Pesquisa de desigualdade por cor ou raça mostra que renda domiciliar per capita é menor em SC na população negra ou parda. Grupo possui também uma das menores representações políticas do Brasil
13/11/2019 - 15h43 - Atualizada em: 13/11/2019 - 15h44
Por Ângela Prestes
angela.prestes@somosnsc.com.br
Por Lucas Paraizo
lucas.paraizo@somosnsc.com.br
Uma nova edição da pesquisa de desigualdade por cor ou raça, feita pelo IBGE, mostra um cenário de grandes diferenças entre a população branca e os negros e pardos em Santa Catarina. Conforme o levantamento, em 2018 a população de cor ou raça branca era de 5,6 milhões de pessoas no Estado, contra uma população de cor ou raça preta ou parda de 1,3 milhão.
A desigualdade mostra-se mais sutil em alguns pontos, como no acesso à telefonia móvel e à internet, por exemplo, mas ainda é grande em outros fatores importantes. Conforme a pesquisa, na média o rendimento per capita da população negra ou parda em SC é 39,2% menor do que o da população branca. Em valores mais precisos, isso representa uma diferença de R$ 1700 para R$ 1221 por mês.
Da mesma forma, a população negra em Santa Catarina tem uma taxa de desemprego maior: 8,9% contra 5,6% em relação aos brancos. Mesmo assim os dados do Estado ainda estão entre os melhores do país.
Na comparação com 2012, houve redução na desigualdade de rendimentos entre brancos e negros ou pardos em Santa Catarina. Naquele ano, os brancos tinham rendimento médio 42% superior.
A pesquisa aborda também outros vários pontos em que a desigualdade fica visível, como na participação da população preta ou perda na lista dos maiores e menores rendimentos de Santa Catarina (veja no gráfico abaixo). Na comparação com a mesma pesquisa feita em 2012, no entanto, o IBGE apontou um crescimento na renda dos negros no Estado, subindo 5.9% na participação dentro do grupo dos maiores rendimentos.
Diminuiu também nos últimos seis anos o percentual de catarinenses negros e pardos abaixo da linha pobreza, com uma queda de 6,2%. No entanto, negros ainda são a maioria entre os moradores do Estado que vivem com menos de R$ 420 por mês.
Um destaque positivo ficou com Florianópolis, que entre as capitais do Brasil é a terceira com a menor desigualdade de rendimentos entre brancos e negros ou pardos.
Na parte da educação, a pesquisa do IBGE aponta para avanços em Santa Catarina na alfabetização entre todas as áreas da população, no entanto, a taxa de analfabetismo segue maior entre negros e pardos em relação aos brancos. Mesmo assim, o Estado tem números bem melhores que a média nacional: 4,6% de analfabetismo entre os negros em SC contra 9,1% no Brasil.
Os avanços em SC aparecem em todos os níveis da educação, mas com desigualdades ainda presentes no acesso ao ensino básico e superior:
Na representação política, Santa Catarina tem alguns dos piores índices do Brasil para a população negra ou parda: somente um deputado federal e um deputado estadual. Além disso, o Estado teve a menor proporção do país de candidatos pretos ou pardos nas eleições do ano passado: 12,4%, empatado com o Rio Grande do Sul.
Entre os poucos candidatos, o IBGE apontou também que o investimento na campanha foi muito menor. Das 15 candidaturas em SC que tiveram receita acima de R$ 1 milhão, nenhuma era de uma pessoa negra ou parda.
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