Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

50 Anos do golpe


O 31 de março de 1964 não se passou em 24 horas e os seus efeitos foram muito além dos 21 anos de repressão. Conheça alguns brasileiros que perderam sua identidade e sua liberdade na luta por um país melhor e entenda o que aconteceu há 50 anos.

EXPEDIENTE
50 anos do Golpe: Levante Minas sai às ruas por justiça


50 anos do Golpe: Levante Minas sai às ruas por justiça

Na última terça, 1 de Abril, completou-se 50 anos do golpe militar no Brasil, responsável por instaurar um regime ditatorial cruel que perduraria pelos próximos 21 anos. Diante disso o Levante Popular da Juventude saiu às ruas para relembrar à população os crimes hediondos que foram cometidos durante esse período e cobrar do Estado o julgamento e condenação das pessoas responsáveis.
lambe_golpe
Em Minas Gerais houve ato na capital e em várias cidades do interior. As intervenções que envolveram desde escrachos públicos, mesas-debate a até esquetes teatrais, aconteceram em mais de 10 cidades de todas as regiões do estado e foram bem recebidas pela população. Ao todo estima-se que se tenha atingido em torno de 30 mil pessoas direta ou indiretamente. Atividades parecidas foram realizadas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
No Norte
Da esquerda para a direita, Bruno Diogo (MST); Marta Grave (Levante); Professor Doutor Gilmar Ribeiro; Allysson Trotta (CA e Levante). Foto: Levante.
Da esquerda para a direita, Bruno Diogo (MST); Marta Grave (Levante); Professor Doutor Gilmar Ribeiro; Allysson Trotta (CA e Levante).
Foto: Levante.
Em Montes Claros, o Levante realizou junto ao CA (Centro Acadêmico) de Ciências Sociais da Unimontes uma semana de debates e atividades sobre o golpe militar.
Na segunda-feira, 31 de março, foi montado uma exposição com fotos e charges da ditadura. Na terça-feira, 1 de abril, aconteceu no espaço do CA o seminário “1964 nunca mais: significados da ditadura militar para a sociedade brasileira”. E na quarta-feira, 2 de abril,  foi realizado um cinema comentado do filme “O dia que durou 21 anos”.
Na Zona da Mata
Intervenção teatral realizada na Faculdade de Serviço Social. Foto: Levante
Intervenção teatral realizada na Faculdade de Serviço Social.
Foto: Levante
Na manhã do dia 1º, em Juiz de Fora, estudantes e professores da Faculdade de Serviço Social (UFJF -Universidade Federal de Juiz de Fora) foram surpreendidos com pichações de exaltação à “Revolução de 1964”, ameaças “Fora comunistas!”, murais destruídos e o comunicado de que “em nome da paz e da ordem” instaurava-se um novo Regime e que todos(as) aqueles(as) que se opusessem seriam declarados inimigos da Pátria. Cientes do impacto que tal ação causou à comunidade acadêmica o Levante Popular da Juventude e o DA (Diretório Acadêmico)  do Serviço Social vem a público esclarecer que a ação cumpriu seu objetivo: denunciar o que representou para o país vinte e um anos de um Regime de Exceção e que Golpe e Ditadura não se comemoram.
Na cidade de Viçosa os jovens da célula estudantil do Levante realizaram uma intervenção teatral encenando a tortura de Virgilio Gomes da Silva (codinome Jonas) e a morte de Carlos Marighella, o inimigo número 1 da ditadura. Jonas foi um dos idealizadores do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick em 4 de setembro de 1969 que posteriormente foi trocado por 14 presos políticos. Ele também foi um dos fundadores (ao lado de Carlos Marighella) da Ação Libertadora Nacional (ALN).
A ação que foi realizada no barzinho do Diretório Central dos Estudantes contou com declamação de poemas, batucadas e gritos de ordem. Houve muitos aplausos ao final.
Esquete teatral encena tortura de Jonas, morto depois de 12 horas seguidas de tortura.
Esquete teatral encena tortura de Jonas, morto depois de 12 horas seguidas de tortura.
No Vales docJequitinhonha e Rio Doce
Mesa-debate na cidade de Araçuaí. Foto: Levante
Mesa-debate na cidade de Araçuaí.
Foto: Levante
Em Araçuaí, ocorreu uma mesa-debate com reflexões sobre o contexto do município de Araçuaí no período da Ditadura Militar e a perseguição por parte das forças armadas do regime, sofrida pelos indígenas na região. A atividade, que foi uma iniciativa em parceria entre o Levante Popular da Juventude e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Campus Araçuaí, ocorreu em dois turnos: manhã e noite, para que envolvesse todas as turmas do cursos do IFNMG.
Em Governador Valadares, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos1907594_421095398027588_1920933033_nTrabalhadores Rurais Sem Terra, o Movimento dos Atingidos por Barragens e o Coletivo Quilombo realizaram um ato político no Aeroporto Coronel Altino Machado. O objetivo dos manifestantes foi re-batizar a instalação que possui nome de um dos principais articuladores do Golpe Militar de 1964 no estado.
O nome escolhido pelos Movimentos Sociais para substituir o atual foi o de Francisco Raimundo da Paixão. Chicão, como era conhecido, foi uma das lideranças que na época do golpe lutava pela reforma agrária e justiça social na região do Vale do Rio Doce, ele era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais que congregava mais de 2000 camponeses.
10014657_421096044694190_1054604615_n
No Sul de Minas
1509748_248425782009563_633653511_nEm Alfenas, o  Levante Popular da Juventude realizou no dia 02 uma mesa redonda em parceria com os professores do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UNIFAL – MG que discutiu os processos de ditadura na América Latina e no Brasil. O evento contou também com a presença de Soloni Viana, jornalista no período militar, que relatou parte da sua história e de seus companheiros de militância. O evento contou com a participação de cerca de 300 pessoas.
lambe_globoEm Lavras, na madrugada do dia 1º, o Levante percorreu ruas da cidade  e da UFLA (Universidade Federal de Lavras), colando lambe-lambes para mostrar o significado da Ditadura Militar no Brasil, destacando a importância em denunciar a tortura como principal mecanismo de coerção do Estado naquele período. E além disso, expor o vínculo que existiu entre a Rede Globo e o golpe de 1964.
Região Metropolitana de Belo Horizonte 
1
Em BH, na manhã do dia 1º, o Levante organizou um “escracho” ao ex-coronel Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos, militar que “atuou no DOPS de Belo Horizonte e é apontado pelos relatórios do projeto “Brasil: Nunca Mais” como o autor de inúmeros crimes durante os anos de 1969 e 1971”, afirma Renan Santos, militante do Levante.
Sobre o escracho do ex-coronel já publicamos uma matéria completa neste blog que você pode conferir clicando aqui.
Ao final da jornada saímos convictos de que a mensagem foi passada. Reivindicamos da Comissão Nacional da Verdade a apuração sobre as denúncias realizadas nos escrachos e também que o Estado brasileiro revise a Lei da Anistia, responsabilizando ex-militares por crimes como tortura e ocultação de cadáver. Não descansaremos até que todos os criminosos sejam julgados e condenados e que assim possamos abolir da nossa sociedade a impunidade, a tortura e o autoritarismo heranças da ditadura tão presentes nos dias atuais.
Anúncios

Sobre Levante Minas

A Juventude mineira do Projeto Popular.

50 anos do Golpe: Levante Minas sai às ruas por justiça | Levante Popular da Juventude – MG

(foto: Mídia Ninja)




postado em 01/04/2014 10:53 / atualizado em 01/04/2014 14:54

(foto: Mídia Ninja)
(foto: Mídia Ninja)

Um grupo com 50 jovens militantes do movimento Levante Popular da Juventude promoveu, na manhã desta terça-feira, em Belo Horizonte, um escracho contra um militar do período da ditadura (1964/1985). O ato público aconteceu na porta da casa do coronel aposentado Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital.

Os estudantes se reuniram na porta do coronel aposentado, às 7 horas, para relembrar os 50 anos do golpe militar no Brasil. Segundo Renan Santos, militante do movimento, o ex-coronel atuou no DOPS de Belo Horizonte e é apontado pelos relatórios do projeto “Brasil: Nunca Mais” como o autor de inúmeros crimes durante os anos de 1969 e 1971.

No documento, o militar é citado dezessete vezes por ex-presos políticos. Em muitos dos arquivos, Pedro Ivo é apontado como autor de tortura durante a realização de depoimentos dos presos. Há passagens em que as vítimas afirmam terem sofrido choques elétricos, espancamentos, assédio moral e queimaduras.

Segundo Renan, os escrachos são uma forma de denúncia à sociedade dos crimes cometidos por uma pessoa durante a Ditadura. Desde 2012, o movimento diz já ter realizado dezenas de escrachos por todo o país, como forma de trazer à tona a discussão sobre os crimes cometidos pelo Regime Militar. Crimes esses que nunca puderam ser julgados, graças à Lei da Anistia de 1979, que preserva esse direito aos militares.
Continua depois da publicidade

O ato na capital faz parte de uma séria de ações que o movimento realiza nesta terça-feira para marcar a data dos 50 anos do golpe militar. Atividades parecidas foram realizadas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, assim como em várias cidades do interior de Minas. O movimento reivindica da Comissão Nacional da Verdade a apuração sobre as denúncias realizadas nos escrachos ; e também que o Estado brasileiro revise a Lei da Anistia, responsabilizando ex-militares por crimes como tortura e ocultação de cadáver.

(foto: Levante Popular da Juventude)
(foto: Levante Popular da Juventude)
Em BH, grupo faz escracho na porta da casa de coronel ligado à ditadura - Politica - Estado de Minas



Pelo menos 7 mil jovens ligados ao movimento Levante Popular da Juventude realizam na tarde de ontem (9) escracho público em frente à sede da TV Globo de Belo Horizonte, acusando a emissora de ter incentivado o impeachment de Dilma Rousseff, designado como golpe; sede da emissora recebeu proteção policial



Da Rede Brasil Atual – Pelo menos 7 mil jovens ligados ao movimento Levante Popular da Juventude realizam na tarde de ontem (9) escracho público em frente à sede da TV Globo de Belo Horizonte, acusando a emissora de ter incentivado o impeachment de Dilma Rousseff, designado como golpe. Os manifestantes se concentraram no Estádio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, no bairro São Luiz, e seguiram para a sede da empresa, no Caiçara, distante oito quilômetros.
De forma pacífica, os manifestantes cantaram músicas e fizeram intervenções teatrais e entoaram palavras de ordem contra a emissora e contra o processo de impeachment. “Não daremos nenhum minuto de sossego para os golpistas. Eles interromperam o ciclo da jovem democracia no Brasil e a nossa luta não cessará enquanto não houver uma reforma política profunda realizada por meio de uma Constituinte exclusiva e soberana do sistema político”, afirmou a militante do Levante Popular da Juventude Júlia Louzada.

Da emissora, o movimento segue para a Praça Raul Soares, na região central da capital mineira, para se somar à Frente Brasil Popular em um ato contra o governo de Michel Temer. A manifestação foi organizada em blocos temáticos que representam o Programa Popular para a Juventude Brasileira, um documento com uma série de ações para melhorar a qualidade de vida da população jovem do país, elencadas e debatidas pelo movimento durante o 3º Acampamento Nacional, que desde segunda-feira (5) reúne 7 mil jovens na capital mineira. O evento acaba nesta sexta-feira.
escracho globo.jpg
Policiais fazem segurança da sede da emissora Globo durante escravo
“Refletimos coletivamente quais são os problemas dos jovens e o que é necessário para avançarmos em busca de uma vida digna para a juventude da classe trabalhadora”, conta o secretário-geral do Levante Popular da Juventude, Thiago Pará. O programa é composto de dez eixos temáticos, que vão do combate ao genocídio da juventude negra à universalização do acesso ao ensino superior, passando por trabalho digno, direito à terra para a juventude do campo e ações contra o racismo, machismo e LGBTfobia.
No documento, os jovens exigem também a democratização dos meios de comunicação, acesso à saúde e à cultura e uma Constituinte exclusiva para reformar o sistema político brasileiro. “Nosso objetivo é debater a conjuntura política atual e combater o golpe, além da construção de um programa popular para a juventude, com uma série de reivindicações para o Estado brasileiro.”, disse Pará, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Os jovens defendem a saída de Michel Temer e reivindicam a convocação de eleições diretas. “Nossa luta passa pela recuperação da democracia no país e em um segundo momento pela sua radicalização através de uma Constituinte para fazer a reforma política.”
Lula
Ao longo dos cinco dias de acampamento, estiveram presentes diversas lideranças de movimentos sociais, intelectuais, políticos e artistas. Uma das falas mais assistidas foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (6), no estádio Mineirinho. Ele criticou os cortes no Bolsa Família anunciados pelo presidente Michel Temer e desafiou seus opositores políticos a viver um "dia de pobre".
Levante Festival
Festival de Cultura da Juventude – MC Carol se despede dos 7 mil jovens do 3º Acampamento Nacional do Levante
Lula afirmou que com as alterações no programa anunciadas por Temer – que incluem por exemplo a exigência de CPF para crianças e o cruzamento de seis bases para confirmar se as famílias atendidas não obtiveram nenhum valor de trabalhos informais – excluirá pelo menos 900 mil beneficiados. O ex-presidente reafirmou que a distribuição de renda é fundamental para o crescimento do país.
"Eles acham que é esmola. Disseram que eu estava criando vagabundos no país. (...) Eles deviam viver um dia de pobre, para ver como o nosso povo é extraordinário. Não há povo mais tolerante que o brasileiro. Porque aguentar o que aguentamos todo santo dia, era para sermos muito mais rebeldes", disse. "Eles pensavam que pobre era o problema deste país e nós provamos que pobre é a solução. Dê R$ 1 bilhão a um rico e ele vai transformar o dinheiro em uma conta bancária. Dê R$ 50 a um pobre e ele vai comprar o que comer, o comércio vai produzir, a indústria vai se desenvolver e os empregos vão surgir."
Pará lembrou que muitos dos militantes do Levante Popular da Juventude foram beneficiados com os programas sociais dos governos do PT. “Eu mesmo estudo Direito no Mackenzie como prounista”, disse. Em sua fala, terça-feira, a diretora nacional do Levante Popular da Juventude Jessy Dayane frisou: "Estamos aqui porque somos juventude da classe trabalhadora. Lutar não é apenas uma escolha. É uma necessidade, uma questão de sobrevivência".
Debates
Também participaram o presidente da CUT, Vagner Freitas, e a presidenta da CUT Minas), Beatriz Cerqueira. Ela defendeu a saída de Michel Temer, a convocação de novas eleições e reforçou que os movimentos sociais não permitirão que se retirem direitos sociais e trabalhistas.
Levante galera
Encontro em Belo Horizonte reuniu jovens de todo o país
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, elencou fatores que caracterizam a atual crise econômica. “O plano da burguesia é simples: tentar recuperar a taxa de lucro de suas empresas e recompor o ambiente econômico de acumulação do capital. O golpe é uma estratégia de apropriação dos nossos recursos naturais, como o pré-sal. Além disso, o golpe serve para realinhar a economia brasileira aos interesses norte-americanos."
Stédile disse que a retirada de direitos da classe trabalhadora será uma das estratégias dos grandes grupos econômicos para aumentar sua margem de lucro e chamou a juventude para continuar nas ruas e impedir retrocessos. "O programa do golpe, que é o neoliberalismo, se baseia justamente nos ataques à CLT", disse. "Quem dorme com o inimigo amanhece grávido da derrota. Cabe a vocês, jovens, fazer o papel da agitação da classe trabalhadora, porque só ela pode mudar os rumos do nosso país."
Stédile defendeu que há um esgotamento do modelo de desenvolvimento implementado nos governos do PT, já que ele tende a funcionar apenas nos períodos de crescimento econômico e que os grupos conservadores se aproveitaram de erros da esquerda para crescer, como a conciliação de classes proposta pelo PT.
A atriz Letícia Sabatella fez uma fala sobre a importância de a juventude se engajar na defesa do meio ambiente, lembrando a tragédia do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015. Ela também falou sobre a importância de agregar atividades culturais às atividades dos movimentos sociais.
Participaram também o cientista político Emir Sader, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e os deputados federais mineiros Patrus Ananias (PT) e Jô Moraes (PCdoB-MG) e a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT).
Levante FB
Encontro no ginásio do Mineirinho reuniu jovens de todo o país ao longo da semana
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu a desmilitarização da polícia e lembrou o caso da jovem Deborah Fabri, que perdeu a visão em decorrência de ação policial em manifestação em São Paulo, no último dia 31.
O Levante Popular da Juventude conta hoje com pelo menos 20 mil integrantes no Brasil. Os acampamentos nacionais ocorrem a cada dois anos, como instância máxima deliberativa do movimento. A última edição, em 2014, reuniu 3.200 pessoas. Neste ano, participam jovens da cidade, do campo, das periferias, das universidades, das escolas e dos movimentos negro e LGBTs.
“É um movimento popular que organiza jovens em diversos locais, principalmente em bairros de periferias, escolas, universidades e assentamentos. Ele surge como um esforço dos movimentos sociais, que viam os jovens sem acesso à educação e à cultura, desgostosos com a política e sendo disputados pelo tráfico, pela apatia e pensamento conversador”, conta Pará
Ato do Levante teve escracho contra a Globo | Brasil 24/7


Nenhum comentário:

Postar um comentário