DOM, 18/02/2018 - 17:18
ATUALIZADO EM 19/02/2018 - 06:28
O comandante do Exército brasileiro falou sobre o trabalho de militares na segurança pública em audiência pública no Senado, ano passado
(Foto ABr)
Jornal GGN - Em junho de 2017, o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, disse que os servidores militares não gostam de atuar na segurança pública.
A declaração foi feita durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre soberania nacional e projetos estratégicos do Exército. O comandante citou a atuação do Exército na patrulha da comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, com cerca de 130 mil habitantes.
“Um dia me dei conta. Os nossos soldados atentos, preocupados – são vielas –, armados. E passando crianças, senhoras, eu pensei: ‘Estamos aqui apontando arma para a população brasileira’. Nós somos uma sociedade doente. E lá ficamos 14 meses. Do dia em que saímos, uma semana depois tudo havia voltado ao que era antes. Então, temos que realmente repensar esse modelo de emprego, porque é desgastante, perigoso e inócuo”, comentou.
Na ocasião, o comandante contou que, em 30 anos, o Exército foi empregado na segurança pública 115 vezes. O único estado onde não houve a atuação foi São Paulo. "Nós não gostamos desse tipo de emprego, não gostamos", refletiu o general.
Meses antes da audiência pública, o governo havia pedido para o Exército fazer uma varredura nos presídios de Rio Branco, capital do Acre, que haviam passado por rebelião o início daquele ano, causando uma série de críticas, ou a tal "celeuma" que Villas Bôas comenta no início do vídeo que edita parte da sua fala para o Senado.
O emprego das Forças Armadas em atividades da segurança pública é permitido pela Constituição Federal desde que feito por uma ordem do presidente da Repúblicas em casos que classifique como grave perturbação da ordem e quando as forças convencionais de segurança estiverem esgotadas.
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