Júri absolve policiais "Highlanders" acusados de decapitar deficiente em SP
January 22, 2018
Os policiais militares Moisés Alves Santos, Joaquim Aleixo Neto, Rodolfo da Silva Vieira e Anderson dos Santos Salles, acusados de sequestrar e decapitar um deficiente mental, foram absolvidos nesta sexta-feira (6) após julgamento no fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Eles também são acusados de integrar um grupo de extermínio conhecido como "Os Highlanders". Os quatro são réus foram acusados pelo sequestro e morte, em 2008, de Antônio Carlos Silva Alves, conhecido como Carlinhos.
Os PMs tinham sido condenados, em julho de 2010, a 18 anos e oito meses de prisão pelo crime. Eles sempre negaram o crime. Em outubro de 2011, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o júri que condenou os PMs ao atender um pedido do advogado Celso Machado Vendramini, defensor dos réus. Vendramini alegou que, durante a fase de debates do júri, o promotor Vitor Petri descumpriu uma ordem do juiz Hristov e exibiu uma camiseta com a foto de Alves e dizeres contra a polícia. O argumento é que a imagem poderia influenciar os jurados. Em dezembro de 2010, os quatro réus foram demitidos da Polícia Militar. HIGHLANDERS Conhecido como Carlinhos, o deficiente mental Alves, segundo a Promotoria e a Polícia Civil, foi sequestrado pelos quatro então PMs em 8 de outubro de 2008, no Jardim Capela (zona sul de São Paulo). O corpo da vítima, decapitado e sem as mãos, foi achado no dia seguinte, numa área de despejo de cadáveres em Itapecerica da Serra. A hipótese da Polícia Civil e da Promotoria é que, numa abordagem dos PMs, Carlinhos não tenha conseguido falar direito. Sem saber da deficiência, os policiais teriam interpretado como gozação e decidido matá-lo. Os policiais são acusados de integrar, ao lado de outros cinco PMs, o grupo de extermínio "Os Highlanders", assim chamado porque cinco das 12 mortes atribuídas a eles teve decapitação. SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
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