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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Provas mostram que PMs tiveram

13/11/2012 10h25 - Atualizado em 13/11/2012 12h09

Intenção de matar, diz delegado...

Diretor do DHPP pedirá à Justiça a prisão preventiva dos policiais detidos.
Cinegrafista gravou ação; para defesa de PM pode ter havido tiro acidental.

Do G1 São Paulo, com informações do Bom Dia Brasil
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A investigação da Polícia Civil tem provas de que policiais militares tiveram intenção de matar o servente Paulo Batista do Nascimento, segundo o delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
O crime aconteceu no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, no sábado (10). Parte da ação da PM foi filmada por um morador da região. Os cinco policiais suspeitos estão presos administrativamente desde domingo (11) no prédio da Corregedoria da PM.
Ao registrar a ocorrência, os policiais alegaram que abordaram suspeitos em um carro roubado,  houve troca de tiros e o corpo do servente foi encontrado depois em uma viela. Entretanto, um cinegrafista amador registrou os policiais prendendo o servente em uma casa e o levando para o carro da corporação. Neste momento, o vídeo registra o barulho de um disparo.
Em entrevista nesta terça-feira (13) ao Bom Dia Brasil, Carrasco disse que os fatos contradizem a versão dos policiais.  “Nós temos um inquérito aqui que se iniciou como uma resistência [à prisão seguida de morte], e, posteriormente, dadas as provas já colhidas nos autos, depreendeu-se que se trata um homicídio doloso [quando há intenção de matar] contra a vida. Ou seja: homicídio", disse Carrasco.
Os cinco PMs envolvidos são o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados Francisco Anderson Henrique, Marcelo de Oliveira Silva, Jailson Pimentel de Almeida e Diógenes Marcelino de Melo.
"Os autores são essa guarnição. Todos tomaram conhecimento daquela imagem", disse o delegado. Segundo o diretor do DHPP, um dos suspeitos foi ouvido pela Polícia Civil na segunda-feira. Nesta terça, outros integrantes da equipe serão ouvidos. "Posteriormente, será pedida a prisão preventiva de todos”, disse Carrasco.
"As provas estão nos autos já dão, inconteste, que houve um crime doloso contra a vida, homicídio”, argumentou. “Todos os casos de resistência são investigados no DHPP e já tivemos casos em que houve uma simulação de resistência e os seus autores foram responsabilizados perante a Justiça”, comentou.

O que diz a defesa
O advogado José Miguel da Silva Júnior, que defende o tenente Halstons Chen, afirmou nesta segunda que o servente já estava ferido quando seu cliente chegou ao local. Em seguida, de acordo com o defensor do oficial, o detido tentou retirar a arma de seu cliente durante a revista no caminho até o hospital e houve um disparo.

Para a defesa, a imagem não é clara quanto ao tiro. “Esse disparo, que ainda se carece de uma perícia, carece de uma análise mais profunda para ver o que realmente aconteceu, porque a imagem não é clara", afirmou.

O defensor alega que pode ter ocorrido uma reação do detido. "Não tive acesso ainda ao depoimento dos outros policiais, mas pode ter havido uma luta corporal e ter sido um disparo acidental. Então eu entendo que é prematuro ainda se acusar qualquer pessoa. Principalmente um oficial de polícia que está colaborando com as investigações”, disse o advogado José da Silva Júnior.

O G1 não obteve contato com os advogados dos demais policiais detidos. Quatro PMs ainda deverão prestar depoimento nesta semana no DHPP.

Governo lamenta morte
Em nota, a Polícia Militar informou, após a divulgação das imagens do caso, que o comandante geral "considera lamentável a ocorrência, que não reflete a conduta da maioria dos policiais de São Paulo".

Ainda na segunda, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que houve crime na ação dos PMs. “Nós tivemos um caso de execução de um preso por parte de um PM [policial militar] e isso é intolerável", afirmou.

Alckmi disse que esse não é o comportamento padrão da tropa e que ações excepcionais como essa devem ser investigadas e punidas. "A Polícia Militar já prendeu toda a equipe. Poucas horas depois da descoberta do fato, cinco policiais foram presos e responderão a processo. Aqueles que forem responsabilizados, serão expulsos da polícia. Não há nenhuma tolerância.", afirmou.
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