há 4 anos
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Policiais militares que atuaram nos protestos em São Paulo nesta quinta (15) não usaram tarja de identificação com seus respectivos nomes.
Após determinação da Tropa de Choque, os policiais passaram a carregar no peito uma tarjeta em que está gravada uma sequência de letras e números que representam o código funcional dos PMs.
A mudança irritou manifestantes que participaram do ato contra a realização da Copa do Mundo no país -que acabou em confronto.
Até então, a tarjeta com o nome era obrigatória para identificação dos policiais que atuam nas ruas, segundo normas internas da PM.
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Agora, em vez do nome antecedido pela sigla da função (exemplo: Sd Silva), o que fica exposto na farda é o número do RE (registro estatístico).
A corporação disse à Folha que a medida foi tomada para proteger os PMs de ataques pessoais e evitar confrontos.
"Os manifestantes hostilizavam os PMs, chamando-os pelo nome. Isso cria um clima de tensão propício ao descontrole. Agora não há provocação direta, nominal", disse o capitão Éder de Araújo, do setor de imprensa da PM.
Segundo a polícia, a mudança também evita confusão entre homônimos, facilitando a identificação nos casos de abuso. "Às vezes vinham denúncias contra policiais com o mesmo nome e era difícil chegar ao certo."
DECORAR NÚMEROS
Para ativistas, a decisão só dificulta a denúncia e garante anonimato para PMs que cometem atos ilegais.
"A decisão só prejudica quem é vítima de violência. Se já é difícil fazer as denúncias ir adiante, imagine tendo que decorar uma sequência de letras e números", disse Juliana Machado, do Comitê Popular da Copa, grupos que organizou o ato desta quinta.
Por enquanto, só os PMs do Choque usam a tarja com códigos. A PM avalia se a mudança valerá para os demais policiais do Estado.
Giba Bergamin Jr
Folha de S. Paulo
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