Em SP, duas ações violentas de policiais militares causam repúdio
Numa escola, policial dá uma grava em aluno imobilizado; na Zona Oeste, jovem é agredido antes de ser revistado pelo policial.
Duas ações violentas de policiais de São Paulo flagradas por câmeras provocaram indignação nos cidadãos. E, em pelo menos um dos casos, a punição dos responsáveis. A mais recente se tornou pública nesta sexta-feira (9).
“Professor, dá um jeito, professor”, um dos alunos pede.
É que um estudante está imobilizado por policiais. Um aluno chuta um dos PMs e outro revida. O policial dá uma gravata no estudante imobilizado, que fica no chão aparentemente desacordado. O PM verifica como o rapaz está.
A confusão continua e dois policias seguram e agridem outro estudante, de vermelho.
Segundo a polícia, os PMs foram chamados até a escola estadual pela diretoria para combater o tráfico e o consumo de drogas no local. Quatro alunos prestaram depoimento.
O aluno que foi imobilizado pelo policial, contou que viu “quando os PMs apertaram o pescoço de uma estudante e que foi à sala da diretoria para pedir ajuda e que os policiais o agrediram fisicamente e o algemaram”.
No termo de compromisso, o policial Charles Rocha afirmou que “ele e os outros policiais foram agredidos pelos estudantes e que ele chegou a levar três pontos no supercílio”.
Na Zona Oeste de São Paulo, outra confusão com policiais. As imagens gravadas por câmeras de segurança mostram uma abordagem de dois PMs: um deles dá um empurrão no rapaz de boné. O outro policial acerta um tapa no rosto dele. O rapaz tenta se livrar das agressões, mas o policial impede. Só então os jovens são revistados.
“Não pediram meu RG nem me revistaram. Só me bateram mesmo”, disse o rapaz. Ele levou três pontos na boca.
Os dois PMs foram afastados das ruas, mas negam a agressão.
“Ele foi tentar virar o corpo do rapaz quando houve um desequilíbrio ali e acabou parecendo ser uma agressão, mas na realidade não foi isso o que aconteceu”, explicou Marcos Manteiga, advogado dos policiais.
Segundo a porta-voz da PM de São Paulo, esses casos são minoria e inaceitáveis dentro da corporação.
“Esses dois casos não representam as mais de 93 mil intervenções diárias que nós temos em todo o estado. O policial é treinado cada vez mais para que a gente não possa ver nenhum tipo de ocorrência dessa natureza”, disse a capitão Cibele Marsolla, porta-voz da Polícia Militar
Os casos de violência policial acabam ganhado destaque porque, definitivamente, esse não é o comportamento esperado de um funcionário público que tem o dever de proteger o cidadão.
Na semana passada, o Jornal Nacional mostrou uma abordagem que teve um resultado bem diferente. Dois PMs pararam um carro que levava no porta-malas quase R$ 2 milhões em dinheiro vivo. Os homens tentaram subornar os policiais oferecendo R$ 800 mil para que fossem liberados.
Os PMs recusaram e, sem violência, prenderam os dois em flagrante por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Os PMs recusaram e, sem violência, prenderam os dois em flagrante por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Diante de abordagens tão diferentes, os cidadãos ficam sem saber qual bandeira os policiais pretendem carregar nas ruas: a da truculência de do revide ou a da defesa firme da lei.
A secretaria da segurança pública de São Paulo considera que, no caso da escola, os policiais militares foram agredidos e tiveram que reagir.
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