Edson Góes é suspeito de integrar quadrilha desarticulada em operação.
Agentes cobravam suborno para permitir irregularidades, diz Seseg.
Gabriel Barreira
Do G1 Rio
O major da Polícia Militar Edson Alexandre Pinto de Góes, subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), deixou a 22ª DP (Méier) por volta das 15h desta terça-feira (16) após prestar depoimento na 1ª Delegacia de Polícia Judiciária, no mesmo bairro, sobre o esquema de corrupção envolvendo PMs do 14º BPM (Bangu), que levou à prisão 25 suspeitos, sendo 24 PMs. Ele estava foragido desde segunda (15), quando foi deflagrada a operação para prender os investigados, e se entregou à polícia na manhã desta terça.
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Coordenada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Seseg), com apoio do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), a operação Amigos S.A prendeu nesta segunda 23 policiais militares suspeitos de integrar um esquema de arrecadação de propina de comerciantes e transporte irregular na região de atuação do 14º BPM (Bangu), na Zona Oeste do Rio.
Antes de ser encaminhado para unidade prisional da PM, o major Edson Góes será levado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde passará por exame de corpo de delito. Além do major, também estava foragido o mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, responsável por recolher propinas para a quadrilha. Ele foi preso na manhã desta terça na Vila Aliança, em Bangu. Com as duas prisões, a polícia do Rio cumpriu os 25 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Antes de ser encaminhado para unidade prisional da PM, o major Edson Góes será levado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde passará por exame de corpo de delito. Além do major, também estava foragido o mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira, responsável por recolher propinas para a quadrilha. Ele foi preso na manhã desta terça na Vila Aliança, em Bangu. Com as duas prisões, a polícia do Rio cumpriu os 25 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Dinheiro apreendido
Durante a operação, os agentes apreenderam uma grande quantia em dinheiro na casa do major Edson Góes.
Durante a operação, os agentes apreenderam uma grande quantia em dinheiro na casa do major Edson Góes.
Na ação, também foi preso em casa o ex-comandante e coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, que atualmente era o chefe do Comando de Operações Especiais (COE) da PM.
De acordo com o promotor do Gaeco Cláudio Calo, Fontenelle, que já foi comandante do 41º BPM (Irajá), trouxe agentes de confiança, que faziam parte do esquema, quando foi transferido para chefiar o 14º BPM (Bangu). Os integrantes da quadrilha ocupavam posições importantes na hierarquia do batalhão, nas áreas de inteligência, policiamento ostensivo nas ruas e no Estado Maior.
"Ele mantinha essas pessoas nessas funções estratégicas e esse Estado Maior, que é quem deveria orientar e administrar as equipes de policiamento de trânsito. Essas equipes, ao invés de fazer policiamento para reprimir as irregularidades, faziam um policiamento ostensivo justamente para arrecadar as propinas", contou Calo.
Detalhes da operação
Segundo a Secretaria de Segurança, foram apreendidos R$ 287 mil e R$ 33 mil, na casa de dois suspeitos. A secretaria ainda não divulgou o valor total apreendido com os presos.
Segundo a Secretaria de Segurança, foram apreendidos R$ 287 mil e R$ 33 mil, na casa de dois suspeitos. A secretaria ainda não divulgou o valor total apreendido com os presos.
Segundo nota do MP, as propinas variavam entre R$ 30 e R$ 2,6 mil e eram cobradas diária, semanal ou mensalmente, como garantia de não reprimir qualquer ação criminosa, seja a atuação de mototaxistas, motoristas de vans e kombis não autorizados, o transporte de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no comércio popular de Bangu.
Ainda de acordo com a nota do Ministério Público, entre 2012 e o segundo semestre de 2013, os acusados e mais 80 pessoas, entre os quais policiais do 14° BPM, da 34ª DP (Bangu), da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), além de PMs reformados, praticavam diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público) na área de atuação do 14° BPM.
'Balcão de negócios'
De acordo com a denúncia, baseada em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito, “o 14° BPM foi transformado em um verdadeiro ‘balcão de negócios’, numa verdadeira ‘sociedade empresária S/A’, em que os ‘lucros’ eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo que a principal parte dos ‘lucros’ (propinas) era repassada para a denominada ‘Administração’, ou seja, para os oficiais militares integrantes ‘Estado Maior’, que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico”.
De acordo com a denúncia, baseada em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito, “o 14° BPM foi transformado em um verdadeiro ‘balcão de negócios’, numa verdadeira ‘sociedade empresária S/A’, em que os ‘lucros’ eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo que a principal parte dos ‘lucros’ (propinas) era repassada para a denominada ‘Administração’, ou seja, para os oficiais militares integrantes ‘Estado Maior’, que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico”.
O MP informou que os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu pelo crime de associação criminosa armada, que não consta do Código Penal Militar. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Os integrantes da quadrilha também serão responsabilizados pelo Ministério Público pelos diversos crimes de concussão, que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar estadual.
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