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domingo, 25 de novembro de 2012

cabo Bruno Foi Executado apos ganhar liberdae


27/09/2012 02h31 - Atualizado em 28/09/2012 11h02

Crime ocorreu em Pindamonhangaba (SP), quando ele voltava de um culto.

Ex-PM chefiou esquadrão da morte e, condenado, ficou preso por 27 anos.


Cabo Bruno foi morto quando chegava de carro em casa na noite desta quarta-feira (26) (Foto: Renato Ferezim/G1) (Foto: Renato Ferezim/G1)
Cabo Bruno foi morto quando chegava de carro em casa, na noite de quarta (26), após participar de um culto celebrado em Aparecida. Parentes presenciaram a morte, mas não foram feridos (Foto: Renato Ferezim/G1)


O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno, de 53 anos, foi executado na noite da última quarta-feira (26), emPindamonhangaba, no interior de São Paulo. O crime ocorreu por volta das 23h45, no bairro Quadra Coberta, quando ele voltava para casa, após participar de um culto na cidade de Aparecida (SP).
Ex-policial militar, ele foi condenado a 105 anos de prisão por chefiar um esquadrão da morte que atuava na periferia de São Paulo na década de 1980, segundo o Tribunal de Justiça.
(Correção: ao ser publicada essa reportagem informou que a condenação havia sido de 120 anos, conforme informação passada pelo próprio TJ em agosto último).
O grupo foi responsável por mais de 50 assassinatos, e Cabo Bruno foi condenado por menos de 20 deles, segundo o antigo advogado de defesa do policial, Fábio Ferreira Jorge. Ao longo dos anos, a pena foi reduzida de forma progressiva, levando em conta trabalhos e bom comportamento do preso na cadeia.
De acordo com a Polícia Militar, Florisvaldo de Oliveira voltava para casa, que fica na rua Álvaro Leme Celidônio, acompanhado de familiares. Dois homens se aproximaram - um de cada lado da rua - e efetuaram cerca de 20 disparos contra o ex-policial, que morreu na hora. A maior parte dos tiros atingiu o rosto e o abdômen da vítima. Nada foi levado e mais ninguém foi atingido.
Segundo o tenente da PM, Mario Tonini, os tiros partiram de pistolas calibre ponto 45 e 380. "Foram vários disparos só contra ele e tudo indica que foi uma execução, mas ainda depende da investigação da Polícia Civil", disse ao G1.

Os parentes estão abalados e relataram à reportagem desconhecer os autores dos disparos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Pindamonhangaba, onde permanece até a manhã desta quinta-feira (27).
Cabo Bruno é assassinado um mês após ganhar liberdade (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Cabo Bruno atuava como pastor evangélico quando
estava na prisão (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Liberdade
Os esforços para libertar Cabo Bruno começaram em 2009, quando o advogado de defesa pediu a progressão da pena - do regime fechado para o semiaberto. O ex-PM cumpria pena na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, desde 2002. Os exames criminológicos apontaram bom comportamento do preso, que atuava como pastor na prisão.
Em 14 de agosto de 2012, o promotor Paulo José de Palma, responsável pelo processo do Cabo Bruno, encaminhou um parecer favorável ao indulto para a decisão final da Vara Criminal. Junto com o parecer do promotor, baseado em lei que prevê a liberdade definitiva para presos com bom comportamento e com mais de 20 anos de prisão cumpridos, foram encaminhados documentos com elogios de funcionários e da própria direção da P2 quanto à conduta de Florisvaldo na unidade.

Em agosto, na saída temporária dos presos no Dia dos Pais, o cabo deixou a penitenciária pela primeira vez. A saída foi comemorada por amigos no site de relacionamento da mulher dele, uma cantora evangélica que se casou com Florisvaldo dentro da penitenciária. Após 27 anos de prisão, ele deixou a penitenciária no dia 23 de agosto.
Cabo Bruno é beneficiado com saída temporária (Foto: Reprodução/TV Globo)Imagem mostra ex-PM na década de 1980, quando,
segundo a Justiça, chefiou esquadrão da morte na
periferia de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Prisões e fugas
Cabo Bruno foi preso pela primeira vez em 1983 e levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital paulista. Entre 1983 e 1990, o ex-policial militar fugiu três vezes da unidade, sendo uma delas depois de fazer funcionários reféns. Em maio de 1991, foi recapturado pela quarta vez, e nunca mais saiu.
Em junho de 1991 Florisvaldo foi levado para a Casa de Custódia de Taubaté, onde ficou preso até 1996. Dentro da unidade, onde nasceu uma das principais facções criminosas do Estado, o ex-policial permaneceu mais de cinco anos em uma cela isolada, 24 horas por dia longe dos demais presos.
Em 1996, Florisvaldo foi levado para o Centro de Observação Criminológica, onde ficou até 2002, quando foi transferido para a P2 de Tremembé. Em 2009 ele passou do pavilhão do regime fechado da P2 para o semiaberto, dentro da mesma unidade, separados apenas por uma muralha.
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