Sex , 06/03/2009 às 01:21 | Atualizado em: 06/03/2009 às 01:28
Ex-comandante da PM é preso
Deodato Alcântara, do A TARDE
Com a prisão de três coronéis –, entre eles o ex-comandante-geral da Polícia Militar (PM-BA) , Antônio Jorge Ribeiro de Santana, 56 anos – de um tenente PM, um procurador do Estado que trabalhou com assuntos militares e mais sete pessoas, a Secretaria da Segurança Pública (SSPBA) acredita ter desarticulado uma organização criminosa que agia na corporação (inclusive no Corpo de Bombeiros), na fraude de licitações, obtenção de propinas e outras corrupções.
Na PM, além de Jorge Santana, que em 1º de agosto passado foi exonerado do comando-geral e entrou na Reserva Remunerada (RR), estão presos os também coronéis Sérgio Alberto Silva Barbosa e Jorge Silva Ramos, e o tenente Antônio Durval de Senna Júnior. Barbosa comandou os bombeiros do fim de 2005 a novembro de 2008, foi para a RR em 21 de janeiro. Ramos dirigia, há cerca de sete anos, o Departamento de Apoio Logístico (DAL), unidade de compras da PM. O tenente era do Almoxarifado do Corpo de Bombeiros.
Os outros presos são o procurador André Thadeu Franco Bahia, o empresário lobista Gracílio Junqueira Santos, os paulistas William Laviola e Jaime Palaia Sica (da empresa paulista Júlio Simões Logística), Jocélia Fernandes Oliveira (gerente de agência Bradesco e namorada de Gracílio), Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro e Sidnei Couto de Jesus, que seriam testas-de-ferro de Gracílio.
Os doze foram detidos com base em prisões temporárias de cinco dias, prorrogáveis por igual período, após investigações sigilosas que, segundo o secretário da Segurança, César Nunes, duraram cinco meses. As prisões foram feitas por 70 policiais – quase todos civis, incluindo 12 delegados – que cumpriram mandados de busca e apreensão em escritórios, numa sala do Quartel General dos Aflitos (QCG) e em casas de suspeitos, como o apartamento de Santana (Cabula).
Na PM, além de Jorge Santana, que em 1º de agosto passado foi exonerado do comando-geral e entrou na Reserva Remunerada (RR), estão presos os também coronéis Sérgio Alberto Silva Barbosa e Jorge Silva Ramos, e o tenente Antônio Durval de Senna Júnior. Barbosa comandou os bombeiros do fim de 2005 a novembro de 2008, foi para a RR em 21 de janeiro. Ramos dirigia, há cerca de sete anos, o Departamento de Apoio Logístico (DAL), unidade de compras da PM. O tenente era do Almoxarifado do Corpo de Bombeiros.
Os outros presos são o procurador André Thadeu Franco Bahia, o empresário lobista Gracílio Junqueira Santos, os paulistas William Laviola e Jaime Palaia Sica (da empresa paulista Júlio Simões Logística), Jocélia Fernandes Oliveira (gerente de agência Bradesco e namorada de Gracílio), Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro e Sidnei Couto de Jesus, que seriam testas-de-ferro de Gracílio.
Os doze foram detidos com base em prisões temporárias de cinco dias, prorrogáveis por igual período, após investigações sigilosas que, segundo o secretário da Segurança, César Nunes, duraram cinco meses. As prisões foram feitas por 70 policiais – quase todos civis, incluindo 12 delegados – que cumpriram mandados de busca e apreensão em escritórios, numa sala do Quartel General dos Aflitos (QCG) e em casas de suspeitos, como o apartamento de Santana (Cabula).
O esquema – Segundo afirmou Nunes, em entrevista ao lado do atual comandante-geral da PM, Nilton Mascarenhas, e do chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, as investigações começaram após a suspeita de superfaturamento no contrato da compra com gestão (quando o fornecedor fica responsável pela manutenção do bem vendido), de 191 viaturas para a PM, licitação de dezembro de 2007, vencida pela Júlio Simões, pelo valor de R$ 25,8 milhões. “Já foi estranho, pois o valor máximo deveria ser 23 milhões”, explicou Nunes.
Até o contrato ser assinado, em fevereiro, houve um aditamento de R$ 6,4 milhões. “Quando investigávamos este contrato, descobrimos que várias outras compras e locações eram feitas mediante propina, como aquisição de fardamento. Constatamos que tudo que foi comprado pela PM, nesses cinco meses, teve corrupção”, relatou Nunes.
As viaturas começaram a ser entregues em julho; em agosto, o coronel Santana foi exonerado do cargo pelo governador Jaques Wagner, que alegou o aumento da violência como motivo para a substituí-lo. “Em agosto, seria a primeira parcela do contrato. Como surgiu a suspeita, o pagamento não foi feito, e em setembro já estávamos investigando, em sigilo”, disse Nunes. Em dezembro, quando já havia indícios do crime, continua, Wagner teria autorizado o pagamento das duas primeiras parcelas. “O pagamento serviria para verificarmos o fluxo do dinheiro, como seria paga a propina”, datalhou o secretário.
Segundo ele, a Justiça já tinha conhecimento e o governador autorizou a SSP a receber o restante das viaturas, que já tinham chegado há mais de um mês em Salvador, e colocá-las para rodar. “Para não levantar suspeitas de que sabíamos do crime”, contou. As duas primeiras parcelas foram pagas no fim de janeiro. Ontem, sem saber que eram monitorados, dois emissários chegaram ao
Aeroporto de Salvador, sacaram dinheiro no Bradesco do Iguatemi, e seguiram para o escritório de Gracílio, no Edf. Cidade do Salvador, no Comércio.
Por volta do meio-dia, após a chegada do coronel Santana, a polícia entrou no prédio, prendeu primeiro os dois paulistas, depois o oficial e Gracilio. “O coronel estava com R$ 26 mil e o lobista com R$ 21 mil, já no bolso”, afirmou Nunes.
Até o contrato ser assinado, em fevereiro, houve um aditamento de R$ 6,4 milhões. “Quando investigávamos este contrato, descobrimos que várias outras compras e locações eram feitas mediante propina, como aquisição de fardamento. Constatamos que tudo que foi comprado pela PM, nesses cinco meses, teve corrupção”, relatou Nunes.
As viaturas começaram a ser entregues em julho; em agosto, o coronel Santana foi exonerado do cargo pelo governador Jaques Wagner, que alegou o aumento da violência como motivo para a substituí-lo. “Em agosto, seria a primeira parcela do contrato. Como surgiu a suspeita, o pagamento não foi feito, e em setembro já estávamos investigando, em sigilo”, disse Nunes. Em dezembro, quando já havia indícios do crime, continua, Wagner teria autorizado o pagamento das duas primeiras parcelas. “O pagamento serviria para verificarmos o fluxo do dinheiro, como seria paga a propina”, datalhou o secretário.
Segundo ele, a Justiça já tinha conhecimento e o governador autorizou a SSP a receber o restante das viaturas, que já tinham chegado há mais de um mês em Salvador, e colocá-las para rodar. “Para não levantar suspeitas de que sabíamos do crime”, contou. As duas primeiras parcelas foram pagas no fim de janeiro. Ontem, sem saber que eram monitorados, dois emissários chegaram ao
Aeroporto de Salvador, sacaram dinheiro no Bradesco do Iguatemi, e seguiram para o escritório de Gracílio, no Edf. Cidade do Salvador, no Comércio.
Por volta do meio-dia, após a chegada do coronel Santana, a polícia entrou no prédio, prendeu primeiro os dois paulistas, depois o oficial e Gracilio. “O coronel estava com R$ 26 mil e o lobista com R$ 21 mil, já no bolso”, afirmou Nunes.
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