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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Ex-policial é condenado a 37 anos por sequestro e morte de Taciana Barbosa

Publicação: 02/12/2014 17:59 Atualização: 02/12/2014 19:18

Pais de Taciana com cartaz distribuído para a população em busca de informações sobre a corretora após o desaparecimento. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Pais de Taciana com cartaz distribuído para a população em busca de informações sobre a corretora após o desaparecimento. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Após seis anos do desaparecimento e morte da corretora Taciana Barbosa, o ex-policial militar Marco Antônio de Medeiros, acusado de matar e lançar o corpo da vítima, que estava grávida de oito meses, em alto-mar, foi condenado a 37 anos de prisão pelos crimes. A decisão do Conselho de Sentença, composto por sete jurados, foi dada no fim da tarde desta terça-feira (2), no Fórum de Olinda. O ex-policial, que aguardava o julgamento no Presídio de Igarassu, deverá ser transferido para a Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.
Marco Antônio era casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima. Ao saber que ela estava grávida, queria que a mulher realizasse um aborto. Ela se negou e decidiu terminar o romance, o que pode ter motivado a retaliação do ex-militar. Nesta terça, ele foi julgado por seis crimes. Deverá cumprir 19 anos de prisão por homicídio, três anos por sequestro, quatro por furto, sete por aborto, dois por ocultação de cadáver e outros dois por coação a testemunha, além de multa de 240 dias.

O Conselho de Sentença se reuniu para responder os questionamentos elaborados pela juíza Maria Segunda sobre os seis crimes às 16h30. Em acusação, a promotoria sugeriu que Taciana poderia ainda estar viva quando foi acorrentada e jogada ao mar pelo ex-pm. Ele, que era casado, teria cometido o crime para se vingar da corretora, que estava grávida de oito meses dele e, por se negar a fazer um aborto, preferiu terminar a relação extraconjugal. A afirmação da promotora Eliane Gaia se baseia na falta de rastros de sangue encontrados pela perícia nos locais por onde o ex-pm passou com o corpo da mulher e no depoimento do barqueiro que o levou para alto-mar.

O barqueiro afirmou ter sido forçado a ocultar o corpo no mar sob a mira da pistola do ex-pm. De acordo com o trabalhador, o acusado constantemente levantava o lençol que envolvia Taciana para checar sua respiração no caminho para o local premeditado, a quatro quilômetros da costa. O depoimento da única testemunha do julgamento, Fátima Maria Barbosa de Carvalho, mãe da vítima, também levou a acusação a sugerir a premeditação de crime.

"Ele ligou para minha filha e marcou um encontro no terminal de ônibus de Rio Doce. Disse que tinha um presente inesquecível de Dia das Mães para ela. Eu estava do lado nessa hora", afirmou. Quando chegou ao local, Taciana ligou para a mãe. Em seguida, o telefone foi desligado. O aparelho ainda foi utilizado pelo ex-pm durante algumas semanas, mas depois foi descartado em uma mata em Gravatá, no Agreste, e encontrado por uma pessoa que fazia trilha na área.


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