Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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sábado, 31 de maio de 2014

PM apura denúncia de agressões de policiais a motociclistas

17/11/2011 - 13h15

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Câmeras de circuito de segurança de comércio filmaram abordagem policial

A Corregedoria da Polícia Militar do Amapá investiga uma denúncia de agressões que teriam sido cometidas por policiais militares contra quatro motociclistas, na manhã de terça-feira (15), em Macapá. De acordo com a PM, o caso ocorreu na Zona Sul da cidade, no bairro Zerão. Os três policiais suspeitos já foram afastados de atividades operacionais.

De acordo com o que consta no boletim de ocorrência registrado pelas vítimas, segundo a Polícia Civil, os motociclistas foram abordados e agredidos sem motivo aparente, quando estavam reunidos em frente a um estabelecimento comercial. As câmeras do circuito de segurança do comércio registraram as agressões e foram anexadas ao inquérito policial militar que investiga o caso.

Na versão dos policiais, que prestaram depoimento à Corregedoria ainda na terça-feira, eles foram acionados após uma denúncia de que os motociclistas tentavam invadir um estabelecimento.

“Eles contam que foram acionados por um vigilante, e quando chegaram ao local os motociclistas teriam se recusado a encostar na parede para a revista. Por isso teria havido o descontrole e a agressão”, afirma ao G1 o tenente-coronel Rômulo Souza, comandante do 10º Batalhão da PM, a que pertencem os policiais investigados.

As imagens cedidas pelo estabelecimento comercial, segundo o tenente-coronel, mostram agressões cometidas por três policiais militares contra quatro motociclistas. O inquérito policial militar deve ser concluído dentro de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias. Até que sejam concluídas as investigações, os suspeitos atuarão apenas em atividades administrativas.



Sindicato acusa Policiais de agressão a Jornalista.

domingo, 23 de fevereiro de 2014


Sindicato acusa Policiais de agressão a Jornalista.


São Paulo: Polícia Militar agride jornalistas durante protestos
A Polícia Militar do Estado de São Paulo voltou a tratar a imprensa com muita violência. Desta vez foi durante as manifestações contra a Copa realizadas ontem (22/02), no Centro de São Paulo. Em meio a bombas e balas de borracha os jornalistas levaram a pior. Policias sem identificação agrediram os profissionais de imprensa e vários ficaram feridos e tiveram seus equipamentos danificados.
Um dos responsáveis pela violenta operação policial, afirmou que pessoas que se “considerassem” agredidas pelos policiais, podem procurar a Corregedoria da PM, porém advertiu que terão que reconhecer o responsável pela agressão. Missão que se mostra impossível com policiais sem identificação.
 
"O governador Geraldo Alckmin deve uma explicação à sociedade, por qual motivo a sua polícia, sem identificação, agride sistematicamente os jornalistas?", questionou André Freire, secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

Adeilton9599: Sindicato acusa Policiais de agressão a Jornalista.



Fotógrafo denuncia agressão policial durante manifestação

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014



Fotógrafo foi agredido enquanto estava detido (Reprodução)


















Na noite do último sábado (25), a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo cercou uma quadra da Rua Augusta, acuando no saguão do hotel Linson, manifestantes que protestavam contra a realização da Copa do Mundo. 

Mesmo já rendido e identificado, o fotógrafo Sebastião Moreira, da agência EFE, foi agredido com "socos e chutes" pela Polícia. Em um vídeo feito pelo fotógrafo Mauro Donato é possível ver o momento em que um policial atinge o repórter - que usava uma máscara de gás - com um golpe no rosto. O fotojornalista denunciou ainda ter ficado preso durante uma hora numa calçada da Rua Augusta, "impedido de trabalhar por ser considerado um manifestante".

A associação de Correspondentes Estrangeiros do Brasil (ACE) emitiu nesta quata-feira (29), uma nota de repúdio à reação policial durante as manifestações.

"A ACE convoca as autoridades a proteger e não a pôr em perigo a vida dos trabalhadores de imprensa e a respeitar os direitos humanos e o uso da lei», afirma a nota, que sublinha a grande quantidade de jornalistas estrangeiros que estarão no país para a cobertura do Mundial de futebol deste ano."

No último sábado, as principais capitais brasileiras registraram protestos contra o Mundial de Futebol, a maior parte deles pacíficos. Em São Paulo, no entanto, os protestos terminaram com o incêndio de um carro e agências bancárias vandalizadas, além de mais de 100 manifestantes detidos e um ferido em estado grave.



Sindicato dos jornalistas do DF lamenta agressões policiais a profissionais

A primeira-secretária do sindicato, Juliana Cézar Nunes, disse que este não é um caso isolado
Publicação: 07/09/2013 19:43 Atualização:

 (Agência Brasil)
Brasília - O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal lamentou os atos de violência praticados por policiais contra os profissionais de imprensa que cobriram as manifestações de 7 de Setembro na cidade.
A primeira-secretária do sindicato, Juliana Cézar Nunes, disse que este não é um caso isolado: "O sindicato lamenta que esses atos voltem a acontecer e que o governo coloque a polícia para atuar dessa forma truculenta. Além de atuar dessa maneira com a população, atua com os jornalistas, impedindo que eles trabalhem", disse.



Nota do sindicato destacou o fato de "vários profissionais da mídia que estão na cobertura dos protestos do Dia da Independência terem sido agredidos pela força policial". O repórter fotográfico Ueslei Marcelino, da Agência Reuters, foi mordido em uma das pernas por um cachorro da Polícia Militar.

No caso de Luciano Nascimento, o jornalista acompanhava a manifestação, quando viu que policiais da Tropa de Choque agrediram as pessoas que passavam pelo local. Após a reclamação de um manifestante contra a postura adotada, um policial disparou uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça dele. Nascimento foi apurar o ocorrido e, mesmo se identificando, foi agredido.

Leia mais notícias em Cidades

Nesta semana, o sindicato enviou um ofício à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no qual manifestou preocupação com o histórico de violência nas manifestações iniciadas em junho e pediu a garantia do trabalho dos profissionais de imprensa nos eventos de 7 de Setembro. "Tanto contra eventuais abusos de manifestantes nos protestos previstos como contra a ação por vezes excessivas e indiscriminadas das forças policiais", diz o documento.

Juliana disse que o sindicato vai procurar a secretaria novamente para uma nova conversa com o governo da capital federal. Aos jornalistas agredidos, a orientação é que registrem o ocorrido em um Boletim de Ocorrência, nas delegacias de polícia. A entidade disponibiliza os serviços de um advogado.





Ato de protesto dos jornalistas ganha adesões e traz novas cenas da violência policial


Ato de protesto dos jornalistas ganha adesões e traz novas cenas da violência policial

Por Redação

outubro 28, 2013 11:25



Repórter, que já estava machucada por dois disparos de balas de borracha desferidos pela Tropa de Choque da
 PM, ainda sofreu outra agressão estúpida por um agente da polícia de Alckmin
(Foto: Divulgação)




















Fotos divulgadas na sexta-feira (25) pelo jornal O Globo mostram a covardia de um Policial Militar agredindo a repórter do veículo, Tatiana Farah. Ela já estava machucada por dois disparos de balas de borracha desferidos pela Tropa de Choque da PM, no último sábado, em São Roque, no interior do estado e, mesmo assim, sofreu agressão estúpida efetuada por um agente da polícia do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
A repórter está em licença médica e realizou exames de corpo de delito. Ela ainda sente dores no braço e na cabeça e ainda não se sentia bem. Hoje ela autorizou a divulgação de uma imagem de suas lesões (na foto, ela é agredida por um policial e no detalhe, os ferimentos da bala de borracha e golpes de cassetete).
Cenas como esta, que aconteceram centenas de vezes nas manifestações populares que ocorrem desde o mês de junho em São Paulo, causaram grande indignação na categoria e desencadearam a realização do ato de protesto contra a violência policial a jornalistas, programado para a próxima segunda-feira (28), às 17 horas com concentração na praça Roosevelt, região central de São Paulo, seguida de caminhada à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (rua Líbero Badaró, 39). No mesmo dia 28, antes da manifestação política, às 15h30, os organizadores realizam coletiva à imprensa no auditório Vladimir Herzog do SJSP.
Além das direções do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Associação dos Repórteres Fotográficos de São Paulo (Arfoc/SP), Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo (Ajaesp), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Central Única dos Trabalhadores de SP (CUT/SP) que já haviam confirmado participação no ato, o movimento ganhou nesta sexta-feira a adesão da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
A coletiva terá a presença dos presidentes do SJSP, José Augusto Camargo (Guto), da Arfoc/SP, Inácio Teixeira, e da Ajaesp, Amadeu Mêmolo, além de dirigentes da Fenaj e da CUT/SP e do diretor-executivo da Abraji, Guilherme Alpendre, junto com vários profissionais agredidos pela PM, como Sérgio Silva (que perdeu uma das vistas ferido por um disparo de balas de borracha), Yan Boechat (agredido com golpes de cassetetes) e Tatiana Farah (que somente não estará presente se não estiver bem de saúde).
O SJSP, a Fenaj, a Arfoc/SP, a Ajaesp, a Abraji e a CUT/SP têm acompanhado com preocupação a crescente violência policial contra jornalistas nas manifestações públicas. Durante os protestos de junho, o próprio SJSP produziu um relatório dos jornalistas feridos e detidos pela PM e ou agredidos pelos manifestantes.
A Abraji apontou em levantamento recente que, de vinte agressões registradas contra jornalistas, 85% foram cometidas pela PM. Em 2012, estudo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) já apontava que o Brasil ocupava o terceiro lugar nas Américas e o 11º no mundo no ranking de impunidade de crimes praticados contra os profissionais de imprensa.
A situação é tão preocupante que, recentemente, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República reconheceu que os ataques recentes da PM a jornalistas são “resquícios da ditadura militar”.
“É chegada a hora da reação e da discussão necessária para dar um basta aos aparelhos de repressão do Estado que assumem o papel de violadores da liberdade de imprensa e dos direitos humanos. Verdadeiro atentado à democracia!”, avalia a direção do SJSP em editorial publicado na última edição do jornal Unidade.
Ato Político:
Dia 28 (segunda-feira)
Horário: 17 hotas
Local: concentração na Praça Roosevelt, região central de São Paulo com caminhada à secretaria de Segurança Pública de São Paulo (Rua Líbero Badaró, 39)

Repressão policial em Guarulhos

Terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Repressão policial em Guarulhos


Da Redação do jornal Diario de Guarulhos

Um jovem foi agredido por policiais militares no bairro Jardim São João. As agressões foram filmadas pelos vizinhos. O jovem levou joelhadas e socos, além de ter sido agredido e ofendido verbalmente.
Segundo a vítima, as cenas mostram apenas o final das agressões.

O jovem contou que ele estava colocando a mão no carro, quando a policial chutou o seu pé.
No dia da agressão, havia uma blitz policial e o carro em que o jovem estava, junto com o irmão, foi parado.
Neste momento, o policial perguntou para o rapaz onde ele iria e o mesmo respondeu que estava indo buscar cimento.



“Assim que eu falei que estava indo buscar cimento, ele me xingou, me deu um tapa e me perguntou se eu ia cheirar cimento”, disse o jovem agredido. Ele disse que acredita que os policiais o confundiram com outra pessoa. “Eu acho que ele confundiu o cimento com farinha, droga, não sei, com alguma coisa”.
O rapaz agredido tem 23 anos, é ferramenteiro, casado e nunca teve problemas com a polícia.



“Quando eles bateram na minha cabeça, eu perdi a visão de um olho e estou vendo tudo embaçado. Vou ter que usar óculos”, desabafou o jovem.
De acordo com o comando da Polícia Militar, o local é conhecido por ter um ponto de droga e havia uma denúncia anônima naquele momento. Os quatro policiais já foram identificados e estão afastados do trabalho
Essa é a verdadeira sensação do povo dos morros no Rio


PCB Guarulhos: Repressão policial em Guarulhos


PMs que roubavam casas são presos


Dois policiais militares foram presos durante uma operação que desarticulou uma quadrilha de roubo de residências. Os criminosos praticavam extorsões na Região dos Lagos e chegavam a lucrar mais de 180 mil reais por mês.de 180 mil reais por mês.

Dois PMs são presos por roubo a caixas eletrônico

Dois PMs são presos no Rio de Janeiro, acusados de arrombar caixas eletrônicos de uma agência bancária.


Dois PMs são presos acusados de furtar fibra ótic

sexta-feira, 30 de maio de 2014

GO: Policial suspeito de matar jovem em exposição agropecuária é preso

Edição do dia 20/05/2013
20/05/2013 21h35 - Atualizado em 20/05/2013 21h35

Nas imagens de um cinegrafista amador, ele aparece armado, brigando com várias pessoas. O policial dispara. O tiro atinge Luan Vitor Oliveira e Souza, que foge com a mão no peito.

O policial suspeito de matar um jovem de 20 anos em uma exposição agropecuária no fim de semana foi preso. Levy Moura de Souza está na delegacia de homicídios deGoiânia.
Nas imagens de um cinegrafista amador, ele aparece armado, brigando com várias pessoas. O policial dispara. O tiro atinge Luan Vitor Oliveira e Souza, que foge com a mão no peito.
O rapaz chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Levy disse que reagiu a um assalto. Nesta segunda-feira (20), parentes e amigos de Luan protestaram em frente à casa da vítima.

PM é acusada de racismo em cartaz colocado em ônibus de Ribeirão

CAMILA TURTELLI


A publicação traz uma mulher branca observada por um homem escondido atrás de um poste e ilustrado com a cor preta. A ideia do desenho é que o homem está prestes a assaltá-la. Os materiais fazem parte de campanha da Polícia Militar e da Acirp (associação comercial).
Cartazes fixados em ônibus do transporte coletivo de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) com dicas de segurança são alvo de crítica de uma entidade, que aponta que o material incentiva o racismo.
O cartaz traz ainda um desenho que representa uma policial militar branca atuando no atendimento do 190.
Camila Turtelli/Folhapress
Cartaz com ilustração supostamente racista em ônibus de Ribeirão Preto
Cartaz com ilustração supostamente racista em ônibus de Ribeirão Preto
Segundo a Unegro (União de Negros pela Igualdade), ele incentiva o racismo.
A Polícia Militar nega a acusação e a Acirp disse que não foi responsável pela elaboração do cartaz, embora seja parceira na campanha.
A presidente regional da Unegro, Ana Almeida, afirmou que o cartaz reforça o estereótipo de que "negro é bandido". "Quem deveria nos proteger está praticando um crime racista", disse, sobre a PM.
Ana, também vice-presidente geral da Unegro, disse que a denúncia será levada ao Ministério Público na segunda-feira. "Estamos em plena campanha contra o genocídio da população negra jovem e temos que nos deparar com isso", afirmou.
Em nota, a Acirp disse que considera o racismo, além de crime, conduta abominável que não condiz com o perfil democrático e de livre iniciativa defendido pela entidade.
A PM afirmou que lamenta a percepção equivocada e exagerada do cartaz.
Em nota, disse que "o 'criminoso' é representado pela caracterização de uma 'silhueta', por estar na penumbra, observando a sua vítima à espreita atrás de um poste, usando, para tanto, da sombra existente no local".

Casa de Petrópolis formou agentes infiltrados, disse Malhães à Comissão da Verdade

CRISTINA GRILLO

A informação surge no longo depoimento de 248 páginas prestado pelo coronel Paulo Malhães, morto no dia 25 de abril, à Comissão Estadual da Verdade do Rio e divulgado nesta sexta-feira (30).
Até hoje conhecida como um centro clandestino de tortura de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985), a Casa de Petrópolis, no Estado do Rio, teria funcionado também como um local para a transformação de militantes em agentes infiltrados nas organizações de esquerda.
No depoimento, Malhães diz ter sido o responsável pelo sumiço do corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto sob tortura em 1971, mas não revela o que foi feito: "Não vou revelar a cereja do bolo".
Em duas longas entrevistas, nos dias 18 de fevereiro e 11 de março, Malhães conta que para a Casa de Petrópolis eram levados militantes cujas prisões não houvessem sido registradas e que, na avaliação dos oficiais que cuidavam do local, pudessem ser "transformados" em informantes.
Diz que, por esse motivo, não faria sentido levar alguém como o ex-deputado federal Rubens Paiva para o lugar. "Não tem lógica você pegar o Rubens Paiva e levar ele para tentar fazer a cabeça dele. O nível, de Rubens Paiva, você estudava a vida dele, era um nível elevado", afirma.
Ao longo das 20 horas de conversa, o coronel Paulo Malhães conta que na Casa de Petrópolis conseguiu transformar entre 30 e 40 pessoas em informantes, mas não revela nomes. Ele diz ser esse seu compromisso com eles.
"Quando eu vi que ia terminar tudo [...] eu fui a um por um e disse [...] 'a partir de hoje nosso compromisso está no fim. Você que sabe o que você vai fazer da sua vida. Prometo a você que nunca direi seu nome, nem direi que você trabalhou para mim'".
Conta que a prisão do ex-oficial do Exército Lincoln Cordeiro Oest, membro do comitê do PC do B, teria acontecido com a ajuda de um de seus infiltrados, mas fantasia ao dizer que o militante morreu depois com a explosão de uma granada. De acordo com o livro "Brasil Nunca Mais", Lincoln Oest foi torturado no DOI-Codi. Exame cadavérico mostrou ainda que ele recebeu ao menos nove tiros. Na versão oficial, ele morreu em troca de tiros ao tentar fugir.
"Tinha um ponto marcado entre um elemento do comando, do comitê central do PC do B [Oest] e um infiltrado meu.[...]. Botei o infiltrado no lugar do ponto, entrou uma Kombi, passou devagarzinho [...]. A Kombi deu a segunda volta, parou e ele saltou. [...] O cara foi preso, mas o cara não ficou comigo. O Frota [... ]e disse, 'Malhães, eu quero ele vivo, porque ele foi meu colega de escola, do Exército' [...] Aí vieram dois –não vou dizer o nome deles– da contrainformação [...] e disseram 'Malhães, a ordem do ministro é você passar o preso para nós'. [...] Os caras levaram ele para um aparelho, que eu não sabia que a contrainformação tinha, e amassaram ele de porrada. Aí não tinha jeito de apresentar ele como preso. O que os caras fizeram, forjaram uma fuga, botaram uma granada nele [...] para explodir, para desfazer o estrago das porradas. Eu soube disso depois".

Coronel Paulo Malhães

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Daniel Marenco/Folhapress
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O coronel Paulo Malhães foi encontrado morto em sua casa no Rio
RUBENS PAIVA
Apesar da insistência dos membros da Comissão, Malhães não revela o que foi feito com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva. Diz que seus entrevistadores querem "a cereja do bolo", mas nega-se a entregá-la.
Rubens Paiva foi preso em sua casa, no Leblon, zona sul do Rio, no dia 20 de janeiro de 1971. Foi levado para um órgão da Aeronáutica, próximo ao aeroporto Santos Dumont, e de lá para o temido DOI-Codi na rua Barão de Mesquita, na zona norte do Rio.
Submetido a sessões de tortura, morreu, possivelmente, na madrugada de 22 de janeiro. Agentes do Exército montaram uma farsa para simular sua fuga, afirmando que ele teria sido resgatado por militantes quando era transportado, no Alto da Boa Vista, zona norte da cidade.
No depoimento, Malhães conta que, em um primeiro momento, Paiva foi enterrado naquele local; depois, transferido para um terreno próximo à praia da Barra, zona oeste. Ele diz que foi então convocado para sumir com o corpo, pois havia o receio de ele ser descoberto. Os restos mortais do deputado foram colocados em um saco impermeável, na descrição do coronel, e levados.
Malhães não diz para onde, mas dá a entender que foram jogados em um curso de água, provavelmente um rio. Ele diz que não gosta de mar porque "o mar tanto leva quanto traz". "A água tem uma vantagem. Quando você sabe fazer, você joga aqui e o corpo vai parar, se parar [...] vai sair pelo mar, vai chegar no desaguadouro do rio e vai embora. Ninguém nunca mais acha." Repete diversas vezes que não pode dizer o que foi feito com o saco "porque ai vão dizer que só pode ter sido eu que contei".
Mas decide "ensinar" aos interlocutores como fazer para desaparecer com um corpo. Explica que ele deve ser colocado com uma quantidade de pedras "proporcional ao peso do adversário para que ele não afunde, nem suba". Assim, segundo ele, o corpo vai caminhando com o rio, por baixo d'água.
Editoria de Arte/Folhapress
TORTURA
Em seu depoimento, Paulo Malhães nega que tenha havido tortura na casa de Petrópolis, mas se contradiz mais adiante. Conta que tinha "um aparelhinho de choque especial" e que a melhor forma de usá-lo era conectando as duas pontas às orelhas do preso. Afirma também que, ao longo do tempo, "aprendeu" a como lidar com os presos.
"Sempre você começa meio rígido. Mas rigidez não é porrada não. Vou lhe ensinar uma grande coisa que aprendi: um homem que apanha na cara não fala mais nada para você. [...] Ele se tranca, você passa a ser o maior ofensor dele e o maior inimigo dele. A rigidez é o volume de voz, apertar ele psicologicamente", afirma.