Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Agressão Policial Na USP



Filed Under Notícias | Posted on Junho 11, 2009


Agressão Policial Na USP

 

Veja, abaixo, depoimento de um professor da USP, enviado via lista de discussão do HISTEDBR.

 

greve-usp.jpg

Prezados colegas,

 Hoje, 09/06, as associações de funcionários, estudantes e professores haviam
 deliberado por uma manifestação em frente à reitoria. A
 manifestação, que eu presenciei, foi completamente pacífica.
 Depois, as organizações de funcionários e estudantes saíram em
 passeata para o portão 1 para repudiar a presença da polícia do
 campus. Embora a Adusp não tivesse aderido a essa manifestação,
 eu, individualmente, a acompanhei para presenciar os fatos que, a
 essa altura, já se anunciavam. Os estudantes e funcionários
 chegaram ao portão 1 e ficaram cara a cara com os policiais
 militares, na altura da avenida Alvarenga. Houve as palavras de
 ordem usuais dos sindicatos contra a presença da polícia e
 xingamentos mais ou menos espontâneos por parte do s manifestantes.
 Estimo cerca de 1200 pessoas nesta manifestação.

 Nesta altura, saí da manifestação, porque se iniciava assembléia
 dos docentes da USP que seria realizada no prédio da História/
 Geografia. No decorrer da assembléia, chegaram relatos que a tropa
 de choque havia agredido os estudantes e funcionários e que se
 iniciava um tumulto de grandes proporções. A assembléia foi
 suspensa e saímos para o estacionamento e descemos as escadas que
 dão para a avenida Luciano Gualberto para ver o que estava
 acontecendo. Quando chegamos na altura do gramado, havia uma
 multidão de centenas de pessoas, a maioria estudantes correndo e a
 tropa de choque avançando e lançando bombas de concusão
 (falsamente chamadas de [UTF-8?]“efeito [UTF-8?]moral†porque soltam
estilhaços  e machucam bastante) e de gás lacrimogêneo. A multidão subiu correndo até o prédio da História/ Geografia, onde a assembléia havia sido
 interrompida e começou a chover bombas no estacionamento e entrada
 do prédio (mais ou menos em frente à lanchonete e entrada das
 rampas). Sentimos um cheiro forte de gás lacrimogêneo e dezenas
 de nossos colegas começaram a passar mal devido aos efeitos do gás
 [UTF-8?]– lembro da professora Graziela, do professor Thomás, do
 professor Alessandro Soares, do professor Cogiolla, do professor
 Jorge Machado e da professora Lizete todos com os olhos inchados e
 vermelhos e tontos pelo efeito do gás. A multidão de cerca de 400
 ou 500 pessoas ficou acuada neste edifício cercada pela polícia e
 4 helicópteros. O clima era de pânico. Durante cerca de uma hora,
 pelo menos, se ouviu a explosão de bombas e o cheiro de gás
& gt; invadia o prédio. Depois de uma tensão que parecia infinita,
 recebemos notícia que um pequeno grupo havia conseguido conversar
 com o chefe da tropa e persuadido de recuar. Neste momento, também,
 os estudantes no meio de um grande tumulto haviam conseguido fazer
 uma pequena assembléia de umas 200 pessoas (todas as outras
 dispersas e em pânico) e deliberado descer até o gramado (para
 fazer uma assembléia mais organizada). Neste momento, recebi
 notícia que meu colega Thomás Haddad havia descido até a reitoria
 para pedir bom senso ao chefe da tropa e foi recebido com gás de
 pimenta e passava muito mal. Ele estava na sede da Adusp se recuperando.

 Durante a espera infinita no pátio da História, os relatos de agressões
 se multiplicavam. Escutei que a diretoria do Sintusp foi presa de
 maneira completamente arbitrária e vi vários estudantes que haviam
 sido espancados ou se machucado com as bombas de concusão
 (inclusive meu colega, professor Jorge Machado). Escutei relato de
 pelo menos três professores que tentaram mediar o conflito e foram
 agredidos. Na sede da Adusp, soube, por meio do relato de uma
 professora da TO que chegou cedo ao hospital que pelo menos dois
 estudantes e um funcionário haviam sido feridos. Dois colegas
 subiram lá agora há pouco (por volta das 7 e meia) e tiveram a
 entrada barrada. Os seguranças não deixavam ninguém entrar e
 nenhum funcionário podia dar qualquer informação. Uma outra delegação
 de professores foi ao 93o DP para ver quantas pessoas haviam sido
 presas. A informação incompleta que recebo até agora é que dois
 funcionários do Sintusp foram presos, mas escutei relatos de
primeira pessoa de que haveria mais presos.

 A situação, agora, é de aparente tranquilidade. Há uma
 assembléia de professores que se reuniu novamente na História e
 estou indo para lá. A situação é gravíssima. Hoje me envergonho
 da nossa universidade ser dirigida por uma reitora que, alertada dos
 riscos (eu mesmo a alertei em reunião na última sexta-feira),
 autorizou que essa barbárie acontecesse num campus universitário.
 Estou cercado de colegas que estão chocados com a omissão da
 reitora. Na minha opinião, se a comunidade acadêmica não se
 mobilizar diante desses fatos gravíssimos, que atentam contra o
 diálogo, o bom senso e a liberdade de pensamento e ação, não sei
 mais.

 Por favor, se acharem necessário, reenviem esse relato a quem julgarem
 que é conveniente.

 Cordialmente,
Prof. Dr. Pablo Ortellado
 Escola de Artes, Ciências e Humanidades
 Universidade de São Paulo

Vejam mais fotos da agressão abaixo:



      

Share This






Nenhum comentário:

Postar um comentário