Para Polícia Civil e Ministério Público, Marcelo Pesseghini é considerado autor das mortes na BrasilândiaReprodução/Facebook
Polícia e Justiça encerraram caso, mas família de Marcelo elenca pontos considerados obscuros
SÃO PAULO Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7 05/08/2014 - 00H05 (ATUALIZADO EM 05/08/2014 - 12H43)
Considerado encerradopela Polícia Civil de São Paulo, o caso Pesseghini completa um ano nesta terça-feira (5) em meio a uma série de pontos considerados mal explicados pela advogada da família, Roselle Soglio.
Ela afirma que muitas informações deixaram de ser apuradas e que a polícia conduziu a investigação sob um único prisma: o de que Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, foi o culpado pela morte de pai, mãe, avó e tia-avó.
Ela afirma que muitas informações deixaram de ser apuradas e que a polícia conduziu a investigação sob um único prisma: o de que Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, foi o culpado pela morte de pai, mãe, avó e tia-avó.
Na tabela abaixo, ela levanta 14 exemplos de considerações que justificariam a reabertura do caso, como lesões de defesa na mão de Marcelo e uma secreção encontrada na vagina da mãe, Andréia Regina Bovo Pesseghini, 36 anos, que “provalmente é de um esperma e não foi sequer encaminhada para análise”. Nas próximas semanas, a defesa irá entrar com recurso de apelação no TJ e pedir a federalização do caso.
O crime ocorreu na casa da família Pesseghini, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Segundo o inquérito, Marcelo matou os familiares, dirigiu até a escola e se matou ao voltar para casa. A família, no entanto, afirma que o garoto é inocente e não sabia atirar ou dirigir.
O inquérito, sob responsabilidade do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), foi enviado em julho à Vara da Infância e da Juventude do MP (Ministério Público). O MP concordou com o que foi apurado e a Promotoria decidiu pelo arquivamento.
Polícia Civil e Ministério Público concordam que, na madrugada de 5 de agosto de 2013, o adolescente atirou nos pais — Andréia Regina Bovo Pesseghini e Luiz Macedo Pesseghini — e depois na avó materna, Benedita Oliveira Bovo; e na irmã dela, Bernadete Oliveira da Silva. Após os assassinatos, ele pegou o carro da mãe e foi dirigindo até a escola.
Ele frequentou a aula normalmente e ao voltar para casa se suicidou, com um tiro na cabeça.
De acordo com a Polícia Civil, por volta das 12h do dia 4 de agosto de 2013, um domingo, Marcelo e os pais foram até um shopping, de onde retornaram às 19h, mesmo horário em que Evaneide, tia de Marcelo, foi visitar a mãe Bernadete e a irmã Benedita, que moravam em uma casa do mesmo terreno da família Pesseghini. Nessa tarde, Marcelo telefonou para um amigo, afirmando que mataria os pais nesse dia, e perguntou como seria fugir de casa.
O crime ocorreu na casa da família Pesseghini, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Segundo o inquérito, Marcelo matou os familiares, dirigiu até a escola e se matou ao voltar para casa. A família, no entanto, afirma que o garoto é inocente e não sabia atirar ou dirigir.
O inquérito, sob responsabilidade do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), foi enviado em julho à Vara da Infância e da Juventude do MP (Ministério Público). O MP concordou com o que foi apurado e a Promotoria decidiu pelo arquivamento.
Polícia Civil e Ministério Público concordam que, na madrugada de 5 de agosto de 2013, o adolescente atirou nos pais — Andréia Regina Bovo Pesseghini e Luiz Macedo Pesseghini — e depois na avó materna, Benedita Oliveira Bovo; e na irmã dela, Bernadete Oliveira da Silva. Após os assassinatos, ele pegou o carro da mãe e foi dirigindo até a escola.
Ele frequentou a aula normalmente e ao voltar para casa se suicidou, com um tiro na cabeça.
De acordo com a Polícia Civil, por volta das 12h do dia 4 de agosto de 2013, um domingo, Marcelo e os pais foram até um shopping, de onde retornaram às 19h, mesmo horário em que Evaneide, tia de Marcelo, foi visitar a mãe Bernadete e a irmã Benedita, que moravam em uma casa do mesmo terreno da família Pesseghini. Nessa tarde, Marcelo telefonou para um amigo, afirmando que mataria os pais nesse dia, e perguntou como seria fugir de casa.
Por volta da 0h, vizinhos escutaram dois estampidos, com intervalos de dois a quatro segundos aproximadamente.
Em seguida, a luz da sala foi acesa, e quase dez minutos depois, outros três estampidos foram escutados com intervalos semelhantes aos primeiros. Ninguém deu importância, pensando se tratar do barulho de escapamento de motos.
Câmeras de segurança registrariam depois Marcelo estacionando o carro da mãe por volta da 1h da madrugada da segunda-feira, próximo da escola, e só saiu do veículo às 6h, para assistir às aulas. Ele estava com uma mochila nas costas.
Caso Pesseghini: laudos acusam uso de tranquilizantes
Marcelo sofria de fibrose cística, uma doença degenerativa, sem cura e com baixa expectativa de vida. Segundo a médica Neiva Damaceno, que o acompanhava desde o primeiro ano de vida, a doença não causava nenhuma alteração no comportamento.
O psiquiatra Guido Palomba, que elaborou um laudo sobre o garoto a pedido do DHPP, afirma que Marcelo sofria de uma doença chamada encefalopatia encapsulada ou sistematizada, a qual se desenvolve por falta de oxigenação do cérebro e que no adolescente apareceu durante uma internação hospitalar. Segundo Palomba, a condição criou um território pré-disposto para que depois Marcelo tivesse desenvolvido esse delírio encapsulado ou sistematizado que o levou a cometer os crimes.
Por meio da assessoria de imprensa, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que "o inquérito policial já foi relatado e qualquer manifestação sobre o assunto caberá ao Poder Judiciário que, recentemente, negou o pedido de reabertura do caso, feito pela advogada dos avós paternos de Marcelo".
Em seguida, a luz da sala foi acesa, e quase dez minutos depois, outros três estampidos foram escutados com intervalos semelhantes aos primeiros. Ninguém deu importância, pensando se tratar do barulho de escapamento de motos.
Câmeras de segurança registrariam depois Marcelo estacionando o carro da mãe por volta da 1h da madrugada da segunda-feira, próximo da escola, e só saiu do veículo às 6h, para assistir às aulas. Ele estava com uma mochila nas costas.
Caso Pesseghini: laudos acusam uso de tranquilizantes
Marcelo sofria de fibrose cística, uma doença degenerativa, sem cura e com baixa expectativa de vida. Segundo a médica Neiva Damaceno, que o acompanhava desde o primeiro ano de vida, a doença não causava nenhuma alteração no comportamento.
O psiquiatra Guido Palomba, que elaborou um laudo sobre o garoto a pedido do DHPP, afirma que Marcelo sofria de uma doença chamada encefalopatia encapsulada ou sistematizada, a qual se desenvolve por falta de oxigenação do cérebro e que no adolescente apareceu durante uma internação hospitalar. Segundo Palomba, a condição criou um território pré-disposto para que depois Marcelo tivesse desenvolvido esse delírio encapsulado ou sistematizado que o levou a cometer os crimes.
Por meio da assessoria de imprensa, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que "o inquérito policial já foi relatado e qualquer manifestação sobre o assunto caberá ao Poder Judiciário que, recentemente, negou o pedido de reabertura do caso, feito pela advogada dos avós paternos de Marcelo".
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