Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Britânicos identificam desaparecidos da ditadura

09 de dezembro, 2002 - Publicado às 14h24 GMT
Britânicos identificam desaparecidos da ditadura
Cerca de 1,2 mil corpos serão avaliados pela equipe
Cerca de 1,2 mil corpos serão avaliados pela equipe
Cientistas britânicos estão ajudando pesquisadores brasileiros a identificar cerca de 1,2 mil corpos de desaparecidos políticos durante a ditadura militar, que durou 21 anos e terminou em 1985.

No início dos anos 90, o cemitério clandestino de Perus foi descoberto nos arredores de São Paulo. Em 1995, o Ministério da Justiça do Brasil criou uma comissão para investigar o destino dos desaparecidos políticos.

Mas somente agora, em 2002, é que o conteúdo do cemitério começará a ser avaliado, por meio de uma parceria entre cientistas forenses da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, e da Universidade de São Paulo (USP).

Os cientistas esperam identificar os corpos através de novas técnicas de extração de DNA, o código genético humano.

Roupas e rostos

O pesquisador inglês Martin Evison disse que alguns corpos possuem roupas, acessórios e outras marcas identificáveis, como o DNA de parentes, que pode ser cruzado com o material genético extraído dos ossos das vítimas.

Outros corpos serão avaliados de uma forma diferente, com a obtenção das chamadas "provas antropológicas forenses", como gênero, provável idade e histórico médico. Outra alternativa é o uso de técnicas de reconstrução facial.

Os rostos reconstruídos seriam, então, divulgados na mídia brasileira na esperança de que parentes reconhecessem as vítimas.

"Estou feliz com o resultado das pesquisas até agora, já que conseguimos extrair DNA dos corpos, o que achávamos que seria muito difícil por causa do calor e da umidade do local", explicou Evison.

Como quase todo o DNA das vítimas já havia desaparecido, os cientistas estão usando uma técnica de purificação de DNA para obter melhores resultados.

"O processo envolve a descalcificação do osso, usando uma enzima especial para dissolver a protéina. Depois, adicionamos o composto químico sílica ao DNA, que lava as impurezas do material", conta o cientista.

"Esperamos passar a informação às autoridades e à opinião pública, para que eles decidam o que precisa ser feito", diz Martin Evison.


Nenhum comentário:

Postar um comentário