FIM DE UMA ERA
Terminou às 14h15 deste domingo (10/12) um dos maiores pesadelos da história do Chile. Morreu, aos 91 anos de idade, o ex-ditador Augusto Pinochet Ugarte, que por 16 anos governou com mão de ferro aquele país da América do Sul. Pinochet estava internado no Hospital Militar de Santiago desde o último domingo (3/12) depois de sofrer um ataque cardíaco.
As ruas do centro de Santiago, palco do sangrento golpe de estado perpetrado pelo então comandante do Exército em 1973, foram ocupadas por manifestantes que comemoraram sua morte. Pinochet passou os últimos anos de sua vida morando em Santiago e enfrentando acusações de abusos aos direitos humanos e fraudes cometidos durante os 17 anos em que esteve no poder. Sob seu regime, mais de 3.000 pessoas foram mortas por sua polícia secreta. Sob seu regime, foram lançadas também as bases para a modernização e fortalecimento da economia chilena.
Depois de deixar o poder em 1989, numa transição pacífica e concertada, Pinochet passou a enfrentar processos por crimes de violações dos direitos humanos, fraude ao fisco e uso de passaportes falsos no chamado Caso Riggs --aberto após a descoberta de contas secretas no exterior, nas quais ele acumulou fortuna de US$ 27 milhões, cuja origem não foi determinada.
Entre os processos relacionados a direitos humanos, figuram o desaparecimento de dissidentes em 1975, na chamada Operação Colombo, na qual Pinochet foi acusado de envolvimento no seqüestro de ao menos três dissidentes por serviços de segurança de seu governo.
O ex-ditador chegou a ser preso em diversas ocasiões em conexão com os crimes. Na segunda-feira passada (27), o juiz Víctor Montiglio ordenou a prisão domiciliar o ex-ditador como suposto responsável pelo seqüestro e homicídio de dois presos políticos em 1973, dentro do caso chamado "Caravana da Morte".
Revista Consultor Jurídico, 10 de dezembro de 2006, 18h31
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