11/12/2015 12h04
- Atualizado em
11/12/2015 17h23
Polícia encontra R$ 70 mil na casa de PM do Bope que está foragido
Quatro policiais foram presos por suspeita de receber propina de traficantes.
Agentes recebiam dinheiro em troca de informações sobre ações policiais.
Durante ação deflagrada na manhã desta sexta-feira (11) pela Polícia
Militar e pelo Ministério Público para prender cinco PMs suspeitos de
receber propina de traficantes, os agentes encontraram R$ 70 mil na casa
do PM Rodrigo Meleipe Vermelho Reis. O policial é o único que está
foragido dos cinco que tiveram mandados de prisão expedidos na operação
batizada como Black Evil. De acordo com a PM, Meleipe está fora do país.
Como informou o RJTV, porém, a polícia já fez contato com o agente, que falou que vai se entregar.
Segundo a denúncia do MP, entre os meses de agosto e dezembro deste ano, os policiais investigados receberam propina de traficantes de uma facção criminosa em troca de informações sobre operações realizadas pelo Bope nas comunidades Faz quem Quer, Covanca, Jordão, Barão, Antares, Vila Ideal, Lixão, Conjunto de Favelas do Lins e Conjunto de Favelas do Chapadão. O grupo ainda negociava com traficantes armas apreendidas em outras ações para uso da quadrilha.
De acordo com a corporação, Maicon Ricardo Alves da Costa, vulgo Preto 1; André Silva de Oliveira, vulgo Preto 2; Raphael Canthé dos Santos, vulgo Preto 3; Silvestre André da Silva Felizardo, vulgo Corintians; e Rodrigo são suspeitos do crime de corrupção passiva. A ação também cumpre 15 mandados de busca e apreensão.
De acordo com as investigações, as atividades policiais foram monitoradas 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, e vazadas detalhadamente aos criminosos. Os valores recebidos pelos policiais variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade.
A operação, feita pela Corregedoria Interna da Polícia Militar, com apoio da Subsecretária de Inteligência da Polícia Militar e do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, teve como ponto de partida da investigação, feita a pedido do Bope, uma operação vazada em maio de 2015. No morro do Faz-Quem-Quer, em um sábado à noite, os policiais encontraram a favela vazia. Eles davam satisfações e "tranquilizavam" os traficantes. "Eles diziam: Bom dia, Boa Noite, e pediam desculpas caso algo desse errado no vazamento de informações", explicou o promotor Fábio Oliveira, do Gaeco.
"A partir dali, percebemos que estavam brincando com nossa inteligência, algo estava errado. Não havia nem cachorro na rua", afirmou o tenente coronel Carlos Sarmento, comandante do Bope.
Entre os crimes citados na denúncia, estão corrupção e a violação de segredo funcional. Segundo a promotora do Gaeco, Angélica Glioche, eles serão citados na Justiça Comum por associação ao tráfico.
"Ao passo que eles concordam em dar informações aos traficantes, eles estão associados a eles. Todos se comunicavam com os traficantes, em um vazamento semanal", afirmou a promotora. Entre os presos, dois estavam atualmente no Bope, um era do Departamento Geral de Pessoal e André Felizardo, o líder, estava no 15º BPM (Duque de Caxias).
Liderança
O policial André Felizardo havia saído do Bope em dezembro de 2014, mas arregimentou policiais para participar do esquema criminoso dentro do Bope. "Cada um dos denunciados estava em uma das equipes do batalhão de operações especiais. Desde o primeiro momento, o comandante não exonerou os elementos, mas fez isso de caso pensado, para conseguirmos informações. Após nossas ações, os avisos aos traficantes não deram certo ", disse Fábio.
Fábio Galvão, coordenador de inteligência da PM, explicou que a investigação durou cinco meses, e que a operação desta sexta-feira na Covanca buscava um dos traficantes que seria contato dos policiais. O traficante não foi encontrado, mas três fuzis foram apreendidos na favela.
"Hoje, a gente chega ao fim dessa operação. Satisfeito. Não feliz, porque o Bope é um farol dentro da PM, e esses homens que foram presos estavam desonrando essa memória. E quem estiver cometendo esse tipo de crime será levado à justiça", garantiu o comandante do Bope.
Vai haver uma limpeza ainda maior dessa excrescência social que se alimenta da venda de drogas, e essa parceria não vai acabar", afirmou o corregedor da PM, Victor Yunes.
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Como informou o RJTV, porém, a polícia já fez contato com o agente, que falou que vai se entregar.
Segundo a denúncia do MP, entre os meses de agosto e dezembro deste ano, os policiais investigados receberam propina de traficantes de uma facção criminosa em troca de informações sobre operações realizadas pelo Bope nas comunidades Faz quem Quer, Covanca, Jordão, Barão, Antares, Vila Ideal, Lixão, Conjunto de Favelas do Lins e Conjunto de Favelas do Chapadão. O grupo ainda negociava com traficantes armas apreendidas em outras ações para uso da quadrilha.
De acordo com a corporação, Maicon Ricardo Alves da Costa, vulgo Preto 1; André Silva de Oliveira, vulgo Preto 2; Raphael Canthé dos Santos, vulgo Preto 3; Silvestre André da Silva Felizardo, vulgo Corintians; e Rodrigo são suspeitos do crime de corrupção passiva. A ação também cumpre 15 mandados de busca e apreensão.
De acordo com as investigações, as atividades policiais foram monitoradas 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, e vazadas detalhadamente aos criminosos. Os valores recebidos pelos policiais variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade.
Representantes do Bope e do MP participaram de coletiva de imprensa no Rio (Foto: Henrique Coelho/ G1)
PMs do Bope "tranquilizavam" traficantesA operação, feita pela Corregedoria Interna da Polícia Militar, com apoio da Subsecretária de Inteligência da Polícia Militar e do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, teve como ponto de partida da investigação, feita a pedido do Bope, uma operação vazada em maio de 2015. No morro do Faz-Quem-Quer, em um sábado à noite, os policiais encontraram a favela vazia. Eles davam satisfações e "tranquilizavam" os traficantes. "Eles diziam: Bom dia, Boa Noite, e pediam desculpas caso algo desse errado no vazamento de informações", explicou o promotor Fábio Oliveira, do Gaeco.
"A partir dali, percebemos que estavam brincando com nossa inteligência, algo estava errado. Não havia nem cachorro na rua", afirmou o tenente coronel Carlos Sarmento, comandante do Bope.
Entre os crimes citados na denúncia, estão corrupção e a violação de segredo funcional. Segundo a promotora do Gaeco, Angélica Glioche, eles serão citados na Justiça Comum por associação ao tráfico.
"Ao passo que eles concordam em dar informações aos traficantes, eles estão associados a eles. Todos se comunicavam com os traficantes, em um vazamento semanal", afirmou a promotora. Entre os presos, dois estavam atualmente no Bope, um era do Departamento Geral de Pessoal e André Felizardo, o líder, estava no 15º BPM (Duque de Caxias).
Liderança
O policial André Felizardo havia saído do Bope em dezembro de 2014, mas arregimentou policiais para participar do esquema criminoso dentro do Bope. "Cada um dos denunciados estava em uma das equipes do batalhão de operações especiais. Desde o primeiro momento, o comandante não exonerou os elementos, mas fez isso de caso pensado, para conseguirmos informações. Após nossas ações, os avisos aos traficantes não deram certo ", disse Fábio.
Fábio Galvão, coordenador de inteligência da PM, explicou que a investigação durou cinco meses, e que a operação desta sexta-feira na Covanca buscava um dos traficantes que seria contato dos policiais. O traficante não foi encontrado, mas três fuzis foram apreendidos na favela.
"Hoje, a gente chega ao fim dessa operação. Satisfeito. Não feliz, porque o Bope é um farol dentro da PM, e esses homens que foram presos estavam desonrando essa memória. E quem estiver cometendo esse tipo de crime será levado à justiça", garantiu o comandante do Bope.
Vai haver uma limpeza ainda maior dessa excrescência social que se alimenta da venda de drogas, e essa parceria não vai acabar", afirmou o corregedor da PM, Victor Yunes.
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