13/03/2018 - 06:54 / 13/03/2018 - 19:24
RIO - Um dos principais alvos da Operação "Pão Nosso" desta terça-feira, o delegado Marcelo Luiz Santos Martins, é suspeito de participar do esquema de lavagem de dinheiro das empresas que forneciam alimentação ao sistema prisional. A primeira ação da Lava-Jato que mira a corrupção em contratos com presídios traz indícios de que o chefe das Especializadas prestou consultorias supostamente fictícias para empresas envolvidas em escândalos financeiros da gestão Cabral , como a TransExpert (transportadora da propina de Cabral), Grupo Manguinhos (sonegação fiscal), Dirija e Toesa (alvo de investigações sobre desvios no Instituto Nacional de Traumatologia na gestão de Sérgio Côrtes). Para a força-tarefa da Lava-Jato , seriam operações de lavagem de dinheiro do esquema com ramificações na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Como chefe do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Marcelo Martins comanda diversas delegacias da Polícia Civil fluminense, incluindo a Divisão Anti-Sequestros (DAS), a Delegacia de Polícia Fazendária, a Delegacia de Homicídios da capital, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, e outras 21 unidades. A investigação, porém, levantou provas contra o policial num período em que Martins não ocupava esse cargo
Marcelo Luiz Martins é preso por atirar a esmo em Copacabana, em 15/07/2004 Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
O pai do delegado Marcelo Martins, Carlos Mateus Martins, também consta na lista de presos pela Polícia Federal, assim como o empresário Carlos Felipe da Costa Almeida de Paiva Nascimento, dono do Esch Café, tradicional ponto de encontro de admiradores de charutos no Centro do Rio, no Leblon e em São Paulo, no bairro dos Jardins. Aos acusados, estão sendo imputados os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e peculato.
Os investigadores sustentam que a empresa da família do delegado Marcelo Martins, a Finder Executive Consulting, foi usada no esquema de lavagem com pagamentos ao grupo Dirija
Em 2004, Marcelo chegou a ser preso em flagrante depois de disparar tiros para o alto na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, na zona sul do Rio. De acordo com os policiais militares que o levaram para a delegacia na época, o delegado teria tido uma crise de ciúmes depois de ter visto uma ex-namorada saindo de uma boate com outro homem
Em nota, a Esch Café disse que "nunca forneceu refeições para presídios". A empresa se colocou a disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos e ainda afimou que "em 20 anos de existência nunca teve contrato com o Poder Público e jamais se prestou a qualquer prática de natureza ilícita".
CONFIRA QUEM SÃO OS ALVOS:
PRISÕES PREVENTIVA: Cesar Rubens Monteiro de Carvalho; Carlos Felipe da Costa Almeida Paiva Nascimento; Sergio Roberto Pinto da Silva; Wedson Gedeão de Farias; Marcos Vinicius Silva Lips; Carlos Mateus Martins e Marcelo Luiz Santos Martins
PRISÕES TEMPORÁRIAS: Ivan Angelo Labanca Filho; Delisa de Sá Herdem Lima; Felipe Herdem Lima; William Antonio de Souza; Gabriela Paola Marcello Barreiros; Marcos Alexandre Ferreira Tavares; Carla dos Santos Braga; Marcio Roger Ramos; Sandro Alex Lahmann
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