1 de julho de 2017
Há relatos de uso de balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e detenções de manifestantes ao longo do dia
A repressão policial foi destaque nesta sexta-feira (30), dia nacional de greves e paralisações contra a reforma trabalhista e da Previdência propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Em várias cidades do país houve repressão, uso de balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e detenções.
À tarde, na Avenida Paulista, nove pessoas foram detidas e levadas para o 78º DP. Houve pancadaria. Pela manhã, quando o comitê contra as reformas da M´Boi Mirim fazia ato no Largo do Jardim Angela, zona sul da capital, um assistente social foi detido e levado para o 100º DP.
Em São José dos Campos (SP), mais de 20 ativistas que participaram da mobilização pela manhã foram detidos e levados para o 1º Distrito Policial. Pouco tempo depois, em um ato diante da Embraer, policiais agiram com truculência, usando gás de pimenta e cassetetes. Um ativista foi detido.
Em Fortaleza, policiais usaram balas de borracha e spray de pimenta. Dois militantes da União da Juventude Socialista (UJS) foram detidos. Há relato de que um jovem negro, com spray na mão enquanto pichava "Fora Temer", foi agredido, imobilizado e algemado, tendo spray de pimenta lançado em seu rosto. Quando outros manifestantes foram tentar libertá-lo das agressões, a polícia sacou armas para intimidá-los.
No Rio de Janeiro, logo pela manhã, ato na Linha Vermelha foi reprimido pela Polícia Militar. Um estudante ficou ferido e teve que sair carregado do local. Mesmo deixando o bloqueio e seguindo em direção à universidade, a polícia continuou atirando com balas de borracha.
A gerência de operações da empresa Barcas S.A., do Grupo CCR, que presta o serviço de travessia entre o Rio e Niterói, reforçou a segurança privada e contou com a presença de policiais com escudos, cassetetes e armaduras. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), a integração entre empresas privadas e forças de segurança para repressão dos trabalhadores tem aumentado com a escalada da luta política desde o ano passado.
Santa Catarina foi palco de forte repressão. Na BR 101, perto do acesso para Navegantes, foram presos dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A polícia usou balas de borracha e bombas de efeito moral. Em Porto Velho (RO), um dirigente do Sindicato dos Bancários foi preso em ação da Polícia Militar, chamada pela gerência do banco Itaú em uma operação fura-greve.
Em Porto Alegre, durante piquete na Carris, zona leste, dezenas de pessoas que apoiavam a mobilização dos trabalhadores foram detidas pela Brigada Militar. O ex-vice presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) Altemir Cozer foi detido pela manhã e enquadrado na lei antiterrorismo.
Houve repressão em toda a cidade, com desmonte de piquetes pela Brigada Militar e uso de bombas de gás lacrimogêneo sobre estudantes e trabalhadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos campus do Vale e Central.
por Redação RBA, com Coletivo #GrevePorDireitos
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