EUA: após denúncias de racismo, Departamento de Justiça vai investigar polícia de Chicago
Decisão ocorre após divulgação de vídeo que mostra assassinato de jovem negro por oficial branco em 2014, contradizendo versão da corporação sobre o caso
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos irá investigar a atuação da polícia de Chicago, anunciou nesta segunda-feira (07/12) a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch. Segundo ela, a investigação visa averiguar se a força policial “empreendeu um padrão ou prática de violação da Constituição e das leis federais” e avaliar "padrões de disparidade racial" na atuação da polícia.
O anúncio ocorre duas semanas após a divulgação do vídeo que mostra o assassinato do adolescente negro Laquan McDonald, de 17 anos, pelo policial branco Jason Van Dyke. Laquan foi morto com 16 tiros em outubro de 2014. O vídeo veio a público no dia 24 de novembro, mais de um ano depois do ocorrido, após uma ordem da Justiça de Chicago e reacendeu o debate sobre o racismo nas forças policiais dos EUA, o que incluiu protestos nas ruas.
EFE
Governo norte-americano anunciou nesta segunda-feira (07/12) que irá investigar disparidade racial no uso da força pela polícia de Chicago
Governo norte-americano anunciou nesta segunda-feira (07/12) que irá investigar disparidade racial no uso da força pela polícia de Chicago
Investigadores da divisão de direitos humanos do Departamento de Justiça irão a Chicago para analisar como a polícia local utiliza métodos letais e para examinar disparidades em como a força é empregada entre diferentes grupos étnicos. Outro foco da investigação será o modo com que a polícia lida com processos disciplinares internos e alegações de má conduta. O departamento de polícia de Chicago é o segundo maior dos Estados Unidos, atrás apenas do de Nova York.
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Lorreta Lynch pontuou que existe, nos Estados Unidos, uma “desconfiança” entre os policiais e “os cidadãos que eles juraram servir e proteger”. O Departamento de Justiça tem a autoridade de denunciar a polícia de Chicago por violação constitucional e pode obrigar autoridades locais a implementar mudanças, caso julgue necessário. Os resultados da investigação deverão ser publicados, de acordo com a declaração do Departamento nesta segunda-feira.
O relatório da polícia de Chicago sobre a morte de Laquan McDonald, que contém centenas de páginas e foi divulgado na última sexta-feira (05/12), contradiz as imagens do vídeo. De acordo com a versão oficial, o jovem se aproximou dos policiais armado com uma faca. Van Dyke afirmou à investigação que Laquan estava “balançando a faca de uma maneira agressiva e exagerada”. “Para defender sua vida, Van Dyke recuou e atirou em McDonald para que parasse o ataque”, diz um dos documentos da polícia.
O jovem “caiu no chão, mas continuou a se mover e continuou a agarrar a faca, se negando a largá-la”, afirma o relatório. O vídeo, entretanto, mostra que o jovem estava se afastando dos policiais quando Van Dyke começou a atirar e continuou a ser baleado mesmo quando já estava no chão, sendo atingido por 16 tiros. O policial foi indiciado por homicídio doloso.
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