Juiz amigo de Alexandre Martins é o primeiro a depor durante júri
Carlos Eduardo Lemos começou a ser ouvido por volta das 16 horas. Ele é uma das testemunhas de acusação no julgamento dos acusados de serem os mandantes do assassinatoFolha VitóriaRedação Folha Vitória
O juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos foi a primeira testemunha de acusação a ser ouvida, nesta segunda-feira (24), durante o júri popular de dois acusados de serem os mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Carlos Eduardo, que era amigo de Alexandre Martins, começou a ser ouvido por volta das 16 horas.
Antes do início do júri, a defesa dos réus, o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, e o ex-policial civil e empresário do ramo de granito, Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, pediram a exclusão do magistrado do rol de testemunhas arroladas pelo Ministério Público Estadual (MPES). No entanto, o pedido foi negado pela Justiça.
Antes do depoimento do juiz Carlos Eduardo Lemos, foi feita a leitura de um resumo do processo, que possui mais de 7 mil páginas, em 31 volumes e 39 anexos. O julgamento teve início pouco depois das 11 horas desta segunda-feira, cerca de duas horas depois do previsto. O júri é realizado no Cineteatro da Universidade Vila Velha (UVV), em Boa Vista, Vila Velha.
Logo pela manhã, uma fila com mais de 100 pessoas já podia ser vista no local. O primeiro a chegar ao auditório da universidade foi o juiz responsável pelo caso, Marcelo Soares Cunha. Em seguida, foi a vez dos acusados.
No local, os advogados de defesa de Calúprometeram divulgar um áudio de uma conversa em que um promotor defende que o crime foi um latrocínio - assalto com morte - e não de mando, tese sustentada pelo Ministério Público Estadual. Também defendendo a tese de latrocínio, o coronel Ferreira negou mais uma vez participação no crime e diz estar sendo vítima de uma armação.
Demonstrando tranquilidade, Alexandre Martins de Castro, pai do juiz, também compareceu ao julgamento. Ele chegou ao local sozinho e afirmou acreditar na Justiça.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado (TJES), a previsão é de que o júri popular dure cinco dias. A partir desta terça-feira, o juiz Marcelo Soares Cunha pretende trabalhar das 8h30 às 21 horas. Só terão acesso ao recinto as pessoas que pegarem as senhas, que serão distribuídas na própria UVV.
O crime
Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado na porta de uma academia de ginástica em Itapoã, Vila Velha, no dia 24 de março de 2003. Na época, ele comandava investigações contra o crime organizado no Espírito Santo.
Os acusados de serem executores do crime - Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, e Giliard Ferreira de Souza - foram presos, julgados e condenados a mais de 24 anos de prisão. Também foram condenados, como intermediadores do crime, os sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva; Fernandes de Oliveira Reis, o "Cabeção"; André Luiz Barbosa Tavares, o "Yoxito"; e Leandro Celestino dos Santos, o "Pardal".
Durante todos esses anos, o processo se arrastou nos tribunais do Espírito Santo porque, além dos inúmeros recursos apresentados pela defesa dos acusados de serem os mandantes do crime, nove juízes foram considerados impedidos de julgarem o caso. Eles alegaram ter algum tipo de relação com uma das partes - ou réu ou vítima - e, por esse motivo, o julgamento poderia ser considerado sem validade.
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