Após declarações polêmicas em entrevista, a PM divulgou a exoneração dele do cargo nesta quarta (28), mas um dia depois nega que ele tenha deixado o posto. A partir de terça-feira (2°), ele retornará para o seu posto de trabalho29/10/2015 às 19:00
Responsável por dar declarações polêmicas durante uma entrevista a uma rádio no fim de semana passado, o capitão Joel Zelian acabou não sendo afastado do cargo de subcomandante do 9° Batalhão da Polícia Militar de Manacapuru (município da Região Metropolitana de Manaus, RMM). A informação foi confirmada no início da noite desta quinta-feira (29) pelo comandante-geral da Polícia Militar, Marcus James Frota Lobato.
“O capitão Zelian não foi exonerado. O que está acontecendo é uma anomalia no seu comportamento. Ele estará retornando para o seu setor de trabalho na terça-feira (3 de novembro), porque segunda-feira (1°) é feriado”, disse o comandante-geral, salientando que o comportamento do capitão está sendo apurado.
“Tudo indica que ele teve uma indisciplina dentro do seu comportamento. Pode ocorrer um agravante, com detenção ou advertência, caso sua verbalização tenha sido para denegrir a imagem da corporação. A detenção pode chegar até 30 dias se a pessoa que fez teve culpa e vontade de fazer. Ele pode ter se empolgado com o microfone. Vamos enterrar esse caso, temos tanta coisa boa para falar”, acrescentou.
Informação desencontrada
Ainda na quarta-feira (21), após a informação da exoneração do capitão, dada pelo comandante do Policiamento do Interior (CPI), José França, em entrevista ao Portal A Crítica, centenas de pessoas foram às ruas de Manacapuru manifestar apoio ao capitão Zelian, pedindo pelo seu retorno ao subcomando do 9º BPM.
Segundo disse ontem o comandante do CPI, um inquérito foi instaurado na Diretoria de Justiça e Disciplina da PM, com prazo de 40 dias. O desencontro de falas do comandante-geral e do comandante do CPI colocou em dúvida o procedimento administrativo a que o capitão Joel Zelian estaria respondendo.
Declarações
Recém empossado no cargo de subcomandante do 9º BPM, o capitão Joel Zelian disse em entrevista à Rádio Web Manacapuru, no último final de semana, que faria um choque de gestão no combate à criminalidade, nem que para isso precisasse burlar a lei.
Zelian disse nunca ter entrado em uma casa com autorização da Justiça, afirmou que não tinha medo de ser denunciado ao Ministério Público e à Justiça, que era “audacioso mesmo” e havia mandado policiais militares matarem pessoas durante abordagens.
Novo áudio
Após ser divulgada a exoneração dele, ontem, o capitão Zelian divulgou um áudio se defendendo e explicando a entrevista polêmica à rádio. “Estão usando esse ‘teretetê’ para generalizar. Não me referi ao cidadão de bem, da paz, que trabalha e paga imposto, esse aí eu protejo. Mas, no cidadão bandido e infrator é bala mesmo”.
Tortura e lesão
O histórico de Joel Zelian na PM é marcado por denúncia de tortura, lesão corporal grave e abuso de autoridade. Em 2010 ele foi afastado da chefia da delegacia de Rio Preto da Eva por atirar na perna de um detento na carceragem. Ele admitiu ter atirado, mas disse que foi acidental.
Em outro caso, o capitão Joel Zelian respondeu por uma denúncia de tortura a uma jovem de 18 anos, que estava grávida. “Ele disse que ia colocar uma arma na minha cabeça se eu não falasse onde estava a droga e que meu lugar no hospital já estava reservado para eu abortar meu filho”, relatou a jovem à época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário