O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), subiu o tom contra a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) nesta terça-feira. Em discurso no plenário da Casa, Renan afirmou que a Operação Carne Fraca, da PF, "explicita o fato de não termos mais limite para nada" no Brasil.
O peemedebista disse que o Senado tem que "colocar uma resistência" contra este tipo de ação e o Supremo Tribunal Federal (STF) deve "fazer a sua parte". Renan avaliou que a Operação Carne Fraca, que investiga corrupção de agentes do Ministério da Agricultura e apontou esquema de venda de carne ilegal, foi desproporcional.
– Como em função de desvio de função, em função de corrupção de servidor público, você mobiliza neste país, em um momento de dificuldade, mil policiais da Polícia Federal? – questionou.
Fazendo referência aos responsáveis pelas operações, Renan disse que "esse pessoal, mais do que nunca, está demonstrando que vai forçando a barra, forçando a barra e não há mais limite constitucional".
– Como é que pode, senhor Presidente, o Ministério Público chegar ao cúmulo de fazer vazamentos e dizer que esse vazamento que se fez e que expôs pessoas ao noticiário é um vazamento em off? Isso é uma confissão de abuso de autoridade, e o país tem fechado os olhos para isso. Nós não podemos concordar com isso. Concordar com isso é desfazer o juramento de que nós íamos proteger, defender e nos guiar pela Constituição Federal – declarou o senador.
Renan reclamou que os senadores têm sido impedidos de votar projetos que considera importantes, como o que atualiza a lei de abuso de autoridade, por serem constantemente acusados de tentar atrapalhar as investigações.
– O domínio das corporações para além da nossa Constituição já não tem limite. E os argumentos são os mesmos. Aqui, quando nós ficamos contra o supersalário com dinheiro público, disseram: "Isso aí é contra a Lava-Jato". Quando nós exigimos a votação do abuso de autoridade, disseram: "Isso aí é contra a Lava-Jato". (...) Até a lista para candidatos, que é uma matéria polêmica, serviu de argumentos para editorial de jornais de que também a lista era contra a Lava-Jato. Este país está emburrecendo", afirmou Renan.
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