Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Pesquisa diz que 77,2% dos policiais são a favor da desmilitarização da PM

Fabiana Maranhão
Do UOL, em São Paulo
  • Policiais militares participam de cerimônia de formatura no centro de São Paulo
    Policiais militares participam de cerimônia de formatura no centro de São Paulo
Uma pesquisa feita com policiais de todo o país, lançada nesta quarta-feira (30) em São Paulo, revelou que a maioria diz ser a favor da desmilitarização da PM. Ainda segundo o estudo, um terço dos policiais brasileiros pensa em sair da corporação na qual trabalham.
O estudo foi realizado com 21.101 policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, bombeiros e peritos criminais de todos os Estados. Os profissionais foram ouvidos entre os dias 30 de junho e 18 de julho.
A pesquisa "Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública" foi promovida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo Centro de Pesquisas Jurídicas Aplicadas da Fundação Getúlio Vargas e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Perguntados sobre a hierarquia policial, 77,2% dos entrevistados disseram não concordar que as polícias militares e os corpos de bombeiros militares sejam subordinados ao Exército, como forças auxiliares, demonstrando que são a favor da desmilitarização da PM.
"Se considerarmos apenas os policiais militares, 76,1% defendem o fim do vínculo com o Exército. O que é um sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança", afirma Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Conselho de Administração do fórum e pesquisador da FGV.
De acordo com a pesquisa, 53,4% discordam que os policiais militares sejam julgados pela Justiça Militar. Para 80,1% dos policiais, há muito rigor em questões internas e pouco rigor em assuntos que afetam a segurança pública.

Nova polícia

Mais da metade dos policiais (51,2%) afirmaram que as atuais carreiras policiais não são "adequadas" e deveriam mudar.
Eles deram suas opiniões sobre qual deveria ser o modelo da polícia brasileira: 27,1% deles sugeriram a criação de uma nova polícia "de caráter civil, com hierarquia e organizada em carreira única"; outros 21,86% apontaram como solução a unificação das polícias militares com as civis, "formando novas polícias estaduais integradas e civis".
Dos entrevistados, 83,2% concordaram que os regimentos e códigos disciplinares precisam ser modernizados e adequados à Constituição Federal de 1988.

Insatisfação com a profissão

Os policiais também responderam questões ligadas às condições de trabalho. Segundo a pesquisa, 34,4% dos policiais afirmaram que pretendem sair da corporação "assim que surgir outra oportunidade profissional". E 55,1% disseram que planejam se aposentar onde trabalham atualmente.
Perguntados se, caso pudessem escolher, optariam novamente pela carreira na sua corporação, 43,7% falaram que sim; 38,8% responderam que não.
Sobre as dificuldades que enfrentam na rotina de trabalho, mais de 80% deles citaram baixos salários, leis penais que consideram "inadequadas", contingente policial insuficiente, falta de uma política de segurança pública e formação e treinamento insuficientes.
 
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Polícia pelo mundo11 fotos

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BRASIL - A polícia brasileira é dividida entre a militar, que é responsável pelo policiamento ostensivo, e a civil, que se encarrega das investigações dos crimes. As duas atuam nos Estados. O país também possui a Polícia Federal, de caráter civil e atuação nacional Ricardo Moraes/ Reuters
 

Perfil dos entrevistados

Dos policiais que participaram do projeto, mais da metade (52,9%) é da Polícia Militar. Outros 22% são da Polícia Civil. A maioria (63,5%) tem ensino superior completo ou especialização, e grande parte (44,4%) trabalha em média oito horas por dia.
 
Em relação à formação, 37,5% dos policiais tiveram de seis a 12 meses de aulas durante curso para ingressar na corporação; 34,2% tiveram de três a seis meses.
 
Sobre a renda mensal, 27,2% deles ganham de R$ 5.000 a R$ 10 mil; 26,2%, de R$ 2.000 a R$ 3.000; e 20,9%, de R$ 3.001 a R$ 4.000. O valor é líquido, incluindo os adicionais.
 
"Não obstante tecnicamente os dados não se constituírem em um retrato exato das opiniões de todos os policiais brasileiros, eles nos autorizam algumas análises e hipóteses exploratórias sobre reformas das polícias no Brasil e incentivam a participação destes profissionais na definição dos rumos de suas instituições", diz texto da pesquisa.


Policial é presa em operação contra roubos de cargas e carros

Agente é investigada por suspeita de fornecer informações privilegiadas a quadrilha

Vinte pessoas foram presas na operação
Foto: Paulo Rocha / Rádio Gaúcha
A Polícia Civil confirmou na manhã desta terça-feira (29) que entre os 22 presos emoperação para combater quadrilha especializada em roubos de cargas, carros e residências em Porto Alegre está uma policial militar. Raila Graciele Ferraz Saraiva foi detida na manhã de hoje em Santana do Livramento.
De acordo com a polícia, ela é suspeita de colaborar com as ações da quadrilha, fornecendo informações privilegiadas ao criminosos. O companheiro da policial, que seria um dos líderes do grupo, está foragido.
"A participação dela está vinculada a ele, fornecendo dados que auxiliavam a quadrilha no cometimento dos roubos", explica o delegado Luciano Peringer, da Delegacia de Repressão ao Furto e Roubo de Cargas do Deic.
A Corregedoria da Brigada Militar colaborou com a prisão da policial e disse que só vai se pronunciar sobre a suposta participação dela no esquema quando tiver acesso à investigação. A soldada, que atua no Departamento de Comando e Controle Integrado (antigo Ciosp), deve ser transferida ainda hoje para Porto Alegre.
"A corregedoria foi convidada a participar da prisão da soldado. A partir daí, quando tomarmos conhecimento do teor da investigação, teremos outros desdobramentos sobre o que faremos com a policial militar", afirma o corregedor-geral na Brigada Militar, coronel Jairo Martins.
Operação
A quadrilha era investigada desde o começo do ano por participação de ocorrências de roubo a residências, carros e de cargas, sobretudo na zona sul de Porto Alegre. Nos ataques a residências, testemunhas relataram que o bando atuava há mais de um ano.
De acordo com a polícia, a quadrilha é responsável por mais de 100 roubos de carros e 15 de residências no último ano, em bairros como Assunção e Tristeza. A Delegacia Especializada em Furtos de Cargas do Deic investiga ainda o envolvimento de uma policial militar na quadrilha.
O delegado Luciano Peringer, responsável pela operação, disse no Gaúcha Atualidadeque o perfil o bando era constituído de jovens, a maioria inexperientes, alguns sem passagem pela polícia ou com registro de pequenos delitos. 
Segundo o delegado, o grupo costumava agir com violência no roubo de cargas e de residências. "Em qualquer movimento da vítima, eles atiravam. Temos três registros de tentativas de latrocínio". 
A investigação começou a partir do roubo de uma carga de cigarros na zona sul da Capital e descoberta de dois carros roubados. O bando também atuava na clonagem de veículos. 

Policial presa em operação no RS passava informações privilegiadas

29/07/2014 13h27 - Atualizado em 29/07/2014 13h27

Polícia afirma que suspeita mantinha relacionamento com assaltante.

Mulher foi presa em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste do estado.

Do G1 RS
 O saldo da Operação Ostentação, deflagrada na manhã desta terça-feira (29) em Porto Alegre, é de 22 presos, de acordo com a Polícia Civil. A quadrilha é suspeita de ter assaltado residências e de ter roubado ou furtado mais de 100 veículos de luxo. Entre os presos está uma policial militar que passava informações privilegiadas aos suspeitos, como mostra reportagem do Jornal do Almoço, programa da RBS TV (veja o vídeo).
"Na verdade ela é companheira de um dos alvos. A participação dela está vinculada a ele, ela auxiliava a quadrilha no cometimento dos roubos", afirmou o delegado Luciano Peringer.
Operação acontece também na Região Metropolitana de Porto Alegre (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Operação deflagrou quadrilha de Porto Alegre
(Foto: Polícia Civil/Divulgação)
O órgão cumpriu 52 mandados de busca e apreensão e 31 mandados de prisão desde sexta-feira (25). Do total, nove pessoas estão foragidas. Os criminosos foram surpreendidos em diferentes pontos da capital gaúcha, Região Metropolitana e também na fronteira com o Uruguai ainda durante a madrugada. Os cerca de 300 policiais chegaram até a quadrilha depois de seis meses de investigações.
"Esses indivíduos eram extremamente violentos, normalmente quando havia qualquer esboço de reação eles efetuavam disparos. Infelizmente eles acabaram alvejando três vítimas", explicou o delegado.
Os suspeitos se especializaram em roubos e furtos de veículos de luxo. Foram mais de 100 em aproximadamente um ano. No mesmo período, ainda assaltaram, no mímimo, 15 residências. Nas casas da quadrilha, a polícia encontrou peças de carros, joias e aparelhos eletrônicos roubados das vítimas.
Objetos foram apreendidos nas casas dos suspeitos presos em Porto Alegre (Foto: Josmar Leite/RBS TV)Objetos foram apreendidos juntoc om suspeitos
presos em Porto Alegre (Foto: Josmar Leite/RBS TV)
A quadrilha tinha três chefes e um deles foi pego nesta manhã. Em uma foto divulgada pela polícia, o homem aparece segurando um maço de dinheiro. O grupo andava sempre junto, de carro, e armado. Eles viam moradores entrando ou saindo de residências, faziam a abordagem e roubavam os pertences das casas. Depois, ainda fugiam levando os carros.
Além do líder, outros presos foram ouvidos no Departamento de Investigações Criminais (Deic) e serão levados para o Presídio Central da capital. Também deve ir para a cadeia a policial militar presa em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. Ela trabalha em Porto Alegre. A polícia não descarta que mais pessoas podem ser presas nas próximas horas.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Polícia prende segundo suspeito de participação em chacina de Carapicuíba

28/7/2014 às 13h51 (Atualizado em 28/7/2014 às 17h54)


Homem faz bico como segurança e é amigo de policiais militares
Do R7
Segundo suspeito de participação em chacina é presoTony Bandeira/SigmaPress/Estadão Conteúdo
A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (28) mais um suspeito de envolvimento na chacina que causou a morte de sete pessoas e deixou outros três feridos na madrugada de sábado (26). A informação é de que o homemseria um amigo de policiais militares, que faz bicos como segurança e entregador.
primeiro suspeito a ser preso pelo crime é um policial militar que não TEVE    o nome divulgado. De acordo com a Polícia Civil, o soldado procurou atendimento médico em umHOSPITAL    após ser atingido por um tiro na perna. O delegado Andreas Schiffman, responsável pelas investigações, disse que o homem não registrou boletim de ocorrência e entrou em contradição durante o depoimento.
Segundo o Setor de Homicídios de Carapicuíba, o PM disse que estava com sua suposta amante quando dois assaltantes tentaram roubar sua moto e o balearam. A versão foi desmentida pela mulher, que contou ainda que o policial a procurou pouco antes de ir a delegacia para pedir que ela fosse álibi.
A principal hipótese é de que o soldado preso tenha atirado acidentalmente na própria perna. A Corregedoria da Polícia Militar atua nas investigações para descobrir se realmente houve participação de policiais militares no ataque. Ao menos seis pessoas participaram da chacina e utilizaram dois carros e uma moto.
Notícias relacionadas

Menor levado por PMs para o Sumaré diz à polícia que foi detido por 'marra'

29/07/2014 06h47 - Atualizado em 29/07/2014 09h21

Jovem contou que foi levado por PMs por estar 'olhando cheio de marra'.

Durante depoimento à polícia, rapaz revelou que sofreu ameaças.

Do G1 Rio

O terceiro adolescente levado pelos dois PMs acusados de assassinar um jovem no Sumaré, naZona Norte do Rio, no dia 11 de junho, contou à polícia os momentos de tensão e as ameaças sofridas no dia do crime e explicou como sobreviveu. Um documento ao qual o Bom Dia Rio teve acesso e exibiu nesta terça-feira (29) descreve em detalhes o que o adolescente disse aos investigadores durante o depoimento na Divisão de Homicídios.
O rapaz, de 16 anos, está sob proteção do Estado. Ele disse que estava trabalhando no Camelódromo, no Centro, quando viu um policial com um fuzil tentando deter um menor.
O jovem contou que estava com outras pessoas que pararam para olhar a cena quando um dos policiais se virou pra ele e disse: "Você está me olhando cheio de marra". Depois disso, ele pediu a um dos guardas municipais: "Pega, que ele está junto!". O adolescente ainda tentou argumentar, mas não foi ouvido.
Já dentro da viatura, ele perguntou se os dois garotos sabiam para onde o grupo estava sendo levados: "Eles devem estar levando a gente para dar um pau, uma coça", respondeu um dos jovens. Assustado, o rapaz contou que começou a chorar e foi advertido pelos policiais: "Para de chorar que vocês nem começaram a apanhar”.
No caminho para o Sumaré, o menor contou que em um determinado ponto da estrada foi retirado da viatura sozinho e levado pelos PMs até a beira de uma ribanceira. Ele afirmou que neste momento voltou a repetir que trabalhava como camelô e só foi liberado porque falou o nome de um colega de trabalho, que era conhecido pelos policiais.
pms suspeitos de executar menor vídeo (Foto: reprodução/G1)PMs suspeitos de executar menor
(Foto: Reprodução/G1)
Um deles disse: "Tu vai sair daqui, vai ralar e espera a gente lá embaixo e se você cruzar com alguém ou alguma viatura, não diz que a gente está aqui em cima”. O rapaz seguiu pela estrada quando ouviu uma rajada de tiros. Minutos depois ele contou que a viatura reapareceu, os policiais mandaram que ele entrasse no carro e o ameaçaram.
Depois de ser liberado na Lapa, o jovem encontrou a mãe e contou o que tinha acontecido. A mulher só acreditou depois de ver a história nos jornais. O menor disse que depois que o caso ganhou repercussão, ele e a mãe foram abordados no camelódromo por um homem que se identificou como advogado dos dois policiais. Assustado, ele parou de ir trabalhar e decidiu ficar em casa até ser localizado pelos investigadores. Na delegacia, o jovem reconheceu as vítimas, os dois policiais e o advogado deles.

Policiais militares são presos por sequestro no subúrbio do Rio

4/05/2012 12h42 - Atualizado em 24/05/2012 15h46


Vítima foi levada em Honório Gurgel e achada pela DAS no cativeiro.
Suspeitos são três policiais militares; dois foram presos e um está foragido.

Do G1 RJ


Policiais da Delegacia Antissequestro (DAS), com apoio de policiais do serviço reservado da Polícia Militar, libertaram, na quarta-feira (23), um empresário do setor de reciclagem que havia sido sequestrado por três PMs, em Honório Gurgel, no subúrbio do Rio, como noticiado nesta quinta-feira (24) pelo RJTV.

Segundo as investigações, os criminosos pediram resgate à família, mas os parentes procuraram a 39ª DP (Pavuna), que avisou agentes da DAS. Os agentes passaram a negociar com os suspeitos.
No local combinado para o pagamento do resgate, foi feito um cerco. O cabo Maikel Fernando do 41º BPM (Irajá) foi preso no local. O sargento Cosme Nascimento do 9º BPM (Rocha Miranda) conseguiu fugir, mas foi preso quando chegava para trabalhar no batalhão.
O terceiro PM, o soldado Marcos Almeida Cruz do 41º BPM, que, de acordo com a polícia, também participou do sequestro, está foragido.

PM prendeu em dois anos 26 policiais sequestradores

Rio de Janeiro


Corporação admite envolvimento de maus policiais com indústria da extorsão e informa que prendeu militares em flagrante. Divisão Antissequestro não foi informada sobre os casos

Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Policiais se reúnem nesta quinta-feira para a inauguração da UPP na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro
Policiais se reúnem nesta quinta-feira para a inauguração da UPP na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro   (Antonio Lacerda/EFE)
A edição de VEJA desta semana traz à tona uma modalidade de crime até então pouco conhecida, mas já bastante temida por um grupo específico: as famílias de criminosos presos. Diante da redução das áreas onde era possível ‘negociar’ com traficantes os pagamentos de subornos regulares – um avanço inquestionável das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) –, agentes de segurança passaram a faturar extorquindo grandes somas de dinheiro de filhos, mulheres e parentes de bandidos. Como dizem respeito a um grupo relativamente reduzido de ‘alvos’, os crimes não ganham repercussão – e aí reside mais uma ameaça, pois as quadrilhas agem praticamente invisíveis.
Na segunda-feira, a Polícia Militar do Rio confirmou a existência desse tipo de crime, e enumerou ações de combate aos sequestros feitos por PMs. Segundo a PM, a 4ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), de Niterói, prendeu na última semana e autuou duas guarnições – equipes de policiais – do 7º BPM (São Gonçalo) nestas circunstâncias. O batalhão é o mesmo de onde saíram os acusados de matar a juíza Patrícia Acioly, no ano passado. Patrícia, aliás, investigava crimes cometidos por policiais, entre eles autos de resistência forjados e as extorsões contra traficantes.
Ainda segundo a PM, “nos anos de 2011 e 2012, as DPJMs lavraram sete autos de prisão em flagrante, totalizando 26 policiais militares presos e autuados com base no Art. 244 do Código Penal Militar (extorsão mediante sequestro)”. A partir da divulgação da nota, o site de VEJA enviou à Polícia Militar uma solicitação sobre os casos, mas não obteve resposta.
Os casos informados pela Polícia Militar não constam na lista de 47 sequestros levantados pela reportagem de VEJA. E jamais chegaram também ao conhecimento da Divisão Antissequestro (DAS), delegacia da Polícia Civil encarregada de investigar e combater este tipo de crime no Rio de Janeiro. 
Passada a onda de sequestros que apavorou o Rio na década de 90, esse tipo de crime passou a ser considerado algo sob controle das autoridades de segurança. As estatísticas tenderam a zero na última década. Nos dias de hoje, os registros oficiais da DAS e, agora, também da PM, confirmam que o sequestro passou a ser uma modalidade criminosa dominada por maus policiais. Dos sete casos registrados este ano na delegacia, cinco têm policiais como principais suspeitos.
Como mostrou a reportagem de VEJA, um dos problemas dos sequestros cometidos por policiais é a falta de estatísticas confiáveis a respeito da frequência com que o crime ocorre. Como entre as vítimas há criminosos ou familiares de detentos, que não se sentem seguros para procurar a polícia, há poucos registros oficiais. Os 26 casos informados pela PM confirmam a falta de transparência com que esse crime é tratado: até então, a DAS e outras esferas da segurança pública não tinham conhecimento das prisões, mantidas sob o sigilo das investigações internas operadas por militares.
A nota da Polícia Militar faz um ataque à reportagem de VEJA. Diz um trecho do documento da PM: “A obsessão e determinação do jornalista em atacar a PM chega até a ferir o bom senso - como no trecho da reportagem em que manifesta a opinião de que "nos tempos do tráfico armado havia mais resistência".


A afirmação da Polícia Militar não é verdadeira. O trecho da matéria que faz referência à resistência armada do tráfico é o seguinte: “Em favelas onde há Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o sequestro de bandidos e seus familiares é ainda mais trivial, já que ali não há mais marginais ostensivamente armados para opor resistência”.