O Conselho de Disciplina foi instaurado em maio deste ano, depois de uma sindicância interna passar dois anos apurando informações preliminares do caso. A Polícia Militar não informou quanto tempo mais podem durar as investigações.
Segundo reportagem do portal R7, um dos PMs, José Valdir Martins da Cruz, de 48 anos, é apontado como um dos pivôs de uma ação policial que desencadeou uma onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2012, contra agentes de segurança do Estado de São Paulo.
A ação foi uma perseguição que terminou com a morte de um dos líderes da facção, Sérgio Gonçalves, o Olívia Palito. Depois disso, o nome do policial apareceu em um bilhete em que outro líder preso da facção, Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, ordenava sua morte. Por isso, Tiriça foi transferido para um presídio federal.
O outro PM investigado, Rodney de Alveira, de 38 anos, tentou ser candidato a deputado nas eleições deste ano, ainda segundo o R7. Seu partido era o PRTB, de Levy Fidelix. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, no entanto, indeferiu sua candidatura.
A milícia da qual a dupla é suspeita de fazer parte contava ainda com outros policiais e agentes de segurança. Eles são investigados pela Polícia Federal em um inquérito sobre crimes eleitorais, mas ainda não foram denunciados à Justiça.
Promoção
Ser alvo de uma investigação no Conselho de Disciplina da PM impede o policial de ser promovido de patente. Entretanto, enquanto eram alvo apenas de sindicância na PM paulista, ambos os acusados receberam promoção. Os benefícios foram concedidos, segundo nota da PM, em abril deste ano. O Conselho Disciplinar foi instaurado 14 dias depois, em 5 de maio.
"Cumpre esclarecer que os PMs estão submetidos ao Conselho de Disciplina, e algumas questões apresentadas pela reportagem trazem à baila pontos que estão sendo analisados e apurados no processo, não sendo oportuno, por ora, sua exposição para não atrapalhar o andamento do Conselho", diz a PM. A reportagem tentou contato, mas não conseguiu falar com representantes da prefeitura de Santa Inês para comentar o caso. Também não localizou advogados que representassem os PMs investigados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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