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quarta-feira, 28 de março de 2018

Investigado por grilagem de terra, capitão da PM é exonerado de cargo no Detran


Investigado por grilagem de terra, capitão da PM é exonerado de cargo no Detran

Segundo Detran, capitão foi liberado para exercer seu direito e ampla defesa

Redação VN
redacao@varelanoticias.com.br
Durante a Operação Oeste Legal,  um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido no bairro da Barra, num imóvel que pertence ao capitão da reserva da Polícia Militar, o coordenador da Controladoria Regional de Trânsito (CRT) Getúlio Cardoso Reis. Ele é um dos cinco alvos da operação que tem como objetivo combater grupos organizados de grilagem de terras que já causaram um prejuízo que extrapola R$ 30 bilhões na região oeste do estado.
Ainda ontem (25), o capitão foi exonerado pelo Detran-BA da função comissionada de coordenador da CRT, responsável pela fiscalização dos Centro de Formação de Condutores (CFCs). Segundo o órgão, o acusado foi liberado para poder exercer seu amplo direito de defesa.
Agentes do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) chegaram por volta das 6h de ontem à casa do capitão Getúlio, na Rua Belém do Pará, no segundo andar do edifício Julita. O delegado Jorge Figueiredo, diretor do Draco, informou que nada foi encontrado no apartamento, após as revistas. Getúlio foi ouvido e posteriormente liberado.
Deflagrada pelo Draco, a Operação Oeste Legal cumpriu mandados de busca e apreensão e cinco medidas cautelares em Barreiras, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto. Cinco pessoas foram presas por porte ilegal de armas durante o cumprimento das medidas cautelares.
O principal articulador do grupo, o empresário Getúlio Vargas da Fonseca, 66 anos, conhecido como Getulhão, está entre os presos.Ele foi preso no Piauí durante a Operação Mercadores da Polícia Federal (PF). Com ele foram apreendidas uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 357. Ele é dono da WF Construções Imobiliárias, com sede em Barreiras.  Outras nove pessoas  que faziam parte de um grupo criminoso especializado em grilagem, falsidade documental, estelionato, venda de liminares e sentenças, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
Também foram presos  o segurança de Getulhão, que portava um revólver calibre 38; um dos dois filhos de Getulhão investigados na operação, o ex-secretário de Meio Ambiente de Formosa do Rio Preto, Mário Eduardo Mibnote, 36, com quatro armas (um revólver, uma pistola e duas espingardas); o dono de uma imobiliária Luís Rosa Filho, 42; e um funcionário dele (ambos estavam com duas pistolas e uma espingarda).
Getúlio Vargas Fonseca Filho, filho de Getulhão e administrador da WF Construções Imobiliárias, foi conduzido para prestar depoimento na polícia e em seguida liberado.
Os mandados de prisão foram emitidos pela Vara do Crime Organizado, do Tribunal de Justiça do estado da Bahia (TJ-BA), em Salvador. O grupo já era investigado há quatro meses, após recebimento de denúncia do esquema.
De acordo com o TJ-BA, o grupo investigado atuava com grilagem de terras em Formosa do Rio Preto, na região oeste, usando documentos fraudulentos. Depois de fazer a transferência das terras para os nomes de pessoas e empresas ligadas ao grupo, os criminosos faziam operações bancárias e financeiras, dando as terras como garantia. Recebendo milhões nas transações, eles repetiam o procedimento utilizando outros documentos forjados.
A operação, que contou com mais de 100 policiais, também foi realizada no Mato Grosso e Paraná, onde também foram cumpridas medidas cautelares em órgãos públicos para arrecadar documentos como cartório de registro de imóveis, tabelionato de ofício de notas, cartório de títulos de documentos, entre outros órgãos públicos. O delegado Jorge Figueiredo disse que não está descartada a participação de funcionários públicos no esquema.

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