07/03/2012
às 16:47 \ Vasto Mundo
Amigos, compartilho com vocês matéria do excelente jornalista e querido amigo Luiz Cláudio Cunha, publicada no site Sul 21.
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Uruguai reabre na Justiça caso do sequestro de Lilian e Universindo
Testemunha brasileira vai depor em Montevidéu
No crepúsculo de fevereiro, alvorecer de 2012, a Justiça uruguaia aceitou enfim reabrir o caso dos uruguaios Universindo Rodríguez Díaz e Lílian Celiberti, sequestrados em novembro de 1978 em Porto Alegre, numa ação combinada de policiais do DOPS gaúcho e militares do Exército de Montevidéu. Agiam clandestinamente em território brasileiro no âmbito da ‘Operação Condor’, que caçava opositores das ditaduras do Cone Sul nos turbulentos anos 70 do século passado.
Universindo e Lilian, detida com seus dois filhos – Camilo (8 anos) e Francesca (3) -, foram torturados na sede do DOPS em Porto Alegre e nos quartéis de Montevidéu. Ficaram cinco anos presos, sob a falsa acusação de “invadir o país com armas e material subversivo”. Libertados em 1983, dois anos antes da queda da ditadura uruguaia, foram os primeiros presos políticos a denunciar na Justiça o regime de força, já em 1984, quando os militares ainda mantinham o poder.
Nenhum dos militares citados compareceu na época ao tribunal do Juzgado Penal de 7º Turno.
O chefe do comando uruguaio em solo gaúcho, capitão Eduardo Ferro, teve a sua intimação judicial jogada no fundo do cofre do então comandante do Exército da ditadura, general Hugo Medina. E o caso morreu ali.
Até que, em julho passado, o presidente José Mujica, um ex-guerrilheiro Tupamaro preso e torturado pelo regime militar à época, mandou um decreto à Suprema Corte revogando todos os atos administrativos que impediam o julgamento de violações aos direitos humanos pela caduca ‘Ley de Caducidad’, que os militares se concederam como garantia de impunidade. Mais de 80 casos de lesa-humanidade foram então ressuscitados, entre eles o dos sequestrados em Porto Alegre.
Durante meses, realizou-se uma garimpagem nos arquivos da Justiça para resgatar o processo ‘desaparecido’ pelo regime militar.
Reencontrado, enfim, Lilian Celiberti compareceu na terça-feira, 28 de fevereiro, ao Juizado da calle Misiones, na Ciudad Vieja de Montevidéu, onde se concentram os casos contra a ditadura, e formalizou a denúncia, aceita pela juíza Mariana Motta.
Foi ela a dura magistrada que, em fevereiro de 2011, condenou o ex-presidente Juan María Bordaberry a 30 anos de prisão por liderar o golpe de Estado de 1973 que dissolveu o Parlamento e a centenária democracia do país, também responsabilizado diretamente por 14 assassinatos e desaparecimentos forçados durante a ditadura.» Clique para continuar lendo e deixe seu comentário
Operação Condor | Ricardo Setti - VEJA.com
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