro de 2007 a fevereiro de 2009, cerca de 40 perigosos bandidos foram presos em diversos estados da federação, como Goiânia, Ceará, Maranhão, Tocantins e São Paulo. A maior quadrilha de roubo a bancos na modalidade de "Novo Cangaço" foi totalmente desarticulada. A conclusão da "Operação Vandec se deu com a  prisão de seis dos piores criminosos que atuavam em nosso país. Dentre eles, João Ferreira Lima, o "João de Goiânia", preso no estado do tocantins com a metralhadora antiaérea .50, usada em diversos roubos a carro forte e bancos. "Alemão" e "Velho Jorge", criminosos responsáveis por vários crimes e também de alta periculosidade, forma presos na mesma operação em São Paulo. João ferreira Lima, ao ser interrogado pelos delegados Faria, Wanderson, João Octacílio e o promotor Rodrigo Fonte Boa, confessou sua participação na quadrilha e uma série de crimes que envolveram as mortes de vigilantes de empresa de valores durante os roubos. Assumiu ainda, o assassinato do Senador Olavo Pires, cujo crime, até então, não tinha autoria após quase 20 anos de sua consumação.
"Preso em Minas Gerais matador de Olavo Pires- Jornal de Rondônia
           A prisão de uma das maiores quadrilhas do país hoje, em Minas Gerais, acabou colocando a polícia diante de João Ferreira Lima, o "João de Goiânia", que confessou entre mais que 20 assaltos e ser o assassino do ex-senador Olavo Pires, que foi metralhado quando chegava à Vepesa, empresa dele, em Porto Velho, em novembro de 1990. Olavo Pires (PTB) disputava o segundo turno das eleições para o governo de Rondônia. A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu seis suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubo a bancos e carro fortes, sequestros, latrocínios, roubo de armas de uso exclusivo do Exército e na invasão de delegacias e quartéis. As informações são da Polícia Civil de Minas Gerais. Alguns dos integrantes da quadrilha já haviam sido presos em novembro e dezembro últimos, mas as prisões não foram divulgadas para não prejudicar o desdobramento das investigações, que culminaram com a prisão, no último domingo, de João Ferreira Lima, o João de Goiânia, também conhecido como o homem da .50, e Gilmar Vilarindo de Moura, o “Alemão”. Os dois estavam entre os presos mais procurados do país, segundo a polícia.Com os dois, a polícia apreendeu uma metralhadora antiaérea e antitanque marca Browing .50, adquirida no Paraguai por R$200.000,00."

Todas as informações sobre esta ação policial serão inseridas no artigo: Home/Órgãos Policiais/OPERAÇÃO VANDEC/DI/DEOESP/DEPATRI, neste site.
  
OPERAÇÃO FOX SIERRA - DEOESP/RJ.
A Ascensão e Queda Vertiginosa do Falso Sequestro
     Proliferaram os falsos sequestros e extorsões originadas de presídios do Rio de Janeiro aumentando assustadoramente as estatísticas. Pelo menos duas pessoas morreram de ataques cardíacos durante as investidas dos marginais, através de ligações telefônicas, onde ameaçavam matar filhos das vítimas que estariam em seu poder. Do outro lado da linha, um dos bandidos simulava o choro da “vítima” sequestrada, pedindo socorro. Apesar de a Justiça mineira entender, de forma legal, que a competência originária seria do Rio de Janeiro, mais uma vez a polícia operacional mineira deu sua resposta e em parceria com policiais daquele estado, conseguiram identificar, prender 13 criminosos e desarticular a quadrilha. Alguns desses bandidos foram presos dentro de Penitenciárias do Rio de Janeiro, onde eram realizadas as ligações telefônicas. O Chefe DEOESP procurou o juiz Ricardo Veras, da Vara de Inquéritos, que diante dos argumentos, concordou que as investigações fossem iniciadas pelo DEOESP e na conclusão seria decidida a competência jurisdicional. Os trabalhos foram presididos pelo delegado João Octacílio e sua equipe. O número de 109 registros de falsos sequestros recebidos pelo DEOESP em agosto de 2008 caiu para três em novembro do mesmo ano, logo após a investida policial. No entanto a polícia sabe que os criminosos não param e geralmente, quando um tipo de delito sofre repressão mais severa, migram para nova modalidade criminosa. Entendemos que este trabalho policial merece nosso reconhecimento por ser um fato histórico nos anais do DEOESP. 

 Manchetes: Polícia de Minas e Rio se unem e dão fim a quadrilha que agia de dentro de presídios" Jornal Aqui. "Vendedora Sofre Enfarte Durante Falso Sequestro". "Polícia Prende 13 falsos sequestradores". "Com Sotaque Carioca". 7/12/07
       
OPERAÇÃO PARAGUAI
          Operação que resultou na maior apreensão de armas e munições pela Polícia Civil de Minas Gerais. Trabalho da 1ª Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas, do DEOESP, teve seus trabalhos coordenados pelos delegados Faria e Hugo Malhano, com o apoio do Procurador de Justiça, André Ubaldino e do promotor Rodrigo Fonte Boa, do Grupo de Combate ao Crime Organizado. O inspetor “Cabelinho” e os policiais Resende, Hott e Pinheiro foram os responsáveis pela investigação que colocou atrás das grades a quadrilha que fazia o tráfico internacional de armas e munições.

“Arma ilegal do Paraguai abastece o crime em MG.” Jornal Hoje em Dia - 8/10/07.
 
São Paulo - A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu na última quinta-feira em Belo Horizonte quatro integrantes de uma quadrilha especializada no tráfico internacional de armas para o abastecimento do mercado de drogas em Minas Gerais. A ação fez parte da Operação Paraguai. De acordo com Antonio Carlos Corrêa de Faria, chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais, a polícia monitorava a quadrilha há mais de 60 dias. Por volta das 22h de quinta-feira recebeu uma denúncia de que a quadrilha iria entregar um carregamento de armas. "Os policiais foram até o local e conseguiram surpreender os traficantes", afirmou. Foram presos os traficantes Olívio Caetano de Oliveira, tido como o chefe da organização, Ronaldo dos Santos Oliveira, Wanderson Alves da Silva e André Evaristo de Paula. Dois paraguaios identificados apenas como Simbad e Renato estão foragidos. Os presos serão encaminhados à carceragem do bairro São Cristovão, em Minas Gerais. Durante a operação a polícia também aprendeu uma caminhonete com 23 pistolas, 20 mil munições, rifles e espingardas. Segundo Faria, as armas têm origem na Alemanha, Itália, Israel e Argentina.  A Operação Paraguai irá continuar, já que a polícia acredita que a quadrilha é bem maior. "Além dos traficantes, há muitos caminhoneiros envolvidos. Precisamos prosseguir com a investigação", afirmou. A ação foi realizada em conjunto com a Primeira Delegacia Especializada de Operações Especiais-DEOESP, Delegacia Especializada de  Repressão à Organização Criminosa (Deroc) e o Ministério Público.

OPERAÇÃO ZUMBI 
           A operação Zumbi teve início na antiga Superintendência Geral de Polícia, quando o Coordenador de Operações, delegado Faria, reuniu com Noronha, superintendente de pagamentos da SEPLAG,  e fizeram um acordo de trabalho conjunto da Polícia Civil com aquele órgão, em 2003. Durante cinco anos este trabalho foi executado sob a coordenação desses dois servidores, acumulando uma série de grandes resultados e a diminuição considerável das fraudes contra o erário público, em relação à continuidade de pagamentos a servidores falecidos, através de artifícios de familiares dos mortos, dai o nome "Operação Zumbi". Quando Faria assumiu o DI e posteriormente o DEOESP, a SEPLAG não abriu mão da continuidade dos trabalhos com os mesmos policiais, dada a confiabilidade e os resultados obtidos. Esta operação consistia em diversas ações pontuais em Minas Gerais e outros estados da federação e envolveram uma série de delegados, escrivães e investigadores que, pela primeira vez, até aquele período, viajavam com suas diárias pagas com antecedência para a realização das diligencias. Esta foi uma exigência do delegado que a parceria fosse fechada. Dentre os policiais que participaram ativamente destacamos: delegado Nelson Fialho, que presidiu e coordenou uma série de casos, como adjunto do DEOESP. Investigador Geovani, escrivães, Brás, Ofélia e Nelson, dentre tantos outros.

 2008-OPERAÇÃO ANDES     
          A Operação Andes foi ação da Polícia Civil de Minas Gerais que teve o seu desfecho simultaneamente em quatro estados da federação: Minas, Bahia, Espírito Santo e São Paulo. Teve início com o trabalho integrado entre o DEOESP e a Delegacia Regional de Teófilo Otoni para repressão ao tráfico de drogas e uma série de assassinatos que atingiu a cifra de cerca de 50 mortes por causa da mercancia de drogas. Operação que produziu resultados dos mais positivos através da integração dos trabalhos entre a Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário de Teófilo Otoni. Cerca de 40 criminosos foram presos e foi desarticulada uma rede de tráfico e homicídios do eixo BH/Teófilo Otoni.
  
            Essa operação mobilizou cerca de 30 policiais do DEOESP e Teófilo Otoni, com ação nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo (Vitória), São Paulo (Santos) e Bahia (Porto Seguro). Participação efetiva dos delegados Denílson dos Reis Gomes, Hugo Malhano, João Octacílio, “Cabelinho”, Resende, Rochinha, Edir, Hott, Grijó, Zé João, Wagner Pinheiro, João Carlos e vários outros policiais com a coordenação do delegado Faria, pela repressão às organizações criminosas e Isaías Pontes por Teófilo Otoni. Apesar de não demonstrar de forma transparente os efeitos desse tipo de operação, na realidade é constatado estatisticamente o número decrescente de homicídios nos locais de ação da organização criminosa desarticulada.
Abaixo, reportagens sobre a operação e foto da equipe responsável pela coordenação, presidência, inteligencia, informações prisionais e ações do Ministério Público para dar celeridade às ações policiais. Delegados de Teófilo Otoni, DEPATRI/DEOESP, SUAPI e promotor de Teófilo Otoni na apresentação das ações desenvolvidas.

     
"O poder de fogo de acusados de tráfico no Morro das Pedras, na Região Oeste de Belo Horizonte, sofreu forte abalo nos últimos dias, depois de operação da Polícia Civil. A corporação informa ter evitado a compra de quatro armas de grosso calibre importadas, trazidos a Minas por traficantes do Rio de Janeiro. Envolvidos em um cobertor, foram apreendidos um fuzil do modelo norte-americano AR-15, um fuzil de origem israelense AK-47, uma Herstal Belgique calibre 7 mm, da Bélgica, e uma Winchester norte-americana com luneta acoplada. Um informante teria repassado à polícia informações sobre o horário e o local da transação, um posto de combustível desativado no Bairro Jardim Alterosa, em Betim, na Grande BH. Agentes estiveram no local na hora da venda, mas os envolvidos teriam fugido depois de troca de tiros. No início da semana, a polícia prendeu os traficantes Márcio Tadeu Lopes Coelho, mais conhecido como Marcinho VP, e Roger Quaresma Hussin, o Fala Mansa. Eles teriam assumido a chefia do tráfico no Morro das Pedras depois da prisão do traficante Anderson Ferreira Santos, o Andinho, braço direito do traficante Carlos Alexandre da Silva Juscelino, o Nem Sem Terra, que também está preso. Márcio e Roger estavam com mandado de prisão em aberto e eram procurados pela Polícia Militar. A dupla se escondia em Betim com a ajuda de Roberto Carlos Moreira de Andrade, Marcelino Ribeiro do Norte e Wilton Pereira de Novais, o Coroa, que também foram presos. As balas dos fuzis AR-15 e AK-47 apreendidos pela polícia atingem até dois quilômetros de distância, em menos de três segundos. São capazes de disparar mais de 600 tiros por minuto. Todos os presos negaram envolvimento com a comercialização das armas, que ocorreu há um mês e meio. A polícia acreditava que Roger participaria da venda, mas agentes que estiveram no local dizem que ele enviou representantes. O armamento e os presos foram apresentados ontem. Para o chefe do Departamento de Investigação de Crimes contra o Patrimônio, delegado Antônio Carlos Faria, a ação marca o encerramento da operação, que nos últimos anos mobilizou dezenas de policiais em Minas Gerais. O objetivo era prender os integrantes de uma das maiores organizações criminosas do estado, que atuava em Belo Horizonte, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e outros municípios do interior de Minas. Escutas telefônicas, feitas com autorização da Justiça, revelam que integrantes do grupo mantinham estreita relação com as maiores quadrilhas de tráfico do Rio e São Paulo. Em abril foram presos 23 suspeitos de envolvimento com o grupo. Em novembro de 2006, já tinham sido detidos 41 acusados nos vales do Mucuri e do Jequitinhonha, na Operação Êxodus, seqüência da Operação Gênesis, que havia prendido outros 29, em dezembro de 2005. Teófilo Otoni era considerada cidade estratégica para o tráfico, por ser cortada pela BR-116." 
"Polícia prende quadrilha com arsenal de guerra na capital Renato Weil/EM/D.A Press A quadrilha utilizava um verdadeiro arsenal de guerra para comandar o tráfico no Morro das Pedras. 

2008. OPERAÇÃO HIDRANTE


         Em ações ousadas, vistas antes somente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, criminosos iniciaram uma série de atentados contra agencias bancárias e ônibus em Belo Horizonte e Contagem. E os policiais de Minas não poderiam deixar que aqueles atentados tivessem continuidade e chegassem aos patamares dos atos de terrorismo que ocorreram pouco tempo antes na capital paulista. O subsecretário de Defesa Social assumiu pessoalmente o gerenciamento de gestão da operação. O Delegado Faria assumiu a coordenação operacional pelo DEOESP, Coronel Wilson pela PM2 e Genilson, Superintendente da SUAPI com as informações prisionais. Rapidamente os bandidos foram identificados e presos, incluindo alguns que já cumpriam penas em penitenciárias.

2008. O FIM DE DOIS GRANDES DEPARTAMENTOS OPERACIONAIS DE MINAS GERAIS

Acima as fotos do Departamento de Investigações, do Projeto de revitalização em 2005. Logo DI 2005. Prédio DEOESP reformado em 2008. Logo 2008.
        Em 2008, os dois maiores departamentos operacionais de Minas Gerais foram extintos, justamente no ano do aniversário de cinquentenário dos mesmos. Apesar de toda a eficiência demonstrada com os inúmeros êxitos em operações e a necessidade institucional de um Departamento de Repressão às Organizações Criminosas, o DEOESP foi extinto e toda sua estrutura foi transferida para o prédio da antiga Delegacia de Tóxicos, na Gameleira, onde teve que ser novamente remodelado, se tornando uma Divisão policial, que acabou engolindo o novo departamento ao qual passou a integrar, o DEPATRI, ou Departamento de Investigações Sobre Crimes Contra o Patrimônio, como alguns queriam. O nome DEOESP, uma velha e valiosa herança dos abnegados policiais que por ali passaram, foi mantido em homenagem aos mesmos e a bela história deixada como legado. O DEOESP passou a ser a Divisão Especializada de Operações Estratégico-Policiais e sua nova história pode ser vista em Órgãos Operacionais/DEOESP/Gameleira com competência voltada para a repressão às organizações criminosas.
         Para o projeto de integração entre as polícias civil e militar, são criados outros dezesseis departamentos com áreas geográficas idênticas entre as duas instituições. E os resultados do novo Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais não demoram a surgir a partir das novas operações que são desencadeadas com a mudança do DEOESP para o prédio da Gameleira, por questões estratégicas. Naquele local, a antiga carceragem da Divisão de Tóxicos é desativada em 2008, desonerando a Polícia Civil de mais um fardo. É a quebra de velhas culturas investigativas e a implantação novos paradigmas policiais.
          No interior do estado são criados 14 Departamentos de Polícia que passaram a substituir a antiga e obsoleta Superintendência Regional de Segurança Pública. Os novos Departamentos da capital e interior, à exceção dos departamentos especializados passaram a ter em sua área de atuação as delegacias regionais, facilitando e desburocratizando a relação entre as unidades policiais e o tramite com as chefias. Os chefes de departamento passaram a ter reuniões periódicas com o superintendente geral, que posteriormente ganhou nova nomenclatura com a Superintendência de Investigações e Polícia Judiciária. Nas reuniões eram debatidos temas diversos de interesse da Polícia Civil, além do controle de produtividade e desempenho dos policiais. Dessas reuniões, o conteúdo e pauta discutidos eram repassados mensalmente aos delegados regionais, que, por sua vez, eram obrigados a levar os assuntos aos delegados de sua área de competência.

     
EM CONSTRUÇÃO. FALTA INSERÇÃO DE CONTEÚDO.

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