Publicado: 07 Outubro, 2017 - 19h59 | Última modificação: 08 Outubro, 2017 - 14h48
Escrito por: CUT Brasil
Dirigentes sindicais foram presos e trabalhadores foram agredidos e intimidados pela PM
A paralisação dos trabalhadores da multinacional Unilever, em Vinhedo (SP), foi pretexto, nesta sábado (7/10), para uma grave agressão da Polícia Militar paulista ao direito de greve. A polícia reprimiu de modo truculento os grevistas, levando presos pelo menos três dirigentes do Sindicato dos Químicos de Vinhedo.
Segundo declarou a multinacional em nota, a Unilever conseguiu uma liminar na Justiça do Trabalho de Vinhedo para garantir o direito de ir e vir e a integridade dos funcionários. A ação da PM teria sido decorrente do descumprimento dessa decisão pelo sindicato. Sobre o fato de que a ação de diálogo e de convencimento do sindicato junto aos trabalhadores deveria ser respeitada como parte inerente ao direito de greve, nem a Justiça, nem a Unilever , nem a PM se posicionaram.
Posteriormente, houve confusão na delegacia em que os sindicalistas estavam detidos. Um grande aparato policial foi chamado, inclusive de municípíos vizinhos, para dispersar os trabalhadorees da Unilever que pressionavamn pela libertação dos sindicalistas. A PM isolou a delegacia e avançou sobre os trabalhadores com bombas e cacetetes, efetuando mais duas prisões.
Greve contra demissões e terceirização
A greve de cerca de 450 trabalhadores e trabalhadoras da fábrica de Vinhedo da Unilever começou dia 29 de setembro, uma semana depois da empresa anunciar a demissão dos 130 trabalhadores do setor de logística, para substituí-los por terceirizados. Estão paralisadas as áreas de mecânica, logística e de processos.
Segundo o Sindicato dos Químicos de Vinhedo, a terceirização vai provocar uma forte redução salarial, precarizando as condições de trabalho e reduzindo a categoria.
A Unilever afirmou em nota que as demissões fazem parte de um programa de reestruturação necessário para "manter a fábrica de Vinhedo competitiva por meio de ganho de eficiência no processo produtivo e da especialização da área de logística", feita por meio de terceirização.
Os sindicalistas foram soltos na noite de sábado.
A greve continua e o sindicato quer a revogação das demissões e da terceirização.
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