Quinta, 12 de julho de 2007
Guerra terceirizada. EUA recrutam mercenários chilenos para o Iraque
A empresa responsável pela contratação é uma filial da norte-americana Blackwater e tem contatos com ex-pinochetistas, a marinha norte-americana e a CIA. Homens armados do Chile, Peru, Hondruas e Colômbia fazem parte de um exército irregular de 20 mil homens. A reportagem é de María Laura Carpineta para o jornal argentino Página/12, 10-07-2007. A tradução é do Cepat.
Em 2003, o Chile se negou a apoiar a invasão e posterior guerra no Iraque. Entretanto, nos últimos quatro anos mais de mil ex-soldados e oficiais de suas forças armadas combateram ou realizaram tarefas de segurança ali. Seus homens fazem parte do segundo maior contingente militar, depois do norte-americano. As Nações Unidascalculam que 20 mil mercenários estão atualmente no Iraque, a maioria procedente de países latino-americanos, como o Chile, Peru, Honduras e Colômbia. Uma missão do grupo de trabalho da ONU sobre contratação demercenários chegou ontem [dia 09-07] a Santiago para investigar o recrutamento das milícias privadas. A empresa contratante é uma filial da norte-americana Blackwater e tem contatos com ex-pinochetistas, a marinha norte-americana e a CIA.
Em outubro de 2003, o jornal chileno La Tercera publicou um anúncio da empresa consultora com sede em Washington DC, a Rede Tática, em que procurava ex-oficiais “preferencialmente de forças especiais, com saúde compatível e com domínio do inglês”. A empresa explicou mais tarde que a procura era para realizar tarefas de consultoria portuária. No entanto, o presidente da Blackwater nos Estados Unidos, Gary Jackson, dizia outra coisa ao jornal britânico The Guardian. “Vamos até o fim do mundo em busca de profissionais, e os comandos chilenos são muito profissionais e se ajustam ao sistema da Blackwater”, assinala. O sistema da Blackwater é simples. Contratam soldados retirados no Terceiro Mundo, treinam-nos muitas vezes em seus próprios países – às vezes inclusive com a ajuda das forças armadas locais – e colocam-nos como agentes de segurança privada em lugares de alto risco, como as embaixadas ocidentais ou as bases militares estrangeiras no Iraque.
No Chile este esquema de recrutamento foi descoberto primeira vez em 2003, quando cerca de cem oficiais retirados foram recrutados para realizar tarefas de vigilância no Iraque e Afeganistão. Segundo denúncias que a Justiça Militar investiga, foram treinados no país com armamento leve fornecido por militares na ativa. O recrutamento de mercenários voltou a ganhar as manchetes no final de 2005, quando 105 militares retirados chilenos foram expulsos de Honduras, onde treinavam junto com outros latino-americanos antes de viajar aoOriente Médio. Os ex-oficiais foram repatriados a Santiago. No entanto, gradualmente foram deixando o país novamente com destino ao Iraque.
De acordo com seus dados, mais de mil ex-soldados teriam trabalhado como segurança privada no Iraque. Para o senador socialista Alejandro Navarro, um dos primeiro a trazer à tona a existência de mercenários no país, o número é muito maior. “Nossos relatórios sustentam que ao redor de 2.200 viajaram para o Iraque e voltaram aoChile desde a invasão”, garantiu o parlamentar da situação a este jornal. Suas fontes, explicou, são familiares dos ex-militares contratados e inclusive os próprios mercenários, que de volta ao Chile se queixam de maus tratos e de não terem recebido os salários prometidos. Enquanto o governo norte-americano paga entre sete e dez mil dólares mensais às empresas contratantes, estas oferecem não mais de 1.200 dólares.
Tanto os relatórios de Navarro como os da ONU se centram na Rede Tática e na figura de seu presidente,José Miguel Pizarro. Pizarro é um ex-tenente da artilharia do exército chileno, que em 1995 decidiu deixar a instituição e mudar-se para os Estados Unidos. Ali não mudou muito seus hábitos. Ingressou no corpo da infantaria da Marinha e mais tarde voltou a usar o uniforme para se converter em consultor na capital norte-americana. Em seu currículo também se destacam suas aparições esporádicas como analista na cadeia CNN, que o apresenta como “especialista em conflitos bélicos”, e por seus vínculos com pessoas e empresas próximas àCIA. Além disso, seu encarregado de relações comerciais em Santiago, Herman Brady, é filho de um ex-Ministro da Defesa da ditadura de Augusto Pinochet.
Pizarro é procurado pela Justiça chilena e pela ONU. Seu escritório em Santiago, no entanto, segue recrutando. “Confirmamos que 45 chilenos saíram nestas últimas semanas. Eles têm visto de turista e seu destino é o Uruguaiou a Jordânia. Ali fecham os contratos e são enviados a centros de treinamento ou diretamente para o Iraque”, explicou Navarro. Segundo o senador, muitas vezes os fazem assinar os contratos em pleno vôo a fim de evitar que caiam sob jurisdição do país de origem. “Todas as irregularidades estão cobertas pelos contratos de confidencialidade”, acrescentou.
Guerra terceirizada. EUA recrutam mercenários chilenos para o Iraque
A Xe, antigamente conhecida como Blackwater, é atualmente o maior exército mercenário do mundo, com diversos contratos com o governo do EUA, atuaram muito no Iraque, causando muitas mortes de civis, pois graças a uma jogada politica, eles são imunes à Justiça iraquiana e não estão sujeitos à disciplina das forças regulares americanas.
A blackwater sempre esteve envolvida em escândalos, um dos maiores deles envolveu o dono da empresa, onde foi acusado de matar 17 concorrentes de outras empresas do tipo. O cara é do mal mesmo.
Estima-se que a empresa já faturou mais de 1 bilhão em contratos, os mercenários ganham salários bastante generosos, nem se compara com as Forças Armadas.
A Blackwater foi criada naCarolina do Norte em1996. Nas redondezas há um pântano de águas negras, por isso o nome: Blackwater.
A empresa possui mais de 2,3 mil seguranças particulares operando em nove países, inclusive dentro dos EUA. Possuem um banco com mais de 21 mil ex-agentes e soldados de Forças Especiais e policiais aposentados, que pode convocar a qualquer momento. A companhia possui uma frota particular de mais de vinte aeronaves (incluindo “Super Tucanos”, helicópteros de combate e zepelins e aviões não-tripulados de reconhecimento). O quartel general possui 28 quilômetros quadrados em Moycock, na Carolina do Norte.
É a maior instalação militar privada do mundo! Além disso, é a mais moderna, realiza o treinamento de agentes da lei locais ou federais (FBI, por exemplo), bem como, soldados de países “amigos”.
A Blackwater está construindo outros campos pelos EUA e um de treinamento na selva filipina. Os agentes da companhia são do mundo todo (Filipinas, Chile, Nepal, Colômbia, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá e Peru), mas de países com longa ficha de ditaduras e desrespeito aos direitos humanos. Na seleção da Blackwater, os inscritos indicam sua experiência com o fuzil AK-47, Glock 19, M-16, carabinas M-4, metralhadoras, morteiros, foguetes e granadas, assim como se já pertenceram ou atuaram como franco atiradores, pilotos, peritos em explosivos e experiência em unidades de assalto.
O dono da companhia é Erik Prince, um bilionário, com grandes doações para candidatos republicanos. Erik, embora rico, fez parte doSEAL Team 8, da Marinha.
Permaneceu por 4 anos na elite das forças armadas americanas e se associou a Al Clark para fundar a empresa. Al Clark foi durante onze anos um dos principais instrutores de tiro da elite da unidade (SEAL), ou seja, instruía a elite de atiradores da unidade de elite de todas as forças armadas da maior potência militar do planeta. O conceito da empresa nasceu para superar os campos de treinamento da elite das forças americanas.
Os dois queriam um campo de treinamento superior a tudo que existia até então. Conseguiram, hoje a Blackwater possui um centro de referencia mundial no treinamento de agentes. Inclusive, a empresa exporta tecnologia de treinamento, como alvos móveis e cenários “reais” de conflitos.
A companhia produz carros blindados e aviões espiões (chamado Polars) para o governo dos EUA, em suma, é uma empresa de porte transnacional.
Blackwater (Xe) – O Maior exército mercenário do mundo. | 100 fresKura
Em 2003, o Chile se negou a apoiar a invasão e posterior guerra no Iraque. Entretanto, nos últimos quatro anos mais de mil ex-soldados e oficiais de suas forças armadas combateram ou realizaram tarefas de segurança ali. Seus homens fazem parte do segundo maior contingente militar, depois do norte-americano. As Nações Unidascalculam que 20 mil mercenários estão atualmente no Iraque, a maioria procedente de países latino-americanos, como o Chile, Peru, Honduras e Colômbia. Uma missão do grupo de trabalho da ONU sobre contratação demercenários chegou ontem [dia 09-07] a Santiago para investigar o recrutamento das milícias privadas. A empresa contratante é uma filial da norte-americana Blackwater e tem contatos com ex-pinochetistas, a marinha norte-americana e a CIA.
Em outubro de 2003, o jornal chileno La Tercera publicou um anúncio da empresa consultora com sede em Washington DC, a Rede Tática, em que procurava ex-oficiais “preferencialmente de forças especiais, com saúde compatível e com domínio do inglês”. A empresa explicou mais tarde que a procura era para realizar tarefas de consultoria portuária. No entanto, o presidente da Blackwater nos Estados Unidos, Gary Jackson, dizia outra coisa ao jornal britânico The Guardian. “Vamos até o fim do mundo em busca de profissionais, e os comandos chilenos são muito profissionais e se ajustam ao sistema da Blackwater”, assinala. O sistema da Blackwater é simples. Contratam soldados retirados no Terceiro Mundo, treinam-nos muitas vezes em seus próprios países – às vezes inclusive com a ajuda das forças armadas locais – e colocam-nos como agentes de segurança privada em lugares de alto risco, como as embaixadas ocidentais ou as bases militares estrangeiras no Iraque.
No Chile este esquema de recrutamento foi descoberto primeira vez em 2003, quando cerca de cem oficiais retirados foram recrutados para realizar tarefas de vigilância no Iraque e Afeganistão. Segundo denúncias que a Justiça Militar investiga, foram treinados no país com armamento leve fornecido por militares na ativa. O recrutamento de mercenários voltou a ganhar as manchetes no final de 2005, quando 105 militares retirados chilenos foram expulsos de Honduras, onde treinavam junto com outros latino-americanos antes de viajar aoOriente Médio. Os ex-oficiais foram repatriados a Santiago. No entanto, gradualmente foram deixando o país novamente com destino ao Iraque.
De acordo com seus dados, mais de mil ex-soldados teriam trabalhado como segurança privada no Iraque. Para o senador socialista Alejandro Navarro, um dos primeiro a trazer à tona a existência de mercenários no país, o número é muito maior. “Nossos relatórios sustentam que ao redor de 2.200 viajaram para o Iraque e voltaram aoChile desde a invasão”, garantiu o parlamentar da situação a este jornal. Suas fontes, explicou, são familiares dos ex-militares contratados e inclusive os próprios mercenários, que de volta ao Chile se queixam de maus tratos e de não terem recebido os salários prometidos. Enquanto o governo norte-americano paga entre sete e dez mil dólares mensais às empresas contratantes, estas oferecem não mais de 1.200 dólares.
Tanto os relatórios de Navarro como os da ONU se centram na Rede Tática e na figura de seu presidente,José Miguel Pizarro. Pizarro é um ex-tenente da artilharia do exército chileno, que em 1995 decidiu deixar a instituição e mudar-se para os Estados Unidos. Ali não mudou muito seus hábitos. Ingressou no corpo da infantaria da Marinha e mais tarde voltou a usar o uniforme para se converter em consultor na capital norte-americana. Em seu currículo também se destacam suas aparições esporádicas como analista na cadeia CNN, que o apresenta como “especialista em conflitos bélicos”, e por seus vínculos com pessoas e empresas próximas àCIA. Além disso, seu encarregado de relações comerciais em Santiago, Herman Brady, é filho de um ex-Ministro da Defesa da ditadura de Augusto Pinochet.
Pizarro é procurado pela Justiça chilena e pela ONU. Seu escritório em Santiago, no entanto, segue recrutando. “Confirmamos que 45 chilenos saíram nestas últimas semanas. Eles têm visto de turista e seu destino é o Uruguaiou a Jordânia. Ali fecham os contratos e são enviados a centros de treinamento ou diretamente para o Iraque”, explicou Navarro. Segundo o senador, muitas vezes os fazem assinar os contratos em pleno vôo a fim de evitar que caiam sob jurisdição do país de origem. “Todas as irregularidades estão cobertas pelos contratos de confidencialidade”, acrescentou.
Guerra terceirizada. EUA recrutam mercenários chilenos para o Iraque
Blackwater (Xe) – O Maior exército mercenário do mundo.
A Xe, antigamente conhecida como Blackwater, é atualmente o maior exército mercenário do mundo, com diversos contratos com o governo do EUA, atuaram muito no Iraque, causando muitas mortes de civis, pois graças a uma jogada politica, eles são imunes à Justiça iraquiana e não estão sujeitos à disciplina das forças regulares americanas.
A blackwater sempre esteve envolvida em escândalos, um dos maiores deles envolveu o dono da empresa, onde foi acusado de matar 17 concorrentes de outras empresas do tipo. O cara é do mal mesmo.
Estima-se que a empresa já faturou mais de 1 bilhão em contratos, os mercenários ganham salários bastante generosos, nem se compara com as Forças Armadas.
A Blackwater foi criada naCarolina do Norte em1996. Nas redondezas há um pântano de águas negras, por isso o nome: Blackwater.
A empresa possui mais de 2,3 mil seguranças particulares operando em nove países, inclusive dentro dos EUA. Possuem um banco com mais de 21 mil ex-agentes e soldados de Forças Especiais e policiais aposentados, que pode convocar a qualquer momento. A companhia possui uma frota particular de mais de vinte aeronaves (incluindo “Super Tucanos”, helicópteros de combate e zepelins e aviões não-tripulados de reconhecimento). O quartel general possui 28 quilômetros quadrados em Moycock, na Carolina do Norte.
É a maior instalação militar privada do mundo! Além disso, é a mais moderna, realiza o treinamento de agentes da lei locais ou federais (FBI, por exemplo), bem como, soldados de países “amigos”.
A Blackwater está construindo outros campos pelos EUA e um de treinamento na selva filipina. Os agentes da companhia são do mundo todo (Filipinas, Chile, Nepal, Colômbia, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá e Peru), mas de países com longa ficha de ditaduras e desrespeito aos direitos humanos. Na seleção da Blackwater, os inscritos indicam sua experiência com o fuzil AK-47, Glock 19, M-16, carabinas M-4, metralhadoras, morteiros, foguetes e granadas, assim como se já pertenceram ou atuaram como franco atiradores, pilotos, peritos em explosivos e experiência em unidades de assalto.
O dono da companhia é Erik Prince, um bilionário, com grandes doações para candidatos republicanos. Erik, embora rico, fez parte doSEAL Team 8, da Marinha.
Permaneceu por 4 anos na elite das forças armadas americanas e se associou a Al Clark para fundar a empresa. Al Clark foi durante onze anos um dos principais instrutores de tiro da elite da unidade (SEAL), ou seja, instruía a elite de atiradores da unidade de elite de todas as forças armadas da maior potência militar do planeta. O conceito da empresa nasceu para superar os campos de treinamento da elite das forças americanas.
Os dois queriam um campo de treinamento superior a tudo que existia até então. Conseguiram, hoje a Blackwater possui um centro de referencia mundial no treinamento de agentes. Inclusive, a empresa exporta tecnologia de treinamento, como alvos móveis e cenários “reais” de conflitos.
A companhia produz carros blindados e aviões espiões (chamado Polars) para o governo dos EUA, em suma, é uma empresa de porte transnacional.
Blackwater (Xe) – O Maior exército mercenário do mundo. | 100 fresKura
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