Conselho do MP decide demitir procurador acusado de agredir mulher
Douglas Kirchner investigava suposto tráfico de influência de Lula no BNDES. Ele teria agredido esposa; atitude feriu 'imagem do MPU', diz conselheiro.
05/04/2016 19h35 - Atualizado em 05/04/2016 19h57
O plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, por maioria, nesta terça-feira (5) aplicar pena de demissão ao procurador da República Douglas Kirchner, acusado de agredir e torturar sua mulher entre fevereiro e julho de 2014. Ele tem cinco dias para recorrer ao próprio plenário do conselho.
Kirchner investigava suposto tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no BNDE e foi citado pelo petista em uma das conversas telefônicas interceptadas com autorização do juiz federal Sérgio Moro.
O G1 não conseguiu contato com o procurador e com seus advogados até a última atualização desta reportagem.
De acordo com o processo, Kirchner e a pastora da Igreja Evangélica Hadar Eunice Batista Pitaluga, ofenderam a integridade corporal e a saúde da esposa do procurador, além de terem privado a liberdade dela por meio de cárcere, que resultou em sofrimento moral à vítima.
Segundo relatos, a pastora teria agredido, com um cipó, a esposa do procurador, que presenciou o ato e nada fez para evitar a agressão. Em outras ocasiões, o procurador teria agredido sua mulher com um cinto e com tapas. Além disso, de acordo com relatos, a vítima seria frequentemente privada de comida e itens básicos de higiene pessoal.
A maioria do plenário do CNMP entendeu que as atitudes de Douglas Kirchner feriram a imagem do Ministério Público,seguindo o voto do relator do processo, o conselheiro Leonardo Carvalho.
“A incontinência pública e escandalosa se configurou no caso presente porque os fatos se desenvolveram no ambiente de uma igreja com acesso livre ao público, e não em ambiente privado”, afirmou o relator no voto.
No fim de seu voto, Carvalho destacou que, como o procurador ainda não completou o período de dois anos desde que ingressou no MPF e, portanto, segue em estágio probatório, a pena de demissão pode ser aplicada sem a necessidade de ajuizamento de ação de perda de cargo.
Lula
Em um dos diálogos interceptados pela Polícia Federal, o ex-presidente Lula informa ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) havia tido acesso a informações contra o procurador Douglas Kirchner, que investigava o suposto tráfico de influência de Lula no BNDES.
Em um dos diálogos interceptados pela Polícia Federal, o ex-presidente Lula informa ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) havia tido acesso a informações contra o procurador Douglas Kirchner, que investigava o suposto tráfico de influência de Lula no BNDES.
A Polícia Federal suspeita que Lula e Lindbergh pretendiam usar o caso de agressão para constranger o procurador-geral da República,Rodrigo Janot, por ele ser o chefe de Kirchner. Ao lado do senador Lindbergh Farias, acompanhando o telefonema, estava a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Veja a íntegra do diálogo entre Lula e o senador Lindbergh Farias:
- Lula: Agora o companheiro Wadih Damous tem a história do promotor de Rondônia, que pegou um caso meu agora, que a mulherada tem que ir para cima dele. Terça-feira tem que "trucar" o Janot e "triturar".
- Lindbergh: Ele está falando do promotor de Rondônia e Roraima, que as mulheres têm que ir para cima dele, aquele maluco... A Jandira tá dizendo que vai pegar esses dados também, presidente.Agora, o Wadih Damous disse que a parte que ele mais gostou foi a parte do Vasco da Gama.
- Lula: Agora, tinha vascaíno para c****** lá, hein? (risadas)
- Lindbergh: Tinha muito vascaíno, pô! Nós adoramos, presidente! Nós vamos para a guerra.
- Lula: Tá bom, querido. Um abraço.
- Lindbergh: Tchau.
- Lindbergh: Ele está falando do promotor de Rondônia e Roraima, que as mulheres têm que ir para cima dele, aquele maluco... A Jandira tá dizendo que vai pegar esses dados também, presidente.Agora, o Wadih Damous disse que a parte que ele mais gostou foi a parte do Vasco da Gama.
- Lula: Agora, tinha vascaíno para c****** lá, hein? (risadas)
- Lindbergh: Tinha muito vascaíno, pô! Nós adoramos, presidente! Nós vamos para a guerra.
- Lula: Tá bom, querido. Um abraço.
- Lindbergh: Tchau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário