: 13/02/2014 | Santa Catarina
Um compartilhamento no Facebook, seguido de um comentário que tem tudo para ser avaliado como uma apologia à tortura e à execução de suspeitos, vai virar sindicância na Polícia Civil. É que a postagem, que tem um palavrão no título e defendem “porrada e tiro em vagabundo e vida loka…” foi feita por um delegado de Itajaí.
Celso Pereira de Andrade, chefe da divisão de Investigação Criminal (DIC) peixeira, fez o compartilhamento e o comentário em sua conta da rede social no domingo (09). Isto no mesmo dia em que postou foto que acabou virando polêmica na internet: ele sem camisa, exibindo a tatuagem tribal que tem no ombro direito e com uma pistola em direção à câmera fotográfica – postagem que também vai virar investigaçã, por parte da chefia da Polícia Civil no Estado.
A frase com o palavrão e ainda a citação “É porrada e tiro em vagabundo e vida loka…”, que mais parece coisa de justiceiro, faz referência a um comentário e duas fotos tiradas no Rio de Janeiro, na qual os corpos de cinco suspeitos aparecem estirados e ensanguentados no chão.
Isso teria ocorrido, conforme o texto, 48 horas depois da morte de dois fardados cariocas. O delegado compartilhou a mensagem e disparou a frase, que incita práticas como tortura e assassinato de pessoas, com seus “amigos de Face”. Já a foto em que se exibe com uma arma na mão está na rede, para qualquer internauta ver.
O delegado Artur Nitz, diretor de polícia do Litoral, informou que o material foi encaminhado à corregedoria da instituição e que será instaurada sindicância. A determinação da investigação da suposta apologia aos crimes veio diretamente do delegado geral de Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila.
Procurado, o secretário César Augusto Grubba, da Segurança Pública de Santa Catarina, preferiu não se manifestar sobre o caso. O advogado Luiz Fernando Ozawa, conselheiro da seção de Santa Catarina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), diz o compartilhamento de uma postagem e a frase que sugere tortura e execução de suspeitos, por parte de um delegado da Polícia Civil, é radical ao extremo e fere a Constituição Brasileira.
Ao usar essa frase, o delegado estaria criticando a Constituição, que garante os Direitos Humanos. Cabe lembrar que é esta mesma Constituição que dá autorização para o delegado atuar, e isso é paradoxal. As polêmicas em rede social não foram as únicas ações do delegado Celso Pereira de Andrade, da DIC de Itajaí, que correm o risco de manchar a imagem da Polícia Civil. Há uma semana, ele foi denunciado por ter praticado a prisão ilegal de um suposto inocente.
Foto:Diarinho de Itajaí/Divulgação
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