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segunda-feira, 24 de agosto de 2015


DHPP assume caso e ouve PMs investigados por crime em Escada, PE
Marcelo Filho, 16 anos, foi baleado ao tentar fugir de blitz da PM na cidade. Sargento que atirou será investigado em inquérito civil e outro militar.
17/06/2015 17h40 - Atualizado em 18/06/2015 08h48
Do G1 PE
Representantes da PM, Polícia Civil e Instituto de Criminalística conversaram com a imprensa nesta quarta sobre homicídio de adolescente em Escada (Foto: Vitor Tavares / G1)Representantes da PM, Polícia Civil e Instituto de Criminalística conversaram com a imprensa nesta quarta sobre homicídio de adolescente em Escada (Foto: Vitor Tavares / G1)
Os quatro policiais militares que estavam na blitz que terminou com a morte do jovem Marcelo Laureano Gomes Filho, 16 anos, em Escada, começaram a prestar depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quarta-feira (17), no Recife. A delegacia especializada assumiu o caso, através da delegada Gleide Ângelo, e já enviou equipe para iniciar a apuração do crime na cidade, que fica na Mata Sul pernambucana.
O adolescente foi baleado por um sargento da Polícia Militar e morreu na noite de terça-feira (16), após fugir de uma abordagem policial no município de Escada. A assessoria de imprensa da corporação informou que o PM em questão atirou contra o carro do adolescente após o jovem desrespeitar a ordem policial de parar o veículo. O sargento já foi afastado de suas atividades.
Na sede do DHPP, no bairro do Cordeiro, vários policiais militares com a farda da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga (Ciosac), companhia onde os agentes envolvidos no crime estão lotados, circulavam durante a tarde desta quarta. O porta voz da PM, major Julio Aragão, confirmou a versão divulgada anteriormente, de que os policias desconfiaram do carro onde estava Marcelo, no centro da cidade de Escada. "Nas primeiras informações colhidas, eles afirmaram que havia dois carros suspeitos estacionados, inclusive um sem placa, entre dois bancos, em Escada. E, também segundo eles, a área é sensível ao crime", contou.
Jovem foi morto na noite de terça-feira (16) durante uma blitz policial na Avenida Comendador José Pereira, em frente a um banco do centro de Escada (Foto: Escada News / WhatsApp)Jovem foi morto na noite de terça-feira (16) durante uma blitz policial na Avenida Comendador José Pereira, em frente a um banco do centro de Escada; pai diz que ele não estava parado em frente à agência (Foto: Escada News / WhatsApp)
O sargento da Ciosac que assumiu ter efetuado o tiro que vitimou Marcelo já está afastado do trabalho, devido a uma medida preventiva. O PM trabalha há 29 anos na corporação. O destino dos outros três soldados será determinado no decorrer da investigação. Além do inquérito da Polícia Civil, um inquérito militar foi instaurado e deve ser concluído em um prazo de 60 dias.
A equipe da Ciosac envolvida no caso está vinculada ao batalhão de Custódia, cidade do Sertão. De acordo com a PM, a companhia, que atua em áreas remotas do interior, pode ser solicitada para reforçar segurança em qualquer área do estado. Os agentes da Ciosac costumam andar fortemente armados, para combater grupos criminosos. "O tiro é um recurso da PM, que tem direito de agir. Mas o procedimento padrão é dar proteção tanto ao companheiro quanto à população. O disparo é último discurso. Há uma hipótese levantada pelos policiais de que o tiro foi acidental. Isso será esclarecido com o inquérito. Eles estavam num procedimento de rotina", finalizou o major Julio Aragão.
Para a delegada Gleide Ângelo, agora é preciso encontrar pessoas envolvidas no caso para prestar depoimento. "Estamos começando hoje e queremos ser o mais céleres possível. Vamos trabalhar em conjunto com os laudos e a perícia para esclarecer os fatos, junto aos depoimentos. Todo mundo será ouvido", disse. O perito Marcelo Benevides, do Instituto de Criminalística, não adiantou o andamento da perícia e nem deu prazo para o fim dos trabalhos.
Veículo dirigido pelo adolescente está na Delegacia de Escada para ser periciado. Marca do tiro pode ser visto no vidro da janela traseira (Foto: Reprodução / TV Globo)Veículo dirigido pelo adolescente está na Delegacia de Escada para ser periciado. Marca do tiro pode ser visto no vidro da janela traseira (Foto: Reprodução / TV Globo)
Outro inquérito
A Polícia Militar (PM) também vai abrir um inquérito para investigar a morte do adolescente. O sargento ficará sem trabalhar até que a investigação seja concluída e a motivação do incidente, esclarecida. A medida, segundo a corporação, visa “preservar todos os envolvidos na ocorrência policial, garantindo às partes a ampla defesa e o contraditório”.
Na nota enviada à imprensa, a Polícia Militar confirma a versão repassada ao G1, no início da manhã desta quarta, pela 3ª Companhia da PM. O relato afirma que o disparo foi efetuado depois que a equipe da Ciosac se aproximou de dois carros que estavam parados na frente de um banco do centro de Escada, na noite de terça-feira. O adolescente estava na direção de um desses veículos, uma caminhonete S10, e tentou fugir do local no momento da abordagem policial. “Segundo versão apresentada pelos policiais militares, após a aproximação dos PMs, o menor, que dirigia a S-10, teria tentado sair do local desobedecendo a ordem de parada do comandante da guarnição tática, que, em seguida, efetuou o disparo que vitimou o adolescente”, afirma a nota da PM.
Antes de a PM se pronunciar sobre o caso, o coordenador da Força-Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, Neemias Falcão, afirmou que não podia determinar quem havia efetuado o disparo. A Força-Tarefa esteve no local da ocorrência para os exames periciais e disse que vai repassar as informações colhidas em Escada para a delegacia da cidade, que vai conduzir as investigações do caso. Ao G1, a delegacia já confirmou a versão repassada pela Polícia Militar.
O pai do adolescente contou que o filho estava passeanco com amigos quando viu a blitz e fez um retorno para tentar fugir (Foto: Reprodução / TV Globo)O pai do adolescente contou que o filho estava passeando
com amigos quando viu a blitz e fez um retorno para tentar
fugir (Foto: Reprodução / TV Globo)
Outra versão
No entanto, a família do adolescente contesta a história e afirma que o jovem não estava parado na frente do banco. Segundo o pai de Marcelo, ele estava passeando pela cidade com amigos quando se deparou com uma blitz policial e tentou fugir. Ele estava acompanhado do irmão de 19 anos e de mais dois amigos no carro que pertence ao pai. “Meu outro filho contou que a polícia fez um bloqueio na pista. Quando Marcelo viu que ia ser abordado, tentou fazer um retorno para fugir. A polícia deu ordem para ele parar, mas ele não parou, com medo, e o policial efetuou o disparo. Os amigos ainda colocaram a mão para fora do carro dizendo que ele ia parar, mas não adiantou”, conta Marcelo Laureano Gomes, 52.
Na nota divulgada nesta quarta, a Polícia Militar disse que “se solidariza com os familiares, parentes e amigos do adolescente”. A corporação ainda “reafirma o compromisso com a dignidade humana e, sobretudo, a preservação da vida em todas os protocolos operacionais adotados no âmbito da PMPE”. Confira o documento na íntegra:
"A Polícia Militar de Pernambuco em nota se solidariza com os familiares, parentes e amigos do adolescente MARCELO LAUREANO GOMES FILHO, 16, morto durante abordagem policial na noite de ontem (16) no município de Escada, Mata Sul de Pernambuco.
Durante a ocorrência policial, PM's da Companhia Independente de Sobrevivência em Área de Caatinga (CIOSAC), teriam se aproximado de dois veículos, um corolla de cor branca com duas pessoas e sem placas e uma S-10 de cor preta com quatro ocupantes, ambos estacionados no corredor bancário do município.
Segundo versão apresentada pelos policiais militares, após a aproximação dos PM's o menor, que dirigia a S-10, teria tentado sair do local desobedecendo a ordem de parada do comandante da guarnição tática, que, em seguida, efetuou o disparo que vitimou o adolescente.
Diante da gravidade da ocorrência, o Comando da Corporação já determinou a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar as causas do incidente, além de ter orientado o comando da CIOSAC de manter o policial militar responsável pelo disparo, que já foi identificado e prestam depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afastado das atividades operacionais até que os procedimentos apuratórios estejam conclusos e as causas esclarecidas. Tais medidas visam preservar todos os envolvidos na ocorrência policial, garantindo as partes a ampla defesa e o contraditório.
A Corporação esclarece, ainda, que reafirma o compromisso com a dignidade humana e, sobretudo, a preservação da vida em todas os protocolos operacionais adotados no âmbito da PMPE."

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