'Não vai ter impunidade', afirma pai de estudante espancado até a morte
Cristiano Nascimento, 22 anos, morreu após confusão na porta de boate. Dois PMs tiveram prisão preventiva decretada; 3º suspeito foi identificado.
12/04/2016 15h07 - Atualizado em 13/04/2016 16h37
Cristiano Nascimento foi morto na sexta-feira, em Contagem (Foto: Fabiano Nascimento/Arquivo pessoal)
“Não vai ter impunidade”, afirma o corretor de seguros Álvaro Nascimento Neto, pai do jovem de 22 anos morto em uma briga na saída de uma boate em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime aconteceu na madrugada da última sexta-feira (8) e dois policiais suspeitos da agressão tiveram a prisão preventiva decretada. Um terceiro suspeito foi identificado.
Segundo a polícia, Cristiano Guimarães Nascimento foi agredido com chutes e socos em uma briga generalizada e morreu no local. Tamanha violência, ainda sem respostas, transformou a vida do pai de família, que cobra Justiça e quer ver os culpados condenados. Antes de prestar depoimento nesta terça-feira (12), na Delegacia de Homicídios de Contagem, ele falou com saudade do filho.
Segundo a polícia, Cristiano Guimarães Nascimento foi agredido com chutes e socos em uma briga generalizada e morreu no local. Tamanha violência, ainda sem respostas, transformou a vida do pai de família, que cobra Justiça e quer ver os culpados condenados. Antes de prestar depoimento nesta terça-feira (12), na Delegacia de Homicídios de Contagem, ele falou com saudade do filho.
Álvaro Nascimento Neto, 57 anos, pai do jovem
agredido até a morte (Foto: Flávia Cristini/ G1)
agredido até a morte (Foto: Flávia Cristini/ G1)
“Cristiano era simples. Ele vivia intensamente a vida. Parece que sabia que ia morrer mais cedo. Com alegria, com determinação. Nunca se alterou nem com um colega, nem no futebol. Era um menino apaziguador”, disse o pai. Cristiano cursava o quinto período de direito e em, junho, passaria uma temporada de estudo e trabalho na Austrália. A mãe já era falecida. Ele também deixa um irmão.
Naquela madrugada, pai e filho não se despediram. “Quando cheguei, já vi o carro do Instituto Médico Legal”, conta Álvaro. Antes da balada sem volta, o pai contou que passou o dia com filho e, antes de sair, o jovem disse “hoje eu estou saindo com o seu cheiro”, sobre o perfume emprestado.
Devido ao ângulo das câmeras de segurança do estabelecimento, nem toda a agressão foi gravada, mas as imagens são chocantes, segundo o advogado da família, Walter Nery. “Ficou claro. Já havia um desentendimento dentro da boate, mas o motivo é que não foi esclarecido. Os três [suspeitos] saíram da boate e foram direto para o grupo do Cristiano. Eles saíram para agredir”, descreveu o advogado. Segundo o defensor, já há pedido de prisão preventiva para o terceiro suspeito.
A gravação está em poder do delegado Alexandre da Fonseca, titular da Delegacia de Homicídios de Contagem. Nesta terça-feira (12), ele não quis dar detalhes da investigação. As imagens não foram divulgadas.
Além do inquérito da Polícia Civil, a Corregedoria da Polícia Militar e a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público (MPE) também abriram procedimento investigadtório após determinação da Ouvidoria de Polícia.
A família questiona a conduta dos seguranças da boate. “As imagens também mostram que, após a agressão brutal, Cristiano chutado e pisoteado, um dos amigos pede ajuda para o segurança e ele não faz absolutamente nada. Absoluta omissão de socorro”, diz o advogado.
Ele também levantou uma hipótese para o desentendimento.
“Não descarto a hipótese desses policiais prestarem serviço de segurança para a casa e, por isso, ter surgido um desentendimento e intimidação relacionada à conta [de consumo da boate]”, disse. Os colegas que estavam com Cristiano já foram ouvidos pelo delegado, mas o pai afirma que, ainda assim, a motivação não está esclarecida.
A gravação está em poder do delegado Alexandre da Fonseca, titular da Delegacia de Homicídios de Contagem. Nesta terça-feira (12), ele não quis dar detalhes da investigação. As imagens não foram divulgadas.
Além do inquérito da Polícia Civil, a Corregedoria da Polícia Militar e a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público (MPE) também abriram procedimento investigadtório após determinação da Ouvidoria de Polícia.
A família questiona a conduta dos seguranças da boate. “As imagens também mostram que, após a agressão brutal, Cristiano chutado e pisoteado, um dos amigos pede ajuda para o segurança e ele não faz absolutamente nada. Absoluta omissão de socorro”, diz o advogado.
Ele também levantou uma hipótese para o desentendimento.
“Não descarto a hipótese desses policiais prestarem serviço de segurança para a casa e, por isso, ter surgido um desentendimento e intimidação relacionada à conta [de consumo da boate]”, disse. Os colegas que estavam com Cristiano já foram ouvidos pelo delegado, mas o pai afirma que, ainda assim, a motivação não está esclarecida.
O sócio Bolivar Andrade, do Clube Havanna, lamentou a violência que resultou na morte do jovem e contestou que teria havido “omissão de socorro”. Ele afirmou ao G1 que agressão foi muito rápida e, pelos registros das câmeras, durou cerca de 20 segundos. Ainda segundo ele, câmeras internas não registraram nenhum desentendimento do lado de dentro da boate e não há relatos de funcionários neste sentido.
“Não houve omissão, o chefe de segurança chamou o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Temos registro disso. A gente lamenta profundamente o que aconteceu e esperamos que os culpados sejam esclarecidos e punidos”, disse o representante da boate.
Andrade afirmou que prestou todas as informações solicitadas à polícia e, sem mandado, cedeu as imagens logo na manhã seguinte. Sobre o fato de um dos suspeitos estar armado, afirmou que a revólver foi deixado em um cofre do estabelecimento, conforme procedimento adotado com os clientes que têm prerrogativa de uso de arma. O sócio da boate também disse que os suspeitos de agressão eram clientes frequentes da casa e que não houve nenhum incidente relacionado às contas de consumo.
Identificação dos suspeitos
Na madrugada da última sexta-feira (8), a arma de um dos militares suspeitos caiu após a confusão que resultou na morte do estudante e foi localizada por uma pessoa que passava pelo local. A Polícia Militar foi acionada e identificou a arma. Na manhã seguinte, os militares teriam se apresentado ao trabalho.
A Polícia Militar informou que os militares presos disseram que a confusão começou no camarote da boate e o motivo foi um balde de bebidas. Já o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, responsável pelo caso, acredita que haja alguma outra razão para que a briga tenha começado.
“A versão do balde é dos PMs, mas está sendo investigada. Não concordo com esta alegação”, disse. Há ainda um terceiro suspeito já identificado.
Segundo a polícia, os dois já respondem por homicídios ocorridos na Região Leste de Belo Horizonte e em Barbacena, na Zona da Mata. O advogado da família da vítima afirma que um deles já foi condenado em primeira instância por violência no exercício da função e disparo de arma de fogo.
“Não houve omissão, o chefe de segurança chamou o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Temos registro disso. A gente lamenta profundamente o que aconteceu e esperamos que os culpados sejam esclarecidos e punidos”, disse o representante da boate.
Andrade afirmou que prestou todas as informações solicitadas à polícia e, sem mandado, cedeu as imagens logo na manhã seguinte. Sobre o fato de um dos suspeitos estar armado, afirmou que a revólver foi deixado em um cofre do estabelecimento, conforme procedimento adotado com os clientes que têm prerrogativa de uso de arma. O sócio da boate também disse que os suspeitos de agressão eram clientes frequentes da casa e que não houve nenhum incidente relacionado às contas de consumo.
Identificação dos suspeitos
Na madrugada da última sexta-feira (8), a arma de um dos militares suspeitos caiu após a confusão que resultou na morte do estudante e foi localizada por uma pessoa que passava pelo local. A Polícia Militar foi acionada e identificou a arma. Na manhã seguinte, os militares teriam se apresentado ao trabalho.
A Polícia Militar informou que os militares presos disseram que a confusão começou no camarote da boate e o motivo foi um balde de bebidas. Já o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, responsável pelo caso, acredita que haja alguma outra razão para que a briga tenha começado.
“A versão do balde é dos PMs, mas está sendo investigada. Não concordo com esta alegação”, disse. Há ainda um terceiro suspeito já identificado.
Segundo a polícia, os dois já respondem por homicídios ocorridos na Região Leste de Belo Horizonte e em Barbacena, na Zona da Mata. O advogado da família da vítima afirma que um deles já foi condenado em primeira instância por violência no exercício da função e disparo de arma de fogo.
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