‘Homenagem’ a policial preso por assassinato em Governador Valadares não foi autorizada pelo comando da PM
As investigações sobre a morte do caminhoneiro Fábio Aguiar de Morais, de 36 anos, no começo do mês de março na Rua Campos Sales, bairro Santa Rita, estão sendo realizadas. A vítima foi alvejada por disparos de arma de fogo, os quais foram efetuados pelo sargento da Polícia Militar Júlio César da Silva, de 44 anos. O fato foi amplamente divulgado nas redes sociais, através de um vídeo gravado pela esposa da vítima, o qual mostra o momento dos disparos. Contudo, outro fato tem ganhado destaque: o de que teria ocorrido troca de tiros no dia do crime.De acordo com o advogado criminal Fábio Silveira, que defende o sargento da PM, há indícios de ter ocorrido disparo de arma de fogo do outro lado. “A autoridade policial, nesse sentido, está diligenciando. Já esteve no local do crime e a perícia também. Porque há elementos de informação de testemunhas, que temem se identificar, de que houve disparos na direção do sargento no momento dos fatos. A polícia está investigando para saber se esses disparos antecederam ou foram disparos posteriormente aos tiros do sargento, mas a existência dos disparos é indubitável”, afirmou.
A esposa do caminhoneiro, Viviane Silva de Aguiar, nega ter havido troca de tiros. “Eu tenho o vídeo original. Inclusive, a perícia vai ser feita no meu telefone, original mesmo. Não houve troca de tiros, só houve os tiros dele. Imagino que isso deve ser uma estratégia da defesa dele. Porque ele alegava legítima defesa. Mas legítima defesa de um homem sem camisa, descalço, só de bermuda no meio da rua com as duas mãos para trás? Defesa do quê? Não houve troca de tiros em momento nenhum. Os tiros foram todos do sargento”, ressaltou.
Homenagem não autorizada
Um vídeo está circulando nas redes sociais (veja abaixo) sobre uma homenagem que os policiais prestaram para o sargento em frente à sua casa. Na ocasião, a esposa do caminhoneiro manifestou sua indignação. “Acho um absurdo, porque eles praticamente estão apoiando uma atitude de um policial militar que executou um pai de família. Um trabalhador condecorado nas empresas por onde passou. Essa situação foi inaceitável e, principalmente, na porta da minha casa. Não respeitaram nem o nosso luto. Eu entendo isso como uma ameaça contra nós”, destacou.
Em nota, o comandante da 8ª Região da Polícia Militar, coronel Wesley Barbosa, disse que a atitude não foi autorizada. “No caso em questão, a manifestação dos militares teve constatação de apoio e solidariedade ao graduado sem autorização do comando. O comando entende que, apesar da boa intenção, devido aos acontecimentos recentes, a manifestação poderia ter dado uma interpretação negativa. Portanto, devido à possibilidade de causar uma interpretação negativa, foi instaurado um procedimento administrativo para apurar responsabilidades.”
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por que estão dentro da instituição militar, que são os protegidos,
estão acima do cidadão particular. Este que lhes sustenta e paga o
seu salário para que lhes preste serviço. Mas não, eles acham que
são melhores que o povo na rua, e a instituição esta aí para lhes proteger.
O que na prática é o que acontece, o batalhão de policia é a guarita
desse tipo de gente.