Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do MP, vão pedir a abertura de inquéritos para apurar o recebimento de propina por policiais do 41º BPM (Irajá) e do Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE). A prática foi revelada durante a investigação da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Ssinte), que terminou com a prisão de 24 PMs do 14º BPM (Bangu) — entre eles o então comandante Alexandre Fontenelle. Em depoimento anexado ao inquérito, a que o EXTRA teve acesso, um empresário chega a afirmar que depositava R$ 200, semanalmente, na conta de um PM do BPVE.
No documento, o homem relata que é dono de uma empresa que trabalha com locação de máquinas para a construção civil. Ele afirma que teve que começar a realizar os pagamentos depois que um dos caminhões de sua empresa foi abordado por uma dupla de policiais na Av. Brasil. Na ocasião, “os policiais estiveram na empresa e ficara acordado um pagamento periódico para que não tivesse mais esse tipo de problema”. Ainda de acordo com o relato do homem, “após o início do pagamento, os caminhões da empresa nunca mais foram abordados”. A testemunha reconhece por foto os policiais.
Já o 41º BPM é citado numa escuta telefônica pelo cabo Wilson Eduardo Nogueira Santos, preso na primeira fase das investigações. Segundo o cabo, o Estado Maior do 14º BPM também recebia propina de PMs do 41º BPM. “Ele estava com o 41º BPM e com o 14º BPM na mão”, afirma o praça, se referindo ao major Edson Pinto Alexandre de Góes, segundo o relatório.
De acordo com o relatório da Ssinte, um dos presos na última segunda-feira, o sargento Eduardo Silveira Alexandria era o responsável por arrecadar a propina no 41º BPM para os oficiais do 14º BPM. “Sargento Alexandria era um dos responsáveis pelo recolhimento de propina no 41º BPM para o major Edson e demais oficiais do 14º BPM e, por isso, Alexandria foi trazido para a unidade deles e inserido na equipe da ronda bancária”.
De fato, Alexandria foi transferido do batalhão de Irajá para o de Bangu em novembro de 2012. Quando ainda estava lotado no 41º BPM, Alexandria foi investigado em um Inquérito Policial Militar por “envolvimento em transporte alternativo e de passageiros e de mototáxis”. O IPM foi concluído sem “indícios de infração”.
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