Presos dizem que policial era segurança de traficante assassinado
Depoimentos de comparsas de Xandi indicam que ele estava com Aneli, da Polícia Civil, quando foi assassinado em Tramandaí, no Litoral Norte
Alexandre
Goulart Madeira, o Xandi, 35 anos, apontado pela polícia como um dos
principais traficantes da Regiao Metropolitana, foi assassinado em
Tramandaí
Foto:
Divulgação / Brigada Militar/Divulgação
Ficou
complicada a situação do policial civil Nilson Aneli nas investigações
que apuram seu relacionamento com o traficante Alexandre Goulart
Madeira, o Xandi. O criminoso foi morto com um tiro de fuzil por uma
quadrilha rival no domingo, 4, em Tramandaí.
Depoimentos de comparsas de Xandi indicam que ele estava acompanhado do comissário Aneli, da Polícia Civil, quando foi assassinado. Experiente, com 33 anos de carreira e professor na Academia da Polícia Civil, Aneli era lotado, até o início do ano, no gabinete do então secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels.
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Policial assessor de Michels é investigado por ligação com traficante morto em Tramandaí
Três homens presos na casa alugada por Xandi após o tiroteio que o matou e que trabalhavam na produtora de funk do traficante, a Nível A (especializada em bailes e lançamentos de artistas do gênero), foram ouvidos sexta-feira. Foi o segundo depoimento do trio, desta vez para a Corregedoria da Polícia Civil – antes, tinham sido ouvidos por policiais civis de Tramandaí. Ao testemunhar, o trio reafirmou o que havia dito no domingo anterior, ao ser preso: que Aneli era o segurança de Xandi. Não apenas dava proteção nas festas organizadas pelo grupo, mas também atuava na defesa pessoal do traficante e de sua mulher. Isso estaria acontecendo há mais de ano.
Os três presos ainda acrescentaram que parte das armas apreendidas com o grupo, na casa de Xandi, pertencia a Aneli. E que o policial teria se abrigado durante o tiroteio atrás de uma mesa, com uma arma na mão, protegendo-se dos assassinos que disparavam contra o traficante.
Na casa, foram apreendidas três pistolas Glock 9 milímetros contrabandeadas e duas pistolas Taurus .380, uma delas raspada e outra de origem desconhecida. Foram presos na residência sete homens e uma mulher – incluindo os três que confirmam a relação de Aneli com Xandi. As oito prisões preventivas foram decretadas porque a Polícia Civil encontrou drogas, cinco pistolas e farta munição com o grupo.
Ligado à facção criminosa Os Manos, Xandi, 35 anos, era considerado um dos "patrões" do tráfico na Região Metropolitana. Controlava o Condomínio Residencial Princesa Isabel, distante duas quadras do Palácio da Polícia Civil, na Capital, e também bocas de fumo em Canoas. Ele teria sido jurado de morte por traficantes rivais da Vila Tamanca e do Beco dos Cafunchos, no bairro Agronomia, na zona leste da Capital.
Os rivais teriam oferecido R$ 200 mil para quem o matasse. O assassinato aconteceu quando quatro homens, em um Corsa, estacionaram em frente à casa alugada pelo criminoso em Tramandaí e dispararam rajadas de fuzil, acertando Xandi na cabeça. Ele morreu na hora.
Investigado admitiu bico como segurança
Ouvido por ZH, Nilson Aneli descartou ter relação com Xandi:
– Eu estava em Tramandaí e fui avisado de que um sobrinho tinha sido baleado, na casa do traficante Xandi. Só fui prestar ajuda ao meu familiar, que foi baleado nas costas e corre risco de morte.
Ao testemunhar na Corregedoria, Aneli manteve essa versão, mas admitiu ter trabalhado fazendo segurança para a produtora Nível A – não no dia do tiroteio. Afirmou pensar que se tratavam de empresários do funk.
O policial, que tinha sido cedido para trabalhar no Ministério Público (a ideia era aproveitá-lo em um grupo de combate ao crime organizado), foi liberado após os depoimentos. O agente, porém, teve anulada sua cedência e terá de voltar à Polícia Civil, em cargo ainda não definido.
Depoimentos de comparsas de Xandi indicam que ele estava acompanhado do comissário Aneli, da Polícia Civil, quando foi assassinado. Experiente, com 33 anos de carreira e professor na Academia da Polícia Civil, Aneli era lotado, até o início do ano, no gabinete do então secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels.
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Os três presos ainda acrescentaram que parte das armas apreendidas com o grupo, na casa de Xandi, pertencia a Aneli. E que o policial teria se abrigado durante o tiroteio atrás de uma mesa, com uma arma na mão, protegendo-se dos assassinos que disparavam contra o traficante.
Na casa, foram apreendidas três pistolas Glock 9 milímetros contrabandeadas e duas pistolas Taurus .380, uma delas raspada e outra de origem desconhecida. Foram presos na residência sete homens e uma mulher – incluindo os três que confirmam a relação de Aneli com Xandi. As oito prisões preventivas foram decretadas porque a Polícia Civil encontrou drogas, cinco pistolas e farta munição com o grupo.
Ligado à facção criminosa Os Manos, Xandi, 35 anos, era considerado um dos "patrões" do tráfico na Região Metropolitana. Controlava o Condomínio Residencial Princesa Isabel, distante duas quadras do Palácio da Polícia Civil, na Capital, e também bocas de fumo em Canoas. Ele teria sido jurado de morte por traficantes rivais da Vila Tamanca e do Beco dos Cafunchos, no bairro Agronomia, na zona leste da Capital.
Os rivais teriam oferecido R$ 200 mil para quem o matasse. O assassinato aconteceu quando quatro homens, em um Corsa, estacionaram em frente à casa alugada pelo criminoso em Tramandaí e dispararam rajadas de fuzil, acertando Xandi na cabeça. Ele morreu na hora.
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Ouvido por ZH, Nilson Aneli descartou ter relação com Xandi:
– Eu estava em Tramandaí e fui avisado de que um sobrinho tinha sido baleado, na casa do traficante Xandi. Só fui prestar ajuda ao meu familiar, que foi baleado nas costas e corre risco de morte.
Ao testemunhar na Corregedoria, Aneli manteve essa versão, mas admitiu ter trabalhado fazendo segurança para a produtora Nível A – não no dia do tiroteio. Afirmou pensar que se tratavam de empresários do funk.
O policial, que tinha sido cedido para trabalhar no Ministério Público (a ideia era aproveitá-lo em um grupo de combate ao crime organizado), foi liberado após os depoimentos. O agente, porém, teve anulada sua cedência e terá de voltar à Polícia Civil, em cargo ainda não definido.
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