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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Violência policial gera debate sobre racismo nos EUA

nternacional

Estados Unidos

Os dois policiais que mataram Michael Brown e Eric Garner não serão julgados, e o país tenta entender os motivos dessas decisões
por Eduardo Graça — publicado 04/12/2014 15:16
imothy A. Clary / AFP
Em menos de duas semanas, dois júris decidiram não indiciar criminalmente policiais brancos acusados de matar cidadãos negros desarmados em duas grandes cidades americanas. No condado de Saint Louis, onde fica a cidade de Ferguson, Darren Wilson não será processado pelos seis tiros que resultaram na morte do adolescente Michael Brown, em agosto. Em Nova York, a morte de Eric Garner, pai de seis filhos, ocorrida em julho por ação do policial Daniel Pantaleo, também foi considerada ato de legítima defesa. Nos dois casos, a maioria do júri era formado por brancos.
A diferença entre os dois casos, escancarada nas palavras de ordem repetidas por centenas de manifestantes que tomaram as ruas de Nova York na noite de quarta-feira 3 e fecharam a West Side Highway, é o fato de o aparente asfixiamento de Garner ter sido registrado por câmeras e reproduzido no site do segundo maior jornal da cidade, o Daily News [veja o vídeo abaixo - as imagens são fortes]. Se o fim de Brown, flagrado por uma câmera de segurança de um mercado em Ferguson pouco antes de sua morte, roubando o equivalente a 48 dólares em cigarros, não chegou a ser registrado, o “não consigo respirar”, a derradeira frase de Garner, um homem asmático, acusado de vender cigarros ilegalmente nas ruas do distrito de Staten Island, pode ser ouvida claramente na gravação. A frase de Garner se transformou em senha para uma discussão de dimensões inéditas dos métodos e conseqüências do racismo na era Obama.
Na segunda-feira 1º, o primeiro presidente de origem afro-americana dos EUA recebeu um grupo de ativistas, administradores, representantes de associações de policiais e do setor jurídico para uma reunião sobre o sistema criminal americano. Barack Obama criticou a militarização da polícia e acenou com o investimento de 263 milhões de dólares em iniciativas de aproximação entre oficiais e líderes comunitários. Do montante, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso, 75 milhões de dólares foram destacados para o fornecimento de 50 mil câmeras de corpo, que registram as ações dos policiais quando em serviço.
Defensores do uso do aparato digital apresentam números como os de Rialto, cidade de 100 mil habitantes do sudoeste da Califórnia, que registrou uma redução de 60% nos crimes depois da instalação das câmeras. O problema, para a Casa Branca, é que Daniel Pantaleo estava justamente com uma destas câmeras no momento da altercação com Garner. “Está se receitando um band-aid para um problema de proporções gigantescas. Fornecer câmeras para policiais não os impedirão de me dar um tiro na cabeça, até porque é deles a decisão de quando se deve desligar ou não o dispositivo”, afirmou, na saída da reunião em Washington, o rapper e ativista Antoine White, o T-Dubb-O.
O jornalista Pervaiz Shallwani, do Wall Street Journal, frisa que a morte de Garner, um negro alto e obeso, exatamente como Michael Brown, foi considerada homicídio pela própria investigação policial. A corporação defende Pantaleo, afirmando que a imobilização, prática banida em Nova York desde 1993, foi feita de acordo com técnica aprovada pela Academia de Polícia. “Mas um dos paralelos com Ferguson é justamente o da cristalização da percepção de ser impossível processar um policial nos EUA, mesmo quando a autópsia caracteriza a morte da vítima, desarmada, como homicídio”, sintetiza Shallwani.
O jornal The New York Times, em seu caderno dominical de pensatas, trouxe uma série de artigos em torno da questão “para onde vamos depois de Ferguson?”. Um dos mais duros foi o do colunista Nicholas Kristof. O articulista lembrou que há, proporcionalmente, mais negros encarcerados nos EUA hoje do que durante o pior período do regime segregacionista sul-africano. E que a desigualdade social entre negros e brancos é maior nos EUA da Era Obama do que na África do Sul dos anos 70: “Parte do problema está nos cidadãos bem-intencionados, que condenam o racismo mas estão satisfeitos com o sistema. Vivemos o que o sociólogo Eduardo Bonillo-Silva, da Universidade de Duke, batizou de ‘racismo sem racistas’, marcado por fortes estereótipos", escreve. "É impossível saber ao certo o que ocorreu em Ferguson, mas pode-se reconhecer o padrão: de acordo com a associação independente de jornalismo investigativo ProPublica, jovens negros são mortos a tiro pela polícia americana 21 vezes mais do que os brancos da mesma idade”, afirma.
O professor de sociologia Michael Eric Dyson, da Universidade de Georgetown, critica a tentativa de se desumanizar a vida dos negros americanos. O acadêmico acusou o presidente de criticar os protestos violentos enquanto deixa de mencionar a praga de policiais brancos matando jovens negros desarmados, tediosa e doentiamente repetitivos, criando um imposto psicológico a ser pago pelas mentes negras: “Obama celebra o progresso racial que diz ter testemunhado em ‘seu tempo’, como se sua história, suas conquistas, fossem nossas também. E sugere que a soma de nossas vitórias políticas em sua presidência será menor do que nosso sofrimento persistente e diário”. Pressionado pela esquerda democrata, Obama reagiu aos protestos de Nova York com o anúncio de que o Departamento de Justiça, comandado por outro negro, Eric Holder, iniciou inquérito federal pela suspeita de violação dos direitos civis de Garner.
Diretora do Fundo de Defesa Legal da Associação Nacional para o Avanço dos Cidadãos Negros (NAACP), Christina Swarns afirma que os protestos refletem um momento de ruptura na comunidade afro-americana, para além do símbolo político das duas vitórias eleitorais de Obama: “Estes cidadãos americanos assassinados têm pais, têm famílias, e estes crimes não podem ficar sem resposta. Seguiremos repetindo até todos entenderem: as vidas dos negros também importam”.

Violência policial gera debate sobre racismo nos EUA — CartaCapital


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    Obama não consegue proteger nem a sua própria gente dos racistas e o aparato repressor estatal.
    Não podemos mais aceitar que esse modelo de segurança(?)pública seja praticada aqui no Brasil.
    é necessário desmobilizar a PM, que é uma herança maldita da ditadura, e em seu lugar instituir uma Força de segurança pública que respeite os direitos humanos, a constituição e a nossa democracia.
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        Pelo menos lá protestam. Mas que belo exemplo a Justiça americana dá ao Brasil; coitado de nós. Vai ver a estrutura do Poder está tomado por sionista racistas.
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            Infelizmente esse é mais um ato facista que o mundo teve a tristeza de ver, não consigo acreditar que isso realmente aconteceu e continua acontecebdo no mundo a fora, senti uma dor no peito ao ver esse vídeo, onde está os direitos humanos, cadê a ONU? Será que fechou os olhos para esse caso, qual deveria ser o posicionamento do Presidente dos Estados Unidos em relação a esse flagrante nas frente das câmeras? Eu Sou leigo mas acredito que não é assim que se resolve, não existe leis a favor dos famliares dessa vitima ai? segundo a matéria de Carta Capital os policiais flagrados ai não sofreram nem uma penalidade, tomara que não ganhem nem uma medalha, em quem confiar hoje em dia pessoal? Que Deus proteja a sociedade desse poder que está ai no vídeo, o meu pedido de natal é que o racismo acabe no mundo, e que a justiça seja aplicada de forna justa para todos, pois ninguém deve descumprir a lei e nem uma altoridade pode fazer o abuso dela. E ainda consumimos o que a industria americana nos vende, vamos parar de comprar issso pessoal.
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                O julgamento deveria ocorrer mas são inocentes, um foi agredido, ou seja agredir um homem armado não é necessário muito raciocínio lógico para chegar em alguma conclusão e o outro confundiu uma arma de brinquedo com uma real. O fato é que os USA é um país sério a criminalidade é quase nula e boa parte da população armada apóia a polícia é o oposto desse "país" onde a legislação é uma piada em relação a qualquer crime.
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                  Sim, somos racistas. Sim morrem mais negros (não sei se o termo não preconceituoso é negro ou preto, mas a conotação 'preto' me parece agressiva ) que brancos em ações policiais e sim, há mais negros encarcerados do que brancos. O Brasil mata em um período curto de tempo onze vezes mais pessoas do que a polícia dos EUA. As pergunta para as quais não acho resposta são: por que não fazemos um comparativo de quantos policiais são mortos lá e aqui no mesmo período? Por que a incursão de negros na criminalidade é sempre "atenuada" pela "injustiça social"? Por que destacamos tanto o fato do policial ser branco? Acaso fosse ele negro atenuaria o crime ou ser branco é só um agravante? E no Brasil, quantos policiais negros matam negros? Se é para tocar na ferida precisamos parar com o superficialismo. Sem esta de "falsa simetria", pois o racismo contra brancos pode até ser ínfimo no Brasil, mas nos EUA "pink people" (como os negros chamam os brancos) andam com alvos na testa quando vão às escolas, ao supermercado, etc. Além deste há o racismo de brancos e negros contra asiáticos, contra latinos e etc. Por que somente o maniqueísmo brancos contra negros representa o racismo?
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                      Não entendo pq o Brasil da tanta enfase para esses casos americanos esqueceram do genocídio de negros causados pela polícia brasileira?

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