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sábado, 10 de março de 2018

PM é acusada de agredir moradores


Cidades

PM é acusada de agredir moradores


Policiais invadiram barracos e teriam agido com truculência. Comando alega a entrada foi permitida

Na madrugada de ontem, a Polícia Militar arrombou dezenas de barracos da invasão Nossa Senhora Aparecida, zona norte de Londrina, destruindo móveis e objetos com violência, intimidando crianças e agredindo moradores. A acusação, feita por vários moradores da área invadida, é contestada pelo comando do 5º Batalhão da PM (BPM). O comando alega que um grupo fazia a ronda no local e tentou prender dois homens que atiraram nas viaturas.

Segundo uma das moradores, Rosane Maria de Souza Rocha, 30 anos, um tiroteio aconteceu por volta das 22 horas, perto da Avenida Saul Elkind, distante 800 metros da área invadida. ‘‘Temos pelo menos cinco bairros nesta área. Eles vieram aqui só porque somos pobres’’, afirmou Rosane. Ela disse que o marido e o filho de sete anos foram jogados ao chão sob a mira de armamento pesado.
Os moradores relataram que, durante quase três horas, dezenas de policiais circularam entre as vielas. Eles disseram ainda pelo menos 20 viaturas foram enviadas para o local. Além de ter o barraco totalmente revirado, a moradora Sandra Mara Nunes, 41, foi ferida com um corte no supercílio e teve o filho de 21 anos preso pelos soldados. ‘‘O homens levaram o rapaz e um amigo dele sem qualquer motivo, tanto que já estão soltos. Na minha casa, eles quebraram tudo e jogaram nossa comida’’, disse Sandra.
Joaquina Russa de Souza, 50 anos, e o pedreiro Cícero Emílio da Silva, 55, também tiveram as portas derrubadas pelos policiais. Russa, que é viúva e tem um filho de 11 anos, disse estar revoltada com tanta violência. ‘‘Não temos homem em casa para proteger a gente. Meu menino está assustado e agora tem medo andar na rua’’.
Já o pedreiro chorou ao contar como foi derrubado e pisado por um PM. ‘‘Eles chutaram a porta e me deixaram com a cara no chão. Como alguém pode invadir a casa dos outros desse jeito?’’, questionou Souza.
Segundo o comandante do 5º BPM, tenente-coronel Rubens Guimarães de Souza, a ação dos policiais foi iniciada porque seus homens foram recebidos com tiros. ‘‘O pessoal saiu à procura dos autores dos disparos, tanto que encontrou munição e prendeu duas pessoas’’, alegou. ‘‘Os policiais estavam em situação de flagrante e podiam entrar nas casas sem mandado (de busca e apreensão)’’, acrescentou.
O comandante destacou ainda que os moradores ‘‘permitiram a entrada’’ dos PMs. ‘‘O pessoal do bairro ao lado (Jardim São Jorge) até nos agradeceu pela tentativa de prender os suspeitos’’, afirmou.
A vice-presidente da Associação dos Moradores do Jardim São Jorge, Dirceléia Leonel, 34 anos, e o presidente da Federação dos Sem-teto, José Ricardo da Silva, negaram tais agradecimentos. ‘‘A violência só não foi maior porque fomos pra rua. Pedimos esclarecimentos sobre o que aconteceu aqui’’, disse Silva, que também é vizinho da invasão. A área foi ocupada em setembro do ano passado e conta com 128 famílias.
Emerson DiasReportagem Local

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