Ele foi agredido a chutes, pontapés e tijoladas e levou mais de 60 pontos. Câmera de segurança registrou tudo; imagens serão analisadas pela polícia.
Do G1 PE
“Foi muita covardia. Jamais imaginei que pudesse ser atacado por um oficial, ele devia ajudar a gente, dar apoio”. As palavras foram do segurança agredido por um policial militar em um bar no bairro do Derby, área central do Recife. “Foi um milagre eu estar vivo, não estar com o crânio quebrado”, analisa. O segurança concedeu entrevista exclusiva ao NETV 1ª Edição desta segunda-feira (15).
Depois de receber socorro médico, o segurança recebeu atestado para ficar sete dias em casa e depois deve retornar ao hospital para retirada dos pontos.
O caso ocorreu na noite de sábado (13). O tenente da Polícia Militar passou a madrugada bebendo com amigos. Quando o bar estava fechando, ele pediu mais uma bebida e foi buscar sozinho. O segurança reclamou e saiu de perto dele. Minutos depois o tenente e um amigo agridem o segurança a chutes, pontapés e tijoladas. Uma câmera de segurança registrou tudo.
O segurança contou que estava na frente do bar depois do fim do pagode. “Estavam o policial que me agrediu, dois amigos e três amigas. Ele queria cerveja de todo jeito. O garçom e o gerente tinham dito que não, que o caixa já tinha fechado. Ele simplesmente se levantou, botou a mão no freezer e pegou a cerveja a pulso”, relata.
Ele tentou impedir o policial. “Eu simplesmente não deixei. Disse ‘bote a cerveja lá, o senhor não pode meter a mão aí, só quem pode é o garçom. Tu é policial na rua, fardado, aqui tu não é nada’. Ele alegou que era policial e eu disse: ‘Como policial o senhor tem que dar o exemplo’. Aí eu acho que ele não gostou, sentou pra beber. Quando levantou, foi pro meu lado, puxou a pistola, eu não pude fazer nada”, conta.
O segurança afirma ter levado duas coronhadas do policial. “Depois eu apaguei. Disseram que eu me levantei depois, com a cabeça cheia de sangue, mas eu não lembro de nada. Aí depois um rapaz deu umas pedradas na minha cabeça. Ele ainda mostrou a carteira lá, ‘eu sou policial militar’. Ele já veio pro meu lado com a pistola, eu não podia fazer nada. Foi muita covardia”, disse.
A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar informou que a PM reprova a atitude do tenente e explicou que foi aberta uma sindicância para apurar o que aconteceu. O prazo para concluir a investigação é de trinta dias. Durante esse período, o tenente vai continuar trabalhando. O caso também está sendo investigado pela segunda Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – inclusive para identificar o outro agressor que aparece nas imagens. A delegada responsável é Andréa Borégas.
A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar informou que a PM reprova a atitude do tenente e explicou que foi aberta uma sindicância para apurar o que aconteceu. O prazo para concluir a investigação é de trinta dias. Durante esse período, o tenente vai continuar trabalhando. O caso também está sendo investigado pela segunda Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – inclusive para identificar o outro agressor que aparece nas imagens. A delegada responsável é Andréa Borégas.
Entenda o caso
Um tenente da Polícia Militar foi flagrado agredindo o segurança de um bar no Derby, no Recife, no sábado (13). O oficial partiu para cima do trabalhador por não aceitar o término do horário de funcionamento do estabelecimento, que não vendia mais bebidas quando ele chegou ao local, por volta das 5h30 da manhã. Toda a ação foi gravada pelas câmeras de segurança do bar.
Um tenente da Polícia Militar foi flagrado agredindo o segurança de um bar no Derby, no Recife, no sábado (13). O oficial partiu para cima do trabalhador por não aceitar o término do horário de funcionamento do estabelecimento, que não vendia mais bebidas quando ele chegou ao local, por volta das 5h30 da manhã. Toda a ação foi gravada pelas câmeras de segurança do bar.
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“O bar já estava fechado, todo lavado. Mas ele se sentiu no direito de invadir meu freezer, tirar uma cerveja e beber”, reclama o gerente do estabelecimento, que preferiu não se identificar. Mesmo assim, os funcionários aceitaram que os amigos se sentassem para tomar a garrafa que haviam aberto. “O gerente convenceu o PM de que terminasse a cerveja para a gente ir embora, quando um moreno que estava com ele o insuflou dizendo que aquilo era uma desmoralização e que ele deveria tomar providências. Foi aí que ele se levantou e tomou as providências, atingindo covardemente nosso segurança”, lamenta o gerente do estabelecimento.
As imagens mostram que o policial já chega batendo da cabeça do segurança, sem se preocupar com a presença de outras pessoas. O segurança é jogado ao chão e recebe mais murros e chutes. Quando tenta se levantar, o amigo do oficial pega um tijolo que estava solto na calçada e joga-o na cabeça da vítima. Após as agressões, o policial militar ainda vai de um lado para o outro da rua mostrando um revólver e ameaçando as pessoas que presenciaram as agressões. Depois, vai embora. O segurança foi socorrido e levado para o Real Hospital Português, mas já recebeu alta.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso. As imagens das câmeras de segurança também estão sendo analisadas pelo Comando da Polícia Militar, que disse não aceitar a prática, considerada “isolada e violenta”. A corporação ainda informou que será aberto um procedimento administrativo para adotar medidas disciplinares.
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