Se torna cada vez mais misterioso o caso envolvendo o jovem Kennedy Magalhães, principal acusado de tentar empreender fuga, tomar a arma e efetuar um disparo fatal contra o cabo PM Alexandro que participava da abordagem na trágica segunda-feira, do dia 15 de agosto, na Rua Parati, no bairro Novo Horizonte, em Rio Branco.
Outro documento fundamental para a fase de julgamento, a perícia solicitada pelo Ministério Público do vídeo que mostra toda a ação dos militares e do principal acusado, não revelou que a arma foi retirada do colete do CB Alexandro.
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ac24horas
Publicado em 16 de ago de 2016
A morte do Cabo da polícia militar, Alexandre Aparecido dos Santos, de 36 anos de idade, foi flagrada por uma moradora no conjunto Novo Horizonte, no bairro Floresta, na capital, nesta segunda-feira, 15/08/2016.
A gravação, com quase três minutos de duração, mostra o momento exato do disparo. O Cabo, assim como os demais policias, estava fazendo a abordagem de Kenned Magalhães que estava resistindo. Ele tentou fugir quando os policiais o seguraram.
Com 16 segundos da gravação, é possível ouvir o disparo que matou Alexandro Aparecido.
Entenda
A guarnição fazia patrulhamento de rotina em combate ao tráfico de drogas na região quando ordenou a parada de um veículo, cujo motorista não obedeceu e seguiu em fuga.
Após alguns minutos de perseguição policial, os policiais conseguiram localizar o veículo e abordaram o motorista e os passageiros.
Na delegacia, Kenned disse que não parou o veículo porque já estava sendo perseguido vários dias por um policial, então, preferiu parar em frente à residência.
No local, de acordo com o suspeito, os policiais começaram a enforca-lo e ele perdeu um pouco do sentido.
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> Exame residuográfico não detectou partículas de chumbo nas mãos do acusado
“É possível visualizar quando o acusado Kennedy tira algo do colete do CB Alexandro, não sendo possível definir que se trata de um objeto em específico”, diz a conclusão descrita no documento que a reportagem teve acesso exclusivo, assinado pelo perito criminal Bruno Santana Lustoza, do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Acre.
Segundo a perícia, “o vídeo é autêntico, não se constatou divergência de descontinuidade e/ou alteração ardil com objetivo de manipulação intencional fraudulenta a ludibriar o desenvolvimento das ações em evidência do seu conteúdo”.
PARA ENTENDER OS FATOS
No dia 15 de agosto deste ano, após uma abordagem na Rua Parati, no bairro Novo Horizonte, em Rio Branco, o Cabo PM Alexandro foi alvejado com um tiro no pescoço, após lutar com outros colegas de farda para evitar a tentativa de fuga do jovem Kennedy Magalhães durante uma rotina policial que parecia ser simples, mas que terminou com o desfecho trágico.
Após a repercussão do caso, a família de Kennedy divulgou um vídeo que mostra toda a movimentação que aconteceu em frente à casa do acusado e, a partir daí, acusação e defesa começaram a travar uma batalha apontando teses para o desfecho.
A defesa alegou que a abordagem policial foi desproporcional e que pelas dificuldades impostas pelos militares, em momento algum, seu cliente conseguiu retirar a arma do coldre frontal da vítima.
A tese da defesa foi reforçada com o resultado da primeira perícia que também é fundamental para elucidação dos fatos, o exame qualitativo de pesquisa de partículas de chumbo residuográfico, que não detectou, segundo o perito criminal Airton Ferreira de Castela, “partículas de chumbo nas mãos ou no corpo de Kennedy Magalhães”.
No dia 11 de outubro aconteceu no Fórum Criminal a audiência de instrução do caso, com as oitivas de testemunhas de acusação e defesa, entre eles, policiais que participaram da abordagem e o acusado de ser co-autor do crime, Jonathan Clarc dos Santos, além de vizinhos e amigos intimados.
Não houve pronunciamento por parte do juiz Alesson Brás que aguardava o resultado da perícia solicitada pelo Ministério Público Estadual sobre a autenticidade do vídeo. A defesa também solicitou a perícia da arma, o advogado quer saber se a pistola Taurus PT840 nº SDS85857 pode disparar sozinha, acidentalmente.
Para o delegado Carlos Bayma, que presidiu o inquérito, e o Ministério Público, não existem dúvidas, a denúncia oferecida foi acatada pela Justiça e Kennedy se transformou em réu em tempo recorde, no dia 06 de setembro do mesmo ano.
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