Greve de policiais civis atrasa transferência de acusados de chacina
26/05/2015 11h35
Da Redação
Da Redação
Os acusados de matar três pessoas de uma família, além de um amigo das vítimas, no povoado Tapaúna, em Taquarana, Agreste alagoano, serão transferidos ainda nesta terça-feira (26) para o sistema prisional, em Maceió. A transferência deveria ter sido feita com urgência, por conta da periculosidade dos indiciados, mas demorou devido à greve dos policiais civis.
De acordo com o juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, ele autorizou a entrada de Cícero de Oliveira da Silva, o "Tito" ou "Chupeta", de 27 anos, Jorge Gomes da Silva, o "Tomé", de 21, e Franciel Marcos Santos de Alcântara, de 20 anos, o "Marquinhos", no presídio, após receber um pedido de urgência, mas até agora os presos não chegaram a Maceió.
O delegado responsável pelo flagrante, Eraldo Brasil, da delegacia de Taquarana, confirmou o atraso e explicou que a greve colaborou com a situação. Após um dia inteiro de trabalho, para apuração do crime, diligências em busca dos autores de crime e oitivas, a equipe solicitada para atuar no caso, nessa segunda-feira, teve que ser liberada.
Sem agentes da polícia disponíveis, os presos ficaram na Delegacia Regional de Palmeira dos Índios e a transferência foi adiada para hoje. "Falei com o diretor de área, delegado Mário Jorge, para disponibilizar uma equipe para levá-los a Arapiraca, onde eles farão o exame de corpo de delito, no IML, e em seguida eles seguem para Maceió", confirmou Eraldo Brasil.
O menor apreendido por envolvimento no crime também será encaminhado para capital. Ele segue para a Delegacia de Menores Infratores, onde aguarda decisão judicial.
A prisão
Cícero de Oliveira, Jorge Gomes, Franciel Marcos e o adolescente, de 15 anos, foram detidos horas depois de os corpos serem encontrados no sítio da família.Todos assumiram os crimes, com excessão de Franciel.
Porém, após acareações entre os quatro, o delegado concluiu que todos participaram da chacina. O menor foi apontado pelo delegado como o causador da confusão que provocou o crime.
Cícero e Jorge eram sobrinhos do casal José Joaquim dos Santos, de 58 anos, e Maria José da Silva, de 53 anos, que foram assassinados junto ao filho, Genival José dos Santos, de 27 anos, e o amigo da família, Dionísio Maurício dos Santos, de 64 anos.
O acusado Cícero chegou a confessar ao delegado que ele e Franciel estupraram Maria José antes de matá-la. "Eles são muito perversos. Ela tinha o Cícero como um sobrinho, porque ele era sobrinho do José Joaquim", comentou o delegado.
Com as confissões, o flagrante do crime já foi concluído e encaminhado à Justiça. O inquérito será encaminhado no prazo de dez dias, com a pendência apenas dos laudos cadavéricos e da perícia.
Velório
Parentes e amigos da família participaram de um velório coletivo na manhã desta terça-feira, na Capela Nossa Senhora Auxiliadora, em Taquarana. Dionísio, o amigo da família que também foi morto, foi velado em sua cidade natal, Campo Alegre.
As vítimas foram encontradas em pontos diferentes do terreno onde ficava a casa da família, que foi completamente queimada. O crime chocou os moradores da região, e fez com que os acusados pelo crime, parentes das vítimas, logo fossem presos, após uma série de denúncias anônimas feitas à polícia.
Após serem detidos, os acusados foram levados até a delegacia de Palmeira dos Índios, onde foram autuados por homicídio qualificado e permanecem aguardando a transferência.
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