PF investiga se conduta de policial envolvido em briga em boate de Santa Maria foi correta ou não
Tumulto ocorreu na madrugada da última quarta-feira no Muzeo Pub
Foto: Câmeras de segurança / Reprodução
Manuela Macagnan
A Polícia Federal (PF) de Santa Maria abriu um procedimento interno para investigar se a conduta do policial federal envolvido em uma briga no Muzeo Pub, na última quarta-feira, foi correta ou não. Conforme o delegado da PF de Santa Maria Getúlio Jorge de Vargas, a briga em si está sendo investigada pela Polícia Civil, mas, além disso, existe a questão da conduta profissional:
— Já foi instaurado procedimento para analisar a conduta funcional: o fato de ele estar armado, se ele usou a arma devidamente, se estava embriagado ou não — explica Vargas.
A briga foi gravada pelas imagens das câmeras de segurança do Muzeo. No vídeo 1, que oDiário recebeu de um dos sócios da boate, aparece o momento em que começa o tumulto, dentro da boate, na área vip. O policial vê a confusão e interfere. Em entrevista ao Diáriona quinta-feira, o próprio policial alegou que tentou separar a briga porque um jovem estava apanhando.
No segundo vídeo, o policial aparece fora da boate, já na rua. As imagens mostram ele correndo atrás de um jovem, que fica caído no meio da rua. Durante todo o tempo, o policial aparece apontando uma arma para o jovem e, no último segundo do vídeo, há uma imagem do policial dando um chute no jovem, já no chão.
- Saí correndo atrás dele (o jovem), o persegui até a rua. Consegui detê-lo, dei voz de prisão e, como eu estava de posse de arma de fogo, mandei que ele deitasse no chão. Várias pessoas se aproximaram, puxaram o meu braço, por isso atirei duas vezes para cima, para o pessoal se afastar. Em seguida, a Brigada Militar chegou ao local. Chutei porque ele tentou empreender fuga — disse o policial federal na entrevista ao Diário.
Policial podia estar armado
O delegado da PF adianta que o policial federal tem amparo da lei para andar armado sempre.
— O que eu sei até o momento é a versão do policial federal. Não estou eximindo-o da responsabilidade, mas também não estou creditando responsabilidade a ele. Estou apurando, ouvindo testemunhas, analisando as imagens — afirma Vargas.
O delegado diz ainda que é cedo para emitir qualquer opinião sobre o caso:
— A Polícia Federal tem o maior interesse de que os fatos sejam apurados de forma isenta, de forma responsável. Se o colega errou, ele responderá pelo erro. Mas, no momento, não posso dizer se ele errou ou não.
O Sindicato dos Policiais Federais do RS divulgou, nesta sexta-feira, nota sobre o caso. Nela, o presidente Ubiratan Antunes Sanderson afirma que "o policial federal pagou os valores necessários para ingressar no evento e não ingeriu bebida alcoólica" e que "os fatos estão sendo devidamente apurados para que se restabeleça a verdade, com a responsabilização dos envolvidos e do estabelecimento comercial no qual se deu o ocorrido".
Confira a nota na íntegra:
"A respeito de matéria que está sendo veiculada na imprensa sobre um policial federal que interveio em briga em boate de Santa Maria/RS, na madrugada de 03 de junho, o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul - SINPEF/RS esclarece o que segue:
1) O policial federal é obrigado a portar arma de fogo juntamente com sua carteira funcional em todas as circunstâncias e, para adentrar armado em qualquer estabelecimento, é necessária a apresentação da carteira funcional;
2) O policial federal pagou os valores necessários para ingressar no evento e não ingeriu bebida alcoólica;
3) O policial que presenciar o cometimento de crime está obrigado a agir e se utilizar dos meios necessários para evitar ameaça ou lesão a direito. Por dever de ofício, e tendo em vista que se deparou com uma situação que poderia resultar em danos irreparáveis à vida humana ou mesmo em óbito, o que é factível em se tratando de brigas em casas noturnas, o policial interveio, não conhecendo nenhum dos envolvidos na briga;
4) Segundo versão do policial federal, diante do prevalecimento flagrante de um dos envolvidos, que desferia muitos socos na face daquele que já estava caído, houve sua intervenção para conter o agressor, apresentando a sua carteira funcional como forma de registrar sua condição de policial. Neste instante, foi covardemente agredido com uma garrafada na cabeça, pelas costas, quando então deu voz de prisão ao agressor, que saiu em disparada porta afora. Mesmo com a cabeça ensanguentada, seguiu o indivíduo que só parou quando o policial se utilizou, moderada e progressivamente, da força necessária em razão da resistência do ofensor à prisão;
5) Do que consta até o momento, os seguranças da boate não tomaram nenhuma medida para conter a briga no interior da casa noturna, tampouco colaboraram para a imobilização.
Os fatos estão sendo devidamente apurados para que se restabeleça a verdade, com a responsabilização dos envolvidos e do estabelecimento comercial no qual se deu o ocorrido. "
DIÁRIO DE SANTA MARIA
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