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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

PM instaura inquérito policial para apurar denúncia de agressão a motorista

Policiais alegam que homem ficou agressivo durante abordagem e se feriu dentro de viatura

26/10/2014 - 13:56

Tribuna Impressa
Motorista Luiz Carlos da Silva
A Polícia Militar de Araraquara instaurou um inquérito policial para apurar a denúncia de agressão a um motorista de ônibus escolar por policiais militares registrada na quinta-feira (23), no Jardim Maria Luiza.

Segundo nota enviada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o inquérito irá apurar as versões dos policiais envolvidos no caso e a versão do motorista.

O texto encaminhado à imprensa reforça as informações que constam em termo circunstanciado, que diz que o homem foi abordado por estar sem cinto de segurança, se alterou e não quis atender às ordens de mostrar os documentos pessoais e do veículo. 

De acordo com os policiais, o motorista Luiz Carlos da Silva xingou os militares e acabou sendo algemado e colocado dentro da viatura. No carro, ele se debateu e acabou ferindo sozinho o próprio rosto.

No Distrito Policial, o caso foi registrado como desobediência, desacato e resistência.

Já Luiz Carlos diz que uma aluna pediu aos policiais para abrir passagem para o ônibus já que a viatura estava impedindo sua circulação, mas o policial não gostou da abordagem. 

O homem diz que conseguiu passar, mesmo diante de algumas acusações do policial de que estava dirigindo sem cinto e com chinelos. No caminho para a Chácara Flora, o ônibus foi abordado por cinco militares em três viaturas. O motorista diz que foi tirado do veículo, algemado e agredido na frente das crianças. 

O homem ficou com hematomas nos olhos, levou pontos no supercílio, teve dois dentes quebrados e tem marcas pelos braços. 

Crianças que presenciaram a cena ficaram assustadas com o que viram. Uma das delas é o neto do motorista.



Motorista acusa policiais militares de agressão e abuso de autoridade

Fato aconteceu no Jardim Maria Luíza; crianças que estavam no coletivo teriam presenciado a ação

24/10/2014 - 09:42

Tribuna Impressa
O motorista Luiz Carlos da Silva
Um motorista de 55 anos está acusando um grupo de policiais militares de abuso de autoridade e agressão. O caso aconteceu no final da tarde de quinta-feira (23), no Jardim Maria Luiza, em Araraquara.
De acordo com o relato Luiz Carlos da Silva, que é motorista de um coletivo escolar da empresa Paraty, ele estava carregando os alunos na porta da escola do bairro e não conseguiu sair com o ônibus porque uma viatura estava parada em frente à residência de um dos militares, impedindo sua passagem. 

Para sair do local, ele pediu a uma aluna que descesse do ônibus e falasse com o policial. “Pedi para que uma aluna descesse e pedisse, por favor, para que o policial tirasse a viatura para eu poder prosseguir com o ônibus. Acho que ele não gostou muito e veio até mim, implicando e dizendo que eu estava sem cinto, usando chinelos, o que não é verdade. Trabalhei minha vida toda em coletivos, recebo treinamento para lidar com essas situações e todos viram que ele estava tentando encontrar alguma coisa para me prejudicar”, relata Luiz Carlos.

Ainda de acordo com o motorista, ele conseguiu passar e seguiu com o ônibus. Na pista, já próximo à entrada da Chácara Flora, destino final das crianças, ele foi abordado por três viaturas. “Eram cinco militares. Eles me tiraram do ônibus, me algemaram e me colocaram no compartimento de presos da viatura. Lá mesmo começaram as agressões. As crianças, inclusive meu neto de 6 anos, que estava no ônibus, presenciaram a situação e entraram em choque, começaram a chorar”, lembra o motorista, ainda muito abalado com a situação.
Tribuna Impressa
Menino relata a agressão que presenciou
O homem está com hematomas nos olhos, levou pontos no supercílio, teve dois dentes quebrados e tem marcas pelos braços.

OUTRA VERSÃO - Em seguida, Luiz conta que foi levado ao plantão policial da Polícia Civil, onde os militares registraram um Termo Circunstancial de Desacato a Autoridade por parte do motorista. No termo, um policial de 35 anos relata que os ferimentos de Luiz foram causados por ele mesmo ao se debater no interior da viatura. 

O documento ainda diz que, durante a abordagem, o motorista se recusou a apresentar sua documentação e, bastante alterado,  ofendeu um dos policiais. Diante disso, eles pediram apoio e deram voz de prisão ao motorista, que foi algemado e conduzido até o plantão policial no compartimento de preso. Além disso, o militar relatou que Luiz continuou com os xingamentos.

Ainda de acordo com o termo, os militares socorreram o motorista à Unidade de Pronto Atendimento Central, onde ele foi medicado. Posteriormente, o conduziram ao plantão policial para registrar o caso.
 
Tribuna Impressa
Criança relata agressão que presenciou
TESTEMUNHAS - A dona de casa Silmara dos Santos Pucinato, de 25 anos, estava acompanhando os dois filhos, de 3 e 5 anos, no coletivo e viu toda a cena. "Foi um transtorno. Meus filhos e todas as crianças começaram a chorar ao ver o Luiz ser agredido com tanta agressividade, não sabia o que fazer. Algumas crianças começaram a correr pela via e uma menina acabou desmaiando", relata a mulher.

O pequeno Yuri, 6, ficou traumatizado com o episódio. "O tio Luiz é um homem bom, ele não fez nada. O grandão bateu muito nele, até saiu sangue", lembra a criança.

A mãe de Yuri, Daiane Agostinho Ferreira, 28, disse que o filho não dormiu a noite. "Ele ficou lembrando tudo o que aconteceu, dizendo que queria saber como o tio estava e repetindo 'não tem como esquecer mãe' ", diz.

Já o neto de Luiz disse ao avô que teve vonta de ir para cima dos policiais e tirá-lo de lá. O motorista até tentou dizer ao menino de 6 anos que nada havia acontecido, mas ele reforçou ter visto tudo. 

A reportagem procurou o comando da Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Segurança e recebeu um posicionamento do caso na manhã de domingo (26). 


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