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Mais um militar preso por envolvimento no roubo de armas da polícia

11 de Junho de 2015 às 15:42 por Laureen Bessa (laureen@eshoje.com.br)

   

Foto: Bruno Barros/Divulgação

A primeira, das 18 armas que foram levadas do Batalhão da Polícia Militar e das três delegacias da Polícia Civil da Grande Vitória, foi recuperada após a prisão do soldado Paulo Vitor Alves de Jesus, de 21 anos, nesta quarta-feira (10). O militar foi preso em flagrante, portando a submetralhadora que havia sido furtada no início desta semana da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Vitória. As investigações apontam que o policial tentava fazer a venda da arma por R$ 25 mil.

Paulo Vitor já era alvo de investigação da Polícia Militar (PMES) sobre o furto das 10 armas de fogo do 6° Batalhão da Serra. Ele foi localizado após o setor de inteligência encontrar na internet, um anúncio de negociação da venda da arma. Em seguida, denúncias anônimas informaram que uma transação seria feita no bairro Cruzeiro do Sul, em Cariacica.

Foto: Divulgação

“O 7° Batalhão iniciou as diligências de monitoramento na região, até que um carro suspeito foi abordado. Ao fazer a vistoria, no banco traseiro do veículo foi encontrada a submetralhadora dentro de sacolas. Ao fazer verificação, os policias descobriram que se tratava da arma furtada da DPCA e que o motorista era também um policial militar. Estamos atuando para recuperar as armas e prender todos os envolvidos, mesmo que sejam policiais, pois não admitimos esse tipo de comportamento”, disse o comandante-geral da PMES, Marco Antônio Souza.

Dois homens também foram detidos na ação policial, pois seriam os possíveis compradores da arma. Os suspeitos são: o estagiário Thiago Machado Coutinho, 22, e o eletricista Georgenes Silva Martins, 21, ambos não possuem passagem pela polícia. Eles foram levados para a Delegacia Patrimonial, que está à frente das investigações, para serem ouvidos. A namorada de Paulo, que estava com ele no momento da abordagem, prestou depoimento e em seguida foi liberada.

Segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia, as investigações continuam, por isso, ainda não há como confirmar se existe uma ligação direta entre os arrombamentos. “É só o começo e nós vamos chegar aos outros envolvidos. Até o momento não temos elementos para afirmar se era algo articulado. Mas desde o início estamos ponderando a possibilidade da participação de outros policiais. As investigações estão em curso e a princípio, o evento da DCPA não tem relação com os outros arrombamentos”, contou.

Garcia explicou ainda que está sendo apurado se o policial militar tinha algum envolvimento com as cinco pessoas presas, acusadas de serem as autoras do arrombamento da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Vitória. “A Polícia Civil, através da Delegacia Patrimonial, está levantando todas as informações para verificar se houve participação direta desse policial no evento. O simples fato de ele estar com a arma já revela que ele já sabia do ocorrido e estava se dispondo do produto desviado para, muito provavelmente, alimentar o mercado do crime”.

Foto: Divulgação

De acordo com o corregedor-geral da PM, Ilton Borges, o policial alegou em depoimento que foi obrigado pelos traficantes a vender a arma, caso contrário, sua família estaria em perigo. “O policial apresentou a versão de que teria sido forçado por traficantes a agir da maneira que agiu. São informações que não tem nenhum dado concreto. Mas com certeza a investigação realizada pela Delegacia Patrimonial e no curso do processo administrativo que ele vai responder, essas questões serão esclarecidas”, declarou.

Além de responder o processo administrativo, Paulo Vitor, responderá criminalmente pelos crimes de posse de arma de uso restrito, receptação de mercadoria roubada e comercialização. O militar está preso no Quartel do Comando Geral da PMES, em Maruípe, na Capital.

A Polícia Civil investiga também a participação da namorada de um dos rapazes presos nesta terça (9). Ela teria intermediado o repasse da arma para o policial. “Há informações, que ainda estamos confirmando, de que a namorada do Sávio teria feito essa intermediação. Mas, o que se declarou na delegacia é que essa ligação teria sido feita pelo próprio Sávio. Então essas informações precisam ainda ser confirmadas”, esclareceu a chefe da PCES, Gracimeri Gaviorno.

As investigações devem ser concluída em até 60 dias, ao final do processo administrativo, o soldado pode ser expulso da PM.

Os casos

29 de maio - A Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) foi arrombada e uma arma chegou a ser levada. O criminoso tirou a grade de uma das janelas e entrou.

30 de maio - Um homem tentou furtar uma televisão na sede do Batalhão da Polícia Militar de São Mateus, na região Norte. O suspeito chegou ao local de moto, entrou correndo e gritou que queria um fuzil.

31 de maio - 14 pistolas foram roubadas de dentro do 6º Batalhão da Polícia Militar, em Carapina, na Serra. Um PM, que estava de plantão, foi detido e levado para o Quartel da corporação.

2 de junho- Armas foram levadas da Delegacia Distrital do bairro Goiabeiras, em Vitória. Foram furtados três revólveres calibre 38 e uma submetralhadora calibre ponto 40 da delegacia.

8 de junho - Uma escopeta calibre 12 e uma metralhadora ponto 40 foram levadas da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Jucutuquara, Vitória. Bandidos cortaram o sistema de alarme e serraram grades para entrar no local. A metralhadora foi recuperada nesta tarde.

9 de junho - Pela segunda vez, a Deam de Vitória teve a grade de uma das janelas arrombada. Foram levados coletes, televisores e até a comida dos funcionários que estava na geladeira.