PM executado no Recreio foi citado na CPI das Milícias e recebeu homenagens na Alerj
O caso de 1997 ficou conhecido como Muro da Vergonha. Na ocasião, um cinegrafista amador filmou Geraldo e outros cinco policiais espancando 11 pessoas que moravam um conjunto habitacional na Cidade de Deus, comunidade de Jacarepaguá, mais uma vez na Zona Oeste da cidade. O sargento foi acusado de, com pancadas, causar o rompimento do tímpano de um guarda-vidas de 19 anos, que perdeu 25% da audição em virtude do ferimento. Reportagens da época contam que, já antes do ocorrido, Geraldo era conhecido entre os moradores como “Rambozinho, o terror da favela”. O processo, contudo, terminaria arquivado.
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Reintegrado à Polícia Militar, Geraldo foi cedido à Polícia Civil e passou anos atuando junto à Delegacia Antisequestro (DAS). Por duas vezes, em 2005 e em 2007, recebeu homenagens na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), com moções de “aplauso e louvor” em virtude da “eficiência revelada no desempenho de sua funções e pelos relevantes serviços prestados à população” — ambas propostas pelo deputado José Nader, morto no ano passado. Quando foi para a reserva, em 2011, o sargento estava lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), conhecida como a geladeira da corporação.
No mesmo ataque que vitimou Geraldo, perpetuado dentro do Novo Rio Country Club, foram baleadas outras três pessoas. Uma delas é o ex-policial civil Hélio Machado da Conceição, conhecido como Helinho, que fazia parte do grupo de inspetores “inhos” ligados ao ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins. Em 2012, Helinho foi condenado por lavagem de dinheiro e envolvimento na máfia dos caça-níqueis. A investigação está a cargo da Divisão de Homicídios da Capital, que trabalha sobretudo com as hipóteses de que o crime estaria relacionado à contravenção ou a uma disputa entre milicianos.
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