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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Comandante da PMES nega que exoneração e transferência estejam relacionadas à perseguições

1/11/2013 às 16h2 - Atualizado em 1/11/2013 às 20h3

Comandante da PMES nega que exoneração e transferência estejam relacionadas à perseguições

Reprodução TV VitóriaO comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Edmilson dos Santos, negou, nesta sexta-feira (01), que a transferência de um cabo, que atuava no Batalhão de Trânsito da PM, para o município de Linhares tenha sido realizada como forma de punição.
O caso foi relatado em uma carta, divulgada na última quinta-feira (31). De acordo com o documento, o militar teria sido transferido de suas funções após abordar a esposa de um coronel, em uma blitz no município de Guarapari, em janeiro deste ano. Na ocasião, a mulher teria sido multada já que estaria sem o cinto de segurança e com uma criança no colo. O veículo também estava com licenciamento vencido.
Contudo, o comandante disse que as transferências são comuns na Polícia Militar, e que a transferência em questão não se trata de um caso de perseguição ou punição. “Não tem nenhuma relação com o caso de Guarapari. É bom citar, esse caso aconteceu no começo de fevereiro, e eu assumi o comando em meados de maio deste ano. Se vocês observarem o que é o município de Linhares, em termos de ocorrências e homicídios, perceberão que aumentou deveras em relação ao ano passado. Em decorrência disso, várias providências foram tomadas em relação ao município. Levamos forças especializadas e fizemos várias movimentações de policiais militares, justamente para reforçar a segurança no município”, disse o comandante.
A carta diz ainda que o cabo, que trabalha há 16 anos na corporação, solicitou ao Batalhão de Trânsito que o pedido de transferência fosse desfeito, mas não obteve resposta. Contudo, o comandante negou que tenha recebido este documento.
Meses após o episódio, o tenente-coronel Walace Brandão, comandante do Batalhão de Trânsito também foi exonerado do cargo.  Mais uma vez, o comandante-geral negou que a medida esteja relacionada à abordagem realizada em janeiro.
“Além da movimentação do tenente coronel Walace, várias outras movimentações de tenentes-coronéis, coronéis e praças foram feitas pelo comandante geral. Todas as movimentações foram pela minha necessidade, por aquilo que acho melhor em termos da minha política de comando”. De acordo com o coronel Edmilson, somente este ano, foram transferidos 596 praças e 196 oficiais.
Sindicância
O comandante informou ainda que uma sindicância foi aberta para apurar a conduta do
coronel, identificado como José Henrique de Castro, que teria solicitado a liberação do carro de sua esposa, alegando ser militar. Atualmente o coronel está de férias, mas posteriormente deverá ser notificado para prestar esclarecimentos.
Quanto ao fato do coronel João Henrique ter sido promovido, o comandante da PM disse que não pode comentar o caso porque não teria ocorrido em sua gestão.  “Não posso falar sobre a promoção do coronel, porque ocorreu antes do meu comando. Mas é bom lembrar que qualquer promoção, ou ato administrativo, é baseado na legislação, e a legislação permitiu que ele fosse promovido. Não poso fazer qualquer questionamento ao antigo secretário de segurança ou comandante”, explicou Edmilson dos Santos.
O comandante informou disse ainda que não é possível informar se existem outros denúncias de abuso de poder envolvendo o coronel João Henrique.
Entenda o caso
Um cabo do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar foi transferido de suas funções na Grande Vitória após abordar a esposa de um coronel. Ele teria feito um boletim de ocorrência durante uma abordagem. Todo o caso foi divulgado em uma carta assinada pelo então tenente-coronel Walace Brandão, comandante do Batalhão de Trânsito.
De acordo com o documento, dentro do carro estavam crianças sem cinto de segurança e uma delas no colo da motorista, que também não usava o cinto. O veículo também estava com licenciamento vencido.
O coronel, identificado como José Henrique de Castro, teria solicitado que o carro fosse liberado, alegando ser militar. A confusão aconteceu em janeiro deste ano.
Depois disso, o cabo responsável pela ocorrência foi transferido de Vitória para Linhares.
O cabo, que trabalha há 16 anos na corporação, ainda solicitou ao Batalhão de Trânsito que o pedido de transferência fosse desfeito, mas não obteve resposta. O tenente-coronel Walace Brandão também foi exonerado do cargo. Um inquérito foi aberto pela corregedoria para apurar a situação.
Outro caso de abuso de poder
O tenente-coronel da Polícia Militar José Dirceu Pereira, que deu carteirada em uma Blitz no dia 13 de outubro foi afastado do cargo de assessor jurídico do comando geral na última quarta-feira (30). Ele foi flagrado em uma blitz da lei seca, que aconteceu na Avenida Nossa Senhora da Penha, próximo a uma boate, em Vitória.
Em uma gravação feita pelos próprios policiais militares, é possível ver o coronel sem cinto de segurança. Assim que para o veículo, ele se identifica como coronel. Após ser abordado pelos militares, ele ainda se irrita e se recusa a passar pela fiscalização e vai embora dirigindo.
Comandante da PMES nega que exoneração e transferência estejam relacionadas à perseguições - Folha Vitória

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