PM’s são presos acusados de 11 assassinatos e achaques a traficantes; confira os nomes
Publicado em 20 de dezembro de 2014,8:36
Por Denise Mello e Juliano Cunha
Três policiais militares foram presos na madrugada deste sábado (20) em Curitiba, suspeitos de participação em pelo menos onze assassinatos, incluindo duas chacinas em Curitiba, e de praticarem achaques a traficantes. Dois policias, incluindo um sargento, estão com prisão decretada e são considerados foragidos. Os policiais são do 13º Batalhão da PM. Os pedidos foram feitos pelos delegados Cristiano Quintas, Fabio Amaro e Danilo Zarlenga, em relação a três casos envolvendo homicídios na capital paranaense. A operação teve acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil e envolveu 70 policiais.
Os três presos são: os soldados Patrik Alves Pereira, Eliosir José da Silva e Michel Alves Diel. Estão foragidos: o soldado Alisson dos Santos Cszulik e o sargento Silvestre de Oliveira Lopes.
As prisões estão sendo coordenadas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), como o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) e o acompanhamento do secretário de segurança pública do Paraná, Fernando Francischini.
“Foi uma operação muito parecida com a força-tarefa entre Secretaria da Segurança Pública e Grupo de Atuação de Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada também nesta semana. A prioridade é limpar a polícia para que os bons policiais, que são a maioria, voltem a trabalhar de forma muito tranquila”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), as prisões têm relação a três crimes e um quarto, que seria outra chacina, está em investigação. Os envolvimentos confirmados, segundo a polícia:
– A primeira situação ocorreu em 28 de janeiro, com a morte de Anderson Marques Colaço, 34 anos, na Rua João Antonio Culpi, 30, no local conhecido como Beco da Pluma, bairro Pinheirinho, na capital, investigada pelo delegado da DHPP Cristiano Quintas.
– No dia 31 de maio, uma chacina deixou cinco pessoas mortas no bairro Xaxim, sendo quatro homens e uma mulher. O caso está sendo acompanhado pelo delegado Danilo Zarlenga.
– no dia 12 de junho, o corpo de Tiago Rocha, de 25 anos, foi encontrado no Alto Boqueirão, de acordo com o delegado Fábio Amaro, que preside esse inquérito. Neste último caso, os PM’s teriam simulado um tiroteio para esconder a execução da vítima.
Um chacina no bairro Sítio Cercado, ocorrida no dia 30 de junho, em que cinco pessoas foram mortas (quatro homens e uma mulher), também estaria entre os crimes que podem ter ligação com os policiais. No caso dessa chacina, as investigações para a comprovação de participação dos policiais nos crimes continua.
Os policiais também extorquiam traficantes cobrando propina em uma espécie de “pedágio” para que pudessem praticar o tráfico na região. Entre as provas levantadas pela polícia está um exame de balística em que uma pistola calibre.380 teria sido usadas nas mortes.
Chacina do Sítio Cercado
Entre os policiais com mandados de prisão emitidos estão os soldados Alisson dos Santos Cszulik, 23 anos, e Michel Diel, 31 anos PM’s, que já haviam sido presos em julho por suposto envolvimento na chacina do bairro Sítio Cercado. Diel está preso e Cszulik está foragido. Na época, os dois negaram envolvimento nos crimes e respondiam o processo em liberdade.
De acordo com as investigações, a dupla – que trabalha junta na região – teria ido até a residência de uma família na tarde do crime com uma viatura caracterizada. Eles estariam fardados. Nas imagens usadas pela Polícia Civil, um carro para em frente a casa da família, e três homens, usando balaclava, descem do veículo e invadem o local. O inquérito que aponta a acusação dos policiais diz que eles usaram drogas com as vítimas antes do crime e cobravam valores mensais de traficantes da região para fazer ‘vistas grossas’.
Os soldados rebateram as acusações afirmando que trabalhavam há pouco tempo juntos e que jamais participariam de uma atrocidade como a chacina.
Na chacina foram executados: Jaqueline Garcia, 33 anos, que estava grávida de 6 meses; os dois irmãos adolescentes, Kauane Garcia Dias de Farias, 17 anos, e Ailton Augusto Dias de Farias, 14; e o alvo da execução identificado como Jonathan Pereira Veloso, 29 anos. Uma criança de 5 anos, filha do casal, foi poupada e encontrada pelas ruas gritando por socorro.
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